Acordei ouvindo meu computador cair da cama, levantei apressado para ver se tinha quebrado, sorte a minha que nem se quer arranhou.
Eu tinha dormido com ele em cima de mim, ontem depois que cheguei do encontro com Mônica fui falar com os caras no Skype. Eles me perguntaram tantas coisas sobre o encontro que depois de todas as perguntas eu me senti inseguro. Ela disse "Isso pode dar certo", mas exatamente o que seria o isso.
Eu me sentia de certa forma meio estranho por estar saindo com ela, porque a algumas semanas atrás ela simplesmente era a garota por quem eu fui apaixonado o colegial inteiro, e tudo bem porque já estava no fim do ano e eu entraria em uma faculdade que provavelmente fica bem longe daqui e esqueceria essa "fase".
Mas agora ela me deixa beija-la e a sua ideia é que isso pode dar certo. E se o Ammon estiver certo, namorar com garotas muito acima do que realmente conseguimos deve te fazer enlouquecer e ficar que nem aqueles caras idiotas e possessivos.
Eu não quero ser o cara que fica encanado com a roupa que ela usa. Eu não quero também me sentir inseguro o tempo todo nem ficar com medo de perdê-la ou de me magoar.
"Estou cansado de pensar besteira". Falei sacudindo minha cabeça afastando meus pensamentos.
Saí de casa e peguei minha bicicleta, eu só andaria por aí, mas mal vi quando eu parei em frente à casa dela.
A fitei imaginando Mônica entrando ali pela primeira vez para morar, talvez com as lágrimas prestes a cair com saudades da sua mãe e do seu pai.
"Ei" Ela disse assim que me viu parado, ela estava com um vestido e parecia estar feliz, enquanto eu me afundava em um drama desesperador. "Quer entrar? "
Fiquei um pouco embasbacado na frente da casa dela, mas resolvi entrar.
"Quero que você conheça meu pai". Ela disse mostrando um homem alto e sorridente, ele parecia ser aquele cara que sempre conta piada do pavê ou pa cumê.
" Senhor! " Ergui minha mão e ele a apertou bem firme.
"Qual o seu nome? " Ele disse.
"Eduardo".
"Muito prazer". Disse finalmente soltando minha mão.
"Mônica ainda não me falou de você". Ele disse a abraçando.
" Como se eu lhe falasse alguma coisa". Ela disse o fazendo rir. Senti-me desconfortável no início, mas ele era bem legal, e tirando as piadinhas ele era bem engraçado. Conversamos sobre a possibilidade de Mônica fazer medicina, e ela só nos olhava atenta, sem dizer uma palavra se quer.
"Mamãe a senhora ainda tem aquele álbum? " - Roger disse
"Não chega". Mônica me puxou, nos fazendo rir.
"Eu adoraria ver você neném'.
"Sai fora". Ela disse me empurrando. Eu estava me sentindo melhor depois das risadas em família.
Ela me levou até seu quintal e lá tinha um balanço. Nos sentamos e ficamos em silêncio.
'Acho que meu pai gostou de você". Ela disse
"Ele é muito legal".
Nos olhamos sérios. "O que você tem? " Ela perguntou.
Analisei bem a pergunta, o que eu tinha? Eu tinha tudo o que eu queria e não me sentia tão bem quanto deveria.
" Eu não sei".
"Não quero que você vá".
" Eu não vou a lugar nenhum".
Ela colocou suas mãos em minha nuca me trazendo perto de seus lábios. Ela os encostou bem leve e nos beijamos.
" Não se preocupe em rotular o que temos, deixa acontecer, as coisas tendem a melhorar assim". Ela disse me fazendo sorrir, me senti meio aliviado de certa forma por termos realmente algo.
Continua...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eduardo e Mônica
Teen Fictionlivro inspirado na música de Renato Russo. obs: O enredo é diferente. Essa é a historia de Eduardo um garoto tímido que tira ótimas notas, só tem quatro amigos e não sai muito de casa. Ele é apaixonado por Mônica, uma garota que todo mundo conhece...