Cervus et Lupus - Tiago e Sirius

tredecim

No dia seguinte, os Marotos se levantam pontualmente, Sirius relembra a cara de Filch perseguindo ele e os garotos riem com isso, o medo de serem pegos na noite anterior já havia se dissipado completamente, o que restava agora era a boa e velha adrenalina de terem quebrado mais uma regra.

As aulas seguem de forma tranquila, ou quase. Remus se sentia irritadiço por conta da lua cheia, estava inquieto e não conseguia se concentrar, já estava quase cogitando fugir para o dormitório, mas Tiago garantiu que tudo daria certo. Sirius também demonstrava sinais de inquietação, mas claro, por motivos completamente diferentes. Ao invés de fazer as anotações das matérias, apenas rabiscava frases em um pergaminho, na tentativa de escrever uma boa música para a serenata que teria que fazer para Potter no intervalo.

Nem mesmo azarar as poções dos sonserinos conseguiu tirá-lo da sua própria zona de ansiedade. Tiago já havia perdido a conta de quantos pedaços de pergaminho haviam sido amassados e destruído durante a manhã e decidiu que não iria atrapalhar o outro, em fosse lá o que ele estivesse fazendo.

Remus se surpreende ao notar que Severus não havia sido alvo das azarações de Potter como ele sempre era, e ao questionar o outro, se surpreende ainda mais.

- Além de termos dito que íamos parar com o bullying com ele, se Lily realmente estiver com ele, então não quero irritá-la. - É o que Potter responde com um dar de ombros, como se aquilo não fosse grande coisa.

- E o que você disse ontem? - Lupin questiona-o e Tiago apenas dá risada, ajeitando os óculos no rosto.

- O que importa é a felicidade dela, não? Amor é amor. Mesmo que com um sonserino. - O lobisomem apenas encara o amigo, tanta coisa havia mudado esse ano que ele nem ao menos acreditava.

A hora do almoço finalmente chega, e enquanto os três marotos vão em direção ao Salão Principal, Sirius corre em direção à torre da grifinória, pega o violão que estava encostado ao lado da sua cama no dormitório e então respira fundo. Tinha tentado esconder seus sentimentos na música, mas sabia que seria impossível, então apenas torceria para Potter achar que era apenas pela aposta. 

Assim que ele abre as portas do Salão, percebe que todos já estavam reunidos e, por um momento, sente vontade de dar às costas e fugir, mas ele é um Black. E os Black nunca dão às costas a um desafio. 

Tiago o olha em expectativa, enquanto Lupin lhe lança um olhar de apoio e ao mesmo tempo um olhar preocupado para a mesa da Sonserina. Black, com seus 30 segundos de coragem e bravura, para próximo ao lugar onde Tiago estava sentado e coça a garganta, pondo um pé sobre o banco para apoiar o violão.

- Sonorus. - Ele lança em si mesmo e no violão, colocando a varinha em seguida novamente no bolso do sobretudo. A mesa dos professores o olha com curiosidade, mas o olhar dele está apenas em Tiago Potter, seu melhor amigo, sua mais antiga paixão. 

Ele passa a tocar o violão em um ritmo animado, atraindo a atenção das outras mesas agora. 

Potter, eu gosto do seu cabelo e de como você parece selvagem,

eu gosto da sua pele brilhando, da sua bela imagem.

Eu gosto da forma que você fala,

mas isso não é uma canção de amor.

Eu gosto da maneira que você se move,

como gosto das noites em que chove,

Eu sinto seu cheiro em minha Amortencia,

o cheiro de grama, suor e lar,

mas isso ainda não é uma música sobre amar.