Seja um sonho...

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32° Capítulo - Seja um sonho…

Pov's Autora

Para o alívio de Dulce, sua tia acha melhor terminarem o pequeno passeio já que é tarde e poderão aproveitar em outra ocasião. Retornam para a casa num clima aconchegante proporcionado por assuntos alegres e muitos risos. Fernando aguardava-os e quando vi-os pedi para que acompanhe, mesmo cansados seguiram-no. Estranharam ao observarem os rostos banhados de lágrimas e para o espanto de Dulce, olhares carregados de dor são pousados em sua figura.

Dulce: Mamãe o que aconteceu, é algo relacionado a vovó?

Fernando: Sua avó está bem. Sente-se princesinha.

Todos se aconchegam num sofá e só agora enxergam a imagem de uma jovem doente deita e aparentemente imersa num sono que necessitava. Sentindo o peso de anos atrás retornando a sua mente, é levada ao dia que tomara a decisão de relatar em vídeo o que vinha ocorrendo, não aguentando mais os olhares de pena e mágoa, libera tudo que conseguira deixar quieto a longos sete anos em forma de um angustiante choro, necessita libertasse de este peso e culpa. Senti mãos tocando seu rosto e levemente levanta o olhar para o único que a viu chora deste modo e a fez rir quando ainda eram pequenos, seu namorado. Deixasse ser amparada por Christopher num abraço que simplesmente a faz desejar que tudo seja um sonho, mais não é e terá que responder às perguntas que viram.

Christopher: Amor, respire e quando sentir-se bem para nos d

Gradualmente vai acalmando e mesmo não estando preparada, respira fundo e busca pela coragem que terá que ter, para por para fora o que vem omitindo há muito tempo.

Dulce: Direi tudo o que querem saber, só peço que tenham paciência e que façam perguntas para que eu sabia o que desejam entender, no vídeo expliquei rapidamente minha situação naquela época e sei que necessitam de uma explicação detalhadamente.

Christian: Princesa, por que não ligou ou falasse o que estava acontecendo quando ligávamos e perguntávamos se estava bem?

Dulce: Por acha que poderia poupa-los do sofrimento, não seria fácil vê-los e enxergar que fingiram estarem bens quando vissem meu estado.

Agarrada aos confortantes braços de seu amado, respondera o que desejavam escutar de seus lábios, mas não é o fim e para que todos tivessem suas perguntas respondidas, resolvera contar tudo desde o dia que contara ao seu pai a vontade de ir morar com a tia.

Dulce: Não foi nada fácil dizer tchau ao senhor papai, sem saber se seria pela última vez e fico feliz que foi somente um até logo. Chegar a um novo país não a passeio e com a certeza de que tudo mudaria foi assustador. Tia Betâ, foi minha companhia e mãe em todos os momentos que necessitava de alguém, fez com que eu sentisse amada e acolhida. Com o tempo os diagnósticos foram relatando precisamente o que acontecia em meu corpo, e com as constantes idas ao hospital para o tratamento, acabei aprofundando-me na depressão. Chorava praticamente toda semana e quando não estava dopada por forte medicamentos, estava debulhando em lágrimas no colo de titia por longas horas até entregar-me a exaustão. Sonhos com locais e belos momentos que vivera ou poderia viver era somente quando estava acordada pois, quando dormira era só pesadelos. Avisa-los de minha situação foi a última coisa que pensei, queria que tivessem lembranças boas e não de uma adolescente doente, praticamente deixando-se aprofundar no medo e na confusão que estava a mente. O estudo teve que ser adaptado já que eu não queria aceita ficar sem as aulas, todo dia recebia um DVD com os conteúdos bem explicados e quando estava sentindo-me bem para ter as aulas com algum professor pessoalmente, viam durante a tarde e tiravam minhas dúvidas e passavam as provas, essas que demoram para terminar, pois o cansaço de meu corpo apossava e fazia com que uma tarde fosse pouco para a conclusão. Foi assim minha vida por longos um e quase quatro meses, idas ao hospital, medicamentos e muitas lágrimas. Quando fiz o vídeo, foi por incentivo de titia e da psiquiatria, e naquele momento que esteve em frente a câmera só conseguia pensar em tudo que vivi e no amor que me deram, e com muito medo de não pode vê-los mais uma vez que fosse, gravei o que cada um de vocês representam para mim.

Todos ali vêm o quanto machuca-a relembrar e mesmo que peçam para que descanse e deixe para outro dia, ela não pretende romper com as lembranças.

Dulce: Quando o doutor Julian, que vinha cuidando de mim, deu a notícia que o tumor havia diminuído e sumido foi o dia mais feliz da mim minha vida. Tratada de tudo que acontecera e com a segunda chance de viver, terminei os outros tratamentos tanto ginecológico e psiquiátrico. Embarque nos estudos e mantive a promessa de viver intensamente e somente relatar o sofrimento de um ano e pouco, só quando sentir-se bem para dizer a todos vocês.

Depois demais uma hora e meia, todos ainda estão chocados com o que ouvira, mas felizes por tê-la ali com eles. Para Dulce a paz de ter posto pra fora tudo que omitiu é a certeza que com o tempo tudo voltara ao eixo, entretanto algo ela não consegue falar, que alguém que a conhece muito bem deseja destrui-la.

O Retorno (Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora