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Após o meu longo primeiro dia de aula hoje deve-se perguntar, se eu não já tinha enlouquecido, bem a resposta para essa pergunta era não. Mas confesso que estava exausta, e sem animo para nada, estava com saudades de casa, do meu quarto único e meu, na faculdade eu teria que dividi-lo com uma desconhecida e isso me preocupava muito.

Como falei, eu tive que fazer algumas escolhas para chegar aonde cheguei, uma delas foi uma interação com outras pessoas, não que eu não tenha amigos, como falei eu tinha uma Jenny, mas também tinha uma Eva, mas basicamente isso. Toda minha ideia de interação com outras pessoas era embasada nas minhas duas únicas amigas de longa data, e conhecer alguém novo que você vai ter que dividir o quarto pode ser assunto.

Já que estou falando delas quero dizer que minhas amigas são maravilhosas, e acho que chegamos a um nível de amizade que apesar de estarmos distantes porque fui fazer faculdade longe o nosso sentimento uma com as outras continua intacto.

Amizades são muito difíceis hoje, Platão certa fez disse que "A amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro", e isso equiparado ao fato de vivermos em uma sociedade que preza quantidade de amigos em redes, e comentando sua foto nos perfis sociais, fez com que cada vez mas eu não quisesse ir conhecer pessoas novas.

Jenny, se chama realidade na Jennythi Miller, ela é a mais centrada eu diria de nos três, e a mais responsável, bem mais que eu, ela é a irmã mais velha na casa dela, então talvez seja isso, Jenny é aquele tipo de pessoa que em um primeiro momento você pode achar que fútil e mesquinha, mas ela é uma pessoa de camadas, e suas camadas são profundas, e quanto mais você conhece ela percebe que não poderia viver sem uma amiga como ela.

Eu e a Jenny estudamos juntas desde o ensino fundamental, acho que tínhamos ambas as duas 11 anos na época que nos conhecemos, ela já conhecia a Eva, elas estudaram juntas desde sempre amém.

Eva é uma pessoa espontânea, livre e autêntica, ela consegue fazer você rir até quando você não quer, ela assim como a Jenny tem um jeito único de enxergar o mundo e as relações, ela sempre está em busca de se sentir segura e entender como hipóteses como ela decorrem. Ambas são lindas, de longe as mulheres mais bonitas que conheci, Jenny é alta, magra, tem covinhas no sorriso e um ar de menina e mãe eu diria que faz você querer se aconchegar, já a Eva é uma famosa beleza exótica, ela é ruiva, com sardas, um rosto em formato que pode lembrar um coração e quando ela sorri seu coração se aquece.

Passar a adolescência ao lado delas foi maravilhoso, aprendemos uma com as outras, e vivenciamos tudo que uma amizade saudável pode proporcionar, até mesmo as brigas, mas acontece que quanto mais velhas nos ficamos, mas restrito ficou círculo de amigos.

Acho que por estamos em constante processo de transformação, principalmente na fase adolescência-vida adulta, ou atropelados por uma rotina de obrigações sufocante e apressada, além claro da nossa natural instabilidade, tudo isso parece não favorecer a construção de laços mais profundos ou a manutenção de vínculos mais próximos, então acabou que nos fim nos três chegamos a conclusão sempre seria só nos três as pessoas que conhecemos sempre vão entrar e sair por que é assim mesmo, faz parte do clico e do momento.

E pensando em tudo isso me deparo postada em frente a porta do quarto do dormitório que vou passar os próximos meses e da minha vida, pensando que talvez minha colega possa não ser o monstro do lago Ness que eu estou criando, e que muitas vezes tudo só acontece na minha mente de merda acelerada.

É isso, primeiro dia de aula já foi, agora só basta entrar e conhecer a minha mais nova colega, e torcer para que der tudo certo.

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