vinte e três

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Vesti uma calça jeans mais nova e menos largada e uma blusa social, era noite de Natal então eu precisava me arrumar melhor.

No Natal passado fomos até a casa da minha tia, então pela lei na minha família esse ano seria na nossa casa.

A minha avó paterna já estava preparando a comida porque além de ter muito ciúme da minha mãe, também competia pela melhor comida. O que era maravilhoso porque sempre sobrava comida, e sinceramente essa é a única parte divertida do Natal. Porque todos os meus primos tinham a mesma idade que eu e eles eram meio que... Digamos melhores, em tudo. E meus tios ficam o tempo todo me questionando o porquê de eu ser assim e não como eles...

O André é o meu primo pior de todos, ele me irrita tanto. Em resumo minha família toda me ver como um personagem engraçado e desengonçado cujo ninguém se interessa.

Deitei no sofá com um pratinho de doces que me tirava do tédio, meu pai e meu avô discutiam como sempre e minha mãe ria de tudo que minha avó dizia, Dona Márcia era uma pessoa que nunca se irritava com ninguém, tirando eu.

Olho pela terceira vez meu telefone esperando Mônica responder minha mensagem.

Vou ficar com minha família um pouco, mas quando der fujo e chego aí.

Fico feliz em saber que pelo menos Mônica virá.

As músicas Natalinas começam e os convidados chegam aos poucos, o sofá que tinha vagas o suficientemente para deitar agora é pequeno de tanta gente que o ocupa. As gargalhadas escandalosas começam e as perguntas cabeludas também.

" Eu me lembro" Tio Valdir dizia rindo. "Da Meire quando arranjava namorado, eles pulavam a janela e o papai, que tinha uma espingarda na época, saía no meio da noite feito louco". Todos gargalhavam e Tia Meire corava.

Olhei mais uma vez o celular e mandei outra mensagem.

Já está vindo? :/
Calma amor eu vou aparecer aí.
Tá bom.

Voltei a olhar meus tios.

"E as namoradas Eduardo? " Todos me olharam. Sorri envergonhado. " Esse Eduardo é uma graça, O André não para de se meter nesses rabo-de-saia".

André me olha rindo, suspiro e levanto do sofá indo até a cozinha com minha vó.

Dou um beijo em sua testa. " E a comida vó? "

"Já ta pronta, Vamos gente, Vamos comer". Ela diz chamando todos da sala.

Sento-me deixando uma cadeira vaga ao meu lado, me sirvo e toda a comida em cima da mesa me deixa indeciso, ponho várias uvas com lasanha e mousse de maracujá ao lado.

"Eduardo a comida não vai fugir de você". Minha mãe disse indo até a porta.

"Oi querida que bom que veio! " Ela diz e todos param de se servir para olhar.

Mônica estava com um vestido colado ao seu corpo acima do joelho e seu cabelo estava solto sob seus ombros, espetacular.

Levanto-me apressado e vou até ela.

"Eu disse que uma hora eu chegava". Ela disse sorrindo.

"Que Pitel! " Disse meu avô fazendo minha vó dar um tapa em seu braço.

Todos a olhavam embasbacados dos pés à cabeça.

"Boa noite". Ela disse com vergonha.

"Você quem é? " André perguntou fazendo sua mãe lhe olhar feio.

"Essa é a Mônica". Disse mostrando seu lugar ao meu lado na mesa.

"Apresenta ela melhor menino! " Meu avô diz nos fazendo rir. "Você é o quê para o Eduardo meu bem? "

"Namorada" Ela sorri. E todos me olham surpresos, e foi como se eu tivesse vencido qualquer expectativa criada ali. Ela se sentou com vergonha e olhou pra comida, vi o quanto ela estava desconfortável. Apertei sua coxa por de baixo da mesa fazendo ela soltar um risinho.

Depois de comermos a sessão amigo oculto iria começar.

"Você quer participar meu amor? " Minha mãe pergunta a Mônica que está entre meus braços.

" Ah, eu só trouxe o presente do Edu, eu não sabia". Ela sorri sem graça.

" Não queremos participar mãe". Digo levando Mônica ao meu quarto.

" Isso é deselegante". Ela disse se sentando na cama.

"Tem razão, acho melhor voltarmos pra lá enquanto minha família te olha disfarçadamente". Ela me olha revirando os olhos. "Então depois eu lhe dou o seu presente".

Ela salta da cama sorrindo.

" Ok só cinco minutinhos! "

Sorrio e mostro a sacola que está atrás dela.

"O que é? " Ela diz enquanto rasga com ferocidade a embalagem. Ela retira o jaleco branco bordado com seu nome e me olha confusa.

" Saiu ontem de madrugada a lista dos aprovados". Digo sorrindo.

Ela arregala os olhos me olhando estática.

"Você passou". Digo e ela corre até mim, me abraçando.

" EU PA -SSEI" Ela grita me abraçando com força.

"Você passou meu amor! Passou!"

" Não acredito!"

Enxugo suas lágrimas de felicidade e beijo sua testa. "Você merece" Sussurro.

Ela fecha os olhos voltando a me abraçar.

"Eu te amo Eduardo".

Continua...

Eduardo e MônicaOnde histórias criam vida. Descubra agora