Na manhã seguinte, ainda continua sem sinal da minha colega de quarto, ela não está na cama dela. Eu até queria conhecê-la, saber se ela tem algumas dicas para uma caloura, mas vai ser difícil descobrir um pouco dela se ela nunca estiver aqui. Pego minhas coisas de higiene pessoal e você para o banheiro.
Não demoro muito me arrumando, até porque não quero chamar a atenção de ninguém em especial, e dificilmente vai haver algum garoto que chame minha atenção na sala de aula, arrumo minha mochila, segundo meu horário eu tenho duas aula hoje em horários distintos, uma de Biologia Celular que vai ser no laboratório, por isso preciso de roupas práticas e estar de cabelo presto e a outra que vai ser no horário da tarde de Genética.
Checo tudo de novo, tenho alguns minutos de sobra do meu tempo mental que faço para sair do quarto e chegar na aula pontualmente. Realizo todo um check-list mental, inclusive que tenho que passar em uma cafeteria para comer algo.
Lembro-me que não posso comer algo muito pesado, vivo brigando com a balança e tenho um fraco por chocolates, mesmo que não seja muito ligada a beleza alheia, eu ligo com me sentir bem com meu corpo, e com evitar comentários da minha mãe sobre meu peso.
Quando eu tinha uns 10 anos eu era magrinha, até alta para minha idade, mas passou o tempo chegou à adolescência, meus hormônios constituídos a aflorar e bem, hoje em dia não sou nenhuma modelo de 1,80 com 50 quilos. Sou baixinha comparada a uma faixa etária de tamanho médio que é 1,60, eu possuo 1,55, e sobre meu peso, bem atualmente peso 60 quilos, graças a genética familiar sou voluptuosa, sou cheia de curvas como gosto de dizer, longe de ser magra, mas também longe de não cheinha.
Passo na cafeteria perto do campus e pego um café com leite algo para mastigar e vou direto para o laboratório, na porta a uma lista de critérios para poder ver a aula, calça comprida, blusa fechada, cabelo preso, tudo ok na minha lista mental .
Pego um dos jalecos descartáveis que ficam sem perder onde deixamos as bolsas e procuro me sentar na terceira fileira, não tão na frente e nem tão atrás, Jenny ficaria orgulhosa eu penso.
Enquanto o professor não chega eu penso no Sr. Darcy, em Vanessa na relação deles e no fato de ainda não ter conhecido ela, mando mensagens para meus pais avisando que mais tarde irei ligar para eles.
A aula começa uns 10 minutos depois que cheguei, uma professora Lenine começa a configurar seu currículo que de longe encanta qualquer aluno recém-chegado a universidade, e explica que nessa matéria vamos analisar as células do corpo humano, suas estruturas e atividades no organismo .
A aula no horário da manha segue tranquila sem muita complicação, aprendemos até a manusear os materiais do laboratório, ou melhor, tentamos, quando menos espero, já é a hora do almoço, não gosto de comer sozinha acho isso deprimente, todo mundo que esta nas mesas tem alguém para conversar e eu bem não tenho ninguém.
Pego meu almoço e resolvo mandar mensagem para Eva, pedindo para fazermos chamada de vídeo, e ela aceita.
-Oi amiga-Eva dizendo aparecendo na tela.
-Oi- Digo sem muito animo e percebo que ela também está comendo.
-Ei que carinha é essa?
-Carinha de quem ta com saudades das suas melhores amigas- Fico com o coração apertado.
-Qualquer dia eu e a Jenny aparecemos ai, mas preciso dizer que vai ser complicados meus horários agora, consegui um emprego.
Eva não vai fazer faculdade esse ano, ela é a filha do meio na casa dela, a Mãe dela alegou que não poderia manter duas filhas na faculdade ao mesmo tempo, então se ela quisesse ingressar na faculdade teria que esperar, ou conseguir-se uma bolsa.
Sei que todos os pais dizem que não amam mais um filho que outro, que na realidade amam todos iguais, mas esse ato de priorizar mais um filho que outro acontece de forma inconsciente.
E na maioria dos casos, é provável que acontece com mais referência que possamos nos dar conta, pois uma vez que, socialmente, espera-se que os pais não façam distinção entre os filhos, a mãe, então, inconscientemente, máscara tal comportamento seu. Todavia, em alguns casos o favoritismo pode ser mais intenso, tornando-se consciente. Acho importante esclarecer que o favoritismo temporário, ou seja, aquele que é compartilhado periodicamente com cada um dos irmãos é o ideal. Pois isso transmite a qualquer filho ter a noção de identidade e segurança de que é amada. Esse favoritismo ocorre quando, temporariamente, os pais exercem preferência por um dos filhos. Por exemplo, quando um deles está doente, ou quando presta um concurso, e não é aprovado, ou quando termina um namoro e está sofrendo etc. Nesse caso, quando cessa o motivo, a preferência se desfaz, podendo se manifestar em outro filho, se este carecer, ou ficar neutra, até que surja outro fato que volte a instigar o instinto de proteção.
Bem o caso de Eva é mais que um exemplo hipotético que isso pode acontecer, o caso dela é verídico e muito próximo a mim, acho que ela tem grande potencial, só precisa de alguém que de suporte a ela. Quando penso sobre essas questões, me deparo o quanto sou privilegiada e não sei em muitos momentos.
Continuamos a nossa conversa sobre o novo emprego dela, e minhas aulas, até que resolvo contar sobre o Mr. Darcy para ela.
-Eva eu esbarrei em um cara ontem, que todas as esculturas romanas e livros de romance não fazem jus a ele.
-O que? No primeiro dia? Menina você já começou com o pé direito hein?- ela fala rindo da minha cara, então conto do episodio do meu quarto a ela e como eu acho que ele e a minha colega de quarto tem um lance.
-Eles podem serem só bons amigos.
-Amigos de longa data talvez, mais quem se importa eu estou aqui para ficar focadas no estudo e me formar com notas boas, romance só atrapalha, principalmente no começo-falo para ela principalmente tentando me convencer.
-Verdade, Sofi, preciso ir, tenho que me arrumar para meu turno.
-Amiga, brigado por me fazer companhia e boa sorte aí, estou com saudades!
-Ei, não fica toda sentimental, só faz dois dias que está ai, e vai da tudo certo, beijos.
Deligamos e percebo que já está na hora da minha próxima aula, então me arrumo e vou caminhando até lá, desejando mentalmente que nada de errado.
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O que vem depois?
RomanceEntendo então que somos pessoas feitas de cinzas de estrelas mortas, que consequentemente formam um conjunto de átomos que ficam juntos por um curto período, e bem depois... se desfaz. E quando todo esse processo termina, e nos dispersarmos pelo na...