24. (Pov Mônica)

873 90 30
                                    

Dia trinta e um de Dezembro de 2014, significantemente o últimos dia do ano, depois de uns dias eu vou viajar com Eduardo, só Deus sabe o que vai acontecer.

Simplesmente é a minha melhor época, a Bella Époque da vida de Mônica, porque a passei em medicina e b estou bem agora, bem comigo, com minha família, e c Eduardo entrou na minha vida. Poderia dizer o quanto eu o amo e como ele me faz bem, mas as vezes tenho medo de algo ruim acontecer e estragar tudo.

Hoje, o dia é mais especial pra ele do que pra mim, eles vão se apresentar pra cidade e eu estou muito ansiosa porque ele vai cantar uma música para mim.

Olhei meu celular e como esperado Eduardo mandou umas vinte mensagens, a maioria era foto de como está o palco. Uma chamada apareceu no visor me congelando.

Desliguei sem nem pensar, não queria o ver nunca mais.

" Você é linda".
Sorri olhando seus olhos cor Mel, passei meus dedos pela barba que crescia em seu queixo.
"Você me ama? "
Perguntei o vendo olhar para os meus cabelos.
" Eu vou me casar com você! "
Ri olhando para o teto do quarto.

" Mônica eu estou indo, você vem? " Minha avó perguntou.

"Vou, espera. " Me olhei no espelho pela última vez.
"Já estou indo" disse na mensagem para o Eduardo.

"Ele lhe falou que música vai cantar? "

"Não, espero que seja alguma que eu conheça".

Virei a cabeça olhando a janela do carro.

" Eu odeio você! " A menina gritava, suas lágrimas escorriam e seus olhos alternavam entre seu pai e eu.
"Calma, Eu vou explicar". Henrique disse e eu não sabia o que fazer, sua filha me olhava com nojo.
" Eu vou contar pra minha mãe nem pense em me convencer do contrário! " Ela se aproximou de mim e eu pude ver melhor seus olhos azuis, que agora estavam vermelhos, ela devia ter minha idade. " Eu espero que você esteja satisfeita consigo mesma ao saber que destruiu uma família! "

"Chegamos! "

Tirei o cinto de segurança, havia milhares de pessoas e Eduardo já estava no palco rindo de alguma coisa.

" E ai cunhadinha! " Disse Leonardo me abraçando.

"Você não devia estar no palco? "

" Já estou indo, só fui distribuir um pouco do meu charme pra aquelas gatinhas ali! "

"Você não presta! ".

"Oi linda! " Disse Rafaela, segurei em sua mão e caminhamos até perto do palco.

"Oi amor! " Gritei para Eduardo, ele me olhou sorrindo e jogou uma piscadela.

Rafaela ria das palhaçadas que eles faziam no palco. Já tinha bastante gente, e algumas barracas já estavam montadas para vender as bebidas.

"Você quer alguma coisa? " Perguntei a Rafaela.

"RedBull".

"Ok, já volto".

Caminhei entre as pessoas e algumas pisaram no meu pé e eu pisei no pé de algumas outras. " Eu quero um refrigerante diet e um RedBull". A moça assentiu e se virou pra pegar as bebidas.

" E eu quero você! " Alguém sussurrou no meu ouvido. Dei um pulo assustada e olhei para o lado. Era Henrique, ele parecia mais magro e mais alto.

"Com licença". Paguei e peguei as bebidas tentando sair de lá, mas muitas pessoas bloqueavam o caminho. Henrique puxou meu braço me fazendo tropeçar nos meus pés. "Henrique por favor! "

" Eu não entendo você".

"Eu vou me divorciar eu juro".

"Eu não quero saber, isso começou errado e não tem como terminar de outra forma". Ele me olhava com os olhos pidões e eu tentava ser firme.

"Por favor! " ele sussurrou me trazendo em seus braços, fechei os olhos tentando me controlar, mas não pude. Seus lábios já se envolviam nos meus.


" Mônica! " Lia me puxou pra longe dele.
" Me deixa Lia, eu sei o que faço".
"Você me pediu pra te ajudar e é isso que estou fazendo".
" Não quero sua ajuda agora".
"Você quer ajuda dos homens casados não é! " À olhei incrédula.
" Cala a sua boca, não se meta na minha vida!"
" Eu não estou me metendo, você que me pediu ajuda". Ela cuspia suas palavras as jogando na minha cara.
"Pois eu não a quero mais! "

" Não preciso que você entenda nada, só quero que me solte".

" Não vou fazer isso". Olhei para os lados e tinham muitos conhecidos meus ali.

"Então vamos para outro lugar". Caminhamos em uma distância respeitável entre nós até o final do palco, olhei de relance para o lado vendo Eduardo me procurar. Eles já tinham começado a cantar.

"Mudaram as estações" Todos gritavam "Nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu está tudo assim tão diferente, se lembra quando a gente, chegou um dia acreditar, que tudo era pra sempre" A voz de Eduardo era rouca e meiga, tudo que eu queria era está lá gritando por ele.

"Antes que você diga qualquer coisa, eu sei! Eu errei em fazer tudo o que eu fiz, mas eu quero me casar com você eu já pedi o divórcio e... "

"Não, não, o que você pensa que está fazendo Henrique? "

"O que? "

"Isso não vai acontecer, definitivamente não! "

" Por que? Você me ama também". Suspirei tentando ficar calma, Henrique deu dois passos na minha direção. Passou sua mão em meus braços e eu encostei minha cabeça em seu peito.

"Eu amo outra pessoa" sussurrei.

"Não" ele disse de olhos fechados. Afastei-me dele antes que tentasse algo. "Não importa, você também me ama"

Neguei com a cabeça, ele passou a mãos nos cabelos.

"Vou fazer você lembrar disso! " Ele disse me puxando brutalmente.

"Me larga! " Tentei o empurrar, isso era o que mais odiava nele, não sabia me ouvir e nunca me respeitava, e durante três anos eu fui uma trouxa por nunca ter o largado.

"Me solta" Eu dizia mexendo meus ombros, ele beijava meu pescoço até a parte da minha orelha.

"Será que eu estou atrapalhando? " Ouvi aquela voz atrás de mim. Virei rápido assustada, vendo Eduardo ainda com o violão pendurado em seu ombro.

Dei um soco no peito de Henrique o afastando de mim correndo até Eduardo.

"Calma Edu". Disse segurando sua mão.

"Me larga! Ele me empurrou de forma bruta, o olhei incrédula, não acredito que não me ouviria antes.

"Eduardo volta aqui! " Gritei e minha voz saiu mais aguda do que esperava, já sentia o nó na garganta. " Você não cansa de destruir minha vida? Disse a Henrique, ele tentou me abraçar, mas o empurrei com raiva.

Continua...

Eduardo e MônicaOnde histórias criam vida. Descubra agora