Decem

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            Quando a noite chegou, Sirius e Tiago colocaram roupas trouxas, que eles só utilizavam em situações como essa. Black estava feliz por poder usar uma jaqueta de couro e jeans, Potter se contentava com a camisa de botões, não eram práticas para magia, limitavam um pouco os movimentos, mas com certeza eram mais bonitas do que as vestimentas bruxas. Assim que estavam prontos, Sirius pegou a mochila onde guardava a moto e os dois grifinórios saíram do salão comunal escondidos na capa da invisibilidade e seguiram até a Torre de Astronomia, onde estavam agora.

- Certo, qual a probabilidade de acordarmos o castelo inteiro? – Potter questiona, assim que guarda a capa na mochila, depois de Sirius desfazer o feitiço que fazia com que ela coubesse ali.

- Abaffiato. – Sirius diz, apontando a varinha para a fechadura, para que ninguém escutasse. – Vamos precisar ser rápidos, a moto vai fazer barulho enquanto estivermos nos afastando.

- As chances de sermos pegos são sempre as mesmas, vamos lá. – Desde que Sirius havia conseguido a moto, eles faziam algumas escapadas noturnas do terreno de Hogwarts, nada demais para não levantar suspeitas, apesar de Black ter quase certeza de que Minerva sabia algo, mas os protegia por conta de Tiago.

Black sobre na moto, esperando que Tiago o imite e então colocam os capacetes, ligando o motor da motocicleta e ouvindo o barulho da mesma, antes de estarem voando pela noite. Tão rápida quanto uma vassoura, Sirius era apaixonado pela moto, apesar de ter consciência de ser algo proibido. Não é como se ele se importasse com as leis exatamente.

- Nós vamos em qual? – Potter grita para ser ouvido, enquanto se agarra firmemente no melhor amigo, sentindo o cheiro dele na jaqueta de couro.

- Não sei, vamos descobrir! – Sirius grita de volta. Chegar na cidade trouxa demorava um pouco, mas apesar de não ser a boa e velha Londres, os dois bruxos já estavam tão acostumados com a cidade que a conheciam por inteiro.

Assim que a avistaram, começaram a descer, até que a moto voadora passou a ser apenas mais um veículo na noite escocesa. Não demorou muito até que encontrassem um pub onde a música os agradava, Sirius estacionou a moto em meio a outras tantas e ele e Tiago desceram, guardando seus capacetes no pequeno bagageiro da moto.

- Não podemos demorar muito. – Potter relembra, afinal, tinha quadribol no dia seguinte e se chegasse com muita ressaca, McGonagall iria mata-lo.

- Duas horas, acho que isso é o bastante. – Eles sempre estipulavam um horário para caso se perdessem em meio ao local, fossem em direção à moto. Sirius não beberia muito, já que estava pilotando, mas isso não o impedia de tomar algumas cervejas e aproveitar a noite.

Os bruxos entram juntos no local, sorrindo ao verem lotado, uma banda, provavelmente local, tocava um rock clássico, enquanto algumas pessoas bebiam próximo ao balcão e dançavam.

- Temos que admitir, eles sabem como aproveitar. – Sirius comenta, os olhos brilhando, antes de puxar Tiago até o balcão para que ambos começassem a beber.

Em algum ponto dentro dessas duas horas, Potter já se encontrava levemente alterado, a música o deixava elétrico, como se todo o seu corpo estivesse acordado e em alerta. Seu olhar recaiu sobre Sirius, sobre a forma como ele sorria ao flertar com homens e mulheres desconhecidas que provavelmente nunca mais veria, a forma que ele dançava como se fizesse parte daquele mundo. Desde quando ele havia se tornado tão bonito? Não que Tiago não soubesse disso, mas ele nunca havia percebido como o corpo magro e alto do outro se movia de forma tão graciosa, ou como o sorriso brilhante dele era tão brilhante e os cabelos negros tão negros. Tiago nem ao menos sabia quando fora que passara a se interessar tanto por ombros largos e maxilar definido. Talvez fosse o álcool em seu sangue e o recente término, mas ele jura que Sirius nunca esteve tão lindo quanto nessa noite.

Cervus et Lupus - Tiago e SiriusOnde histórias criam vida. Descubra agora