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A restante do fim de semana passa rápido, tive aulas ainda de Bioquímica, Imunologia, Fisiologia e Histologia, e consegui evitar o Carter incrivelmente. Na manhã de domingo saio para fazer compras, novamente, compro alguns materiais de estudo e papelaria, comida e algumas roupas, e minhas novas roupas enchem minha pequena cômoda até a boca, como minhas roupas que acompanham comigo são bem formais.

Tive uma criação que pode ser considerada rígida, não ia para festas, nunca pintei o cabelo ou cortei uma franja sem minha mãe ver com a tesoura que ela deixo fácil, não uso roupa curta todas minhas blusas de sair eram de botões formais que me deixam com aparência ainda de mais velha, e eu não gostava delas, mas minha mãe sempre dizia que uma mulher importante tem que se vestir de forma formal, sempre.

Não é que não goste da forma como fui criada, mas infelizmente meus quereres, não importavam muito, as respostas e decisões finais sobre mim eram protegidas pelos meus pais, acho que muito do que era, tinha relação justamente dessa criação, as vezes poderia ser madura demais para minha idade e as vezes infantil demais.

Finalmente chega à segunda-feira, e não poderia estar mais preparada para essa nova semana. Acordo bem cedo para poder tomar banho sem pressa, e escolho uma camisa branca e uma calça jeans confortável que se deseja impecavelmente passadas e prontas para usar. Eu me visto, prendo os cabelos e ponho a mochila nas costas. Já estou quase saindo - uns quinze minutos antes da hora, para não chegar atrasada e não realizar o feito na semana anterior- quando Vanessa chega e diz que algo algo.

Ela só dormiu duas vezes no quarto durante minha primeira semana lá, não entendo como alguém mantem um quarto em um dormitório se dorme mais fora que nele. Minha semana consistia em ter aulas à tarde na segunda, na terça-feira ter aulas no horário da manhã e da tarde, na quarta somente a tarde, quinta tarde e sexta-feira de manhã, eu não ligava de ficar com o quarto só pra mim, me permitia organizar meus pensamentos.

Nos dias que Vanessa voltava, conversamos um pouco, antes de ambas se concentrar nas tarefas, ela contou que estava no meio do curso de medicina, e que não poderia passar para o próximo estagio do curso, com uma cadeira reprovada, por isso estava na turma no senhor Ruts na terça, ela não me contou o porque de ter reprovado, mas isso não me importa, ela me deu algumas dicas de livros para pegar na biblioteca, entre outras coisas, ela era até uma garota divertida, mas ao mesmo tempo podia ser distante, como uma pessoa que quer se aproximar mas algo maior impede essa aproximação.

Quando minha aula de Anatomia acabasse naquela segunda, eu ia para biblioteca estudar um pouco e pegar uns livros. Durante a aula eu estava pensando na ligação que recebi dos meus pais, e agradeci por não está perto deles.

-Você não pode ser como todas as pessoas filha? - minha mãe falava com se está falando com alguém com problemas mentais.

-Mãe seria muito cansativo, continuar morando aí e ter que estar vindo para a faculdade são quase duas horas só para chegar aqui no centro- Falei revirando os olhos.

-Querida, eu estava falando com uma amiga da igreja e ela disse que o sobrinho dela depois que começou a fazer faculdade, se envolveu com drogas, e virou ateu.

-Mãe, isso não tem nada a ver com a faculdade- como alguém podia pensar isso no século que vivemos.

Minha mãe, estava sofrendo pela síndrome de ninho vazio, eu acho, que é uma sensação psicológica de pesar e solidão que os pais sentem quando os filhos saem de casa pela primeira vez, seja para morar sozinhos ou ir à faculdade, quando penso em nossa relação ela sempre foi protetora, mas agora ela esteva começando a soar paranóica.

Uma das coisas que mais detestava era o fato de financeiramente está ligado aos meus pais, pois se um belo dia eles decidissem parar de ser condescendente comigo, eu não sei o que teria que fazer, bem eu sei, teria que abrir mão da faculdade, e arrumar um emprego que pagasse onde morar e minha alimentação, não teria tempo para estudos.

Quando a aula acabou, junto minhas coisas e caminho em direção uma biblioteca, pensando em não demorar muito para não ficar perigoso voltar sozinha depois. Eu ainda não tinha ido para uma biblioteca da faculdade, descobri que ela é, equivalente a um dos prédios do campus, com vários níveis, coleções de livros, até livros de romance.

Uma coisa que Carter acertou dia do quarto, foi o fato de gosta de romance, por isso o chamava de Mr. Darcy, era em homenagem ao meu romance de época favorito de Jane Austen, eu não pude trazer todos os meus livros que tinha em casa, teria que escolher entre trazer minhas roupas de livros e, infelizmente, ainda não dá para vestir literatura.

Decidi passar na ala dos romances antes de ir procurar meus livros para as aulas, e me deparo com um jovem alto no chão, bem, tecnicamente, notei o livro primeiro. E simplesmente não consegui manter a boca fechada, era o Carter

- Se isso é para ganhar as garotas, eu sugiro que você vá para uma área onde circulam mais pessoas.

Ele ergueu o olhar de sua leitura, e de repente achei difícil de engolir, ele era ainda mais bonito do que me lembrava, seus olhos realmente iluminar a escuridão.

- Como?

A minha mente ainda processava os seus cabelos negros meramente bagunçados e seus brilhantes olhos azuis, então demorei um segundo para dizer:

- Shakespeare. Ninguém vem ler Shakespeare em uma biblioteca escondido ao menos que seja um esquema para conseguir garotas. Tudo o que estou dizendo é que você poderia ter mais sorte lá na frente nas mesas onde tem pessoas para o notar- Ele não disse nada por um longo instante, mas então sua boca se partiu em um largo sorriso, revelando ... quer saber o quê? Dentes perfeitos! O seu perfeito sorriso de lado, igual ao da irmã.

- Não é um esquema para pegar garotas, mas, se fosse, parece que estou tendo a maior sorte aqui, mas prefiro quando jovens caem em meus braços para esta sorte, principalmente se estivem de toalha de banho.

CRETINO! Carter não nada mais nada menos que um babaca e sua irmã ainda diz que ele é bom, até um cego vê que ele é um cretino de grau maior.

Não perca o controle, Sofia.

Ele colocou o livro de lado, e levantou-se mostrando sua imponente altura, e quando menos esperava ele me encurralou entre a prateleira de livros e o seu corpo.

O que vem depois?Onde histórias criam vida. Descubra agora