VIII

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Engolir seco decidindo por vez não baixar a guarda sobre os olhares assassinos que tinham sobre mim. O foco foi rapidamente direcionado para o céu quando outro trovejo soou mandando uma rajada de chuva.


Aquele foi o momento em que eu eu olhei desesperadamente para os lados atrás de um abrigo que não fosse a casa a minha frente, sendo tarde quando ela entrou abrindo mais a porta e seu pai me levar junto ao fazer o mesmo. Instalou um silêncio perturbador enquanto os dois se sentavam no sofá. Não me atrevir a dá um passo a mais continuando parada próximo a porta até o mais velho fazer um sinal para mim sentar.


Foi o que eu fiz esperando não ser bombardeada por perguntas ou críticas de suas partes. Michael começou tirando seu blazer colocando ao lado e Lauren cruzando as pernas apoiando o cotovelo no braço do sofá, tentando no máximo não olhar diretamente pra mim.


Michael - Quer algo para beber Camila?

Me assustei com a pergunta percebendo a mesma reação no olhar de Lauren. Não era aquilo que eu esperava, o mínimo que imaginei foi ele me ameaçando com um taco de baseball mandando eu pedir perdão por tudo.

Camila - Não.

Michael - Certeza? - lhe encarei direitamente afim de perguntar qual era a sua intenção, mas né, não tive coragem - Lauren, traga uma água pra ela.

Lauren - Quê?!

Reclamou indignada descruzando as pernas fixando o olhar tranquilo de seu pai, ele não demonstrava raiva, mágoa ou qualquer sentimento negativo quando se dirigia pra mim. Parecia saber o que estava fazendo, o que me assustava, relaxando as costas na única poltrona ali.

Mesmo contra sua vontade, Lauren bufou indo até a cozinha voltando com água em mãos, ela apertava o copo puramente com raiva como se quisesse quebra-lo, talvez fosse isso só que na minha cabeça.

Voltou para o seu lugar e encarei disfarçadamente a água procurando algum vestígio de pó, só pra constar que ali não tinha veneno. Ele ainda me olhava calmo e deduzir mentalmente que não seria capaz de me fazer pagar daquela forma, certo. Conhecia bem Michael, e ainda que me tivesse sido como um segundo pai, não poderia entregar as cartas sem antes saber o que se passava pela sua cabeça, pois como dizem os mais calmos são os piores.


Bebia a água confiante pondo o copo na mesinha ao lado pronta pra ouvir o que quer que seja, mas se levantando de novo ele vestiu outra vez seu blazer fitando através da janela a chuva se amenizar lá fora.


Michael - Suponho que já estivesse de saída?

Camila - Sim. Eu já iria embora.

Michael - Te levo até sua casa, vamos?

Lauren se pôs de pé quase surtando com as atitudes do seu pai e quando estava prestes a pergunta-lo sobre o que tava havendo, ele se despediu ordenando que eu o seguisse.

Sentir minhas costas queimarem pelo olhar dela a medida que caminhava pra fora, sem ter coragem de olha-la pela última vez. Ele me esperava segurando a porta do passageiro em baixo do sereno que aínda prometia outra tempestade, entrei e segurei minhas mãos sobre meu colo encolhendo os ombros por causa do frio.

Evitei olhar para si afim de não querer um assunto que invertesse o clima, por tanto mantive meu foco para a janela percebendo que, depois de muitas outras ruas, haviamos passado da que indicava a casa de Lucy.

Camila - Shr.Michael, já passamos do lugar aonde estou.

Ele nada disse além de dar o balão na rua seguinte percorrendo o trajeto de volta para estacionar em frente a casa. Ouvir as portas serem travadas e o carro desligado, e só então ele se pronunciou depois de todo esse tempo.

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