VI

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Meu limite havia atingido o ápice com Camila depois de mais um show de dramas. O que me deixava puta não era o fato dela querer se livrar de mim, mas sim de insistir tanto naquela mulher, qualquer assunto se tratava dela, qualquer discussão que tínhamos era sobre ela que já estava me enlouquecendo.

Lauren - Pode gritar o quanto quiser Camila, só fique sabendo que nunca vai voltar à vê-la!

Camila - Vc é uma doente, Insuportável!... Tô feliz por ter dito "não" no dia em quase me tornei a mais infeliz desse inferno!

Cuspiu as palavras á uns centímetros do meu rosto mas impactando-as contra meu peito. Tranquei a mandíbula e os punhos recuando do quarto batendo a porta na força do ódio.

Me guiei para fora ligando meu carro partindo pra bem longe onde eu não sentisse sequer seu cheiro ou sua presença.

Parei no park central da cidade o qual agora estava menos movimentado, se passavam das 23h e por mais que eu quisesse me afundar em qualquer bebida alcoólica precisava necessitadamente de um tempo solo, tinha que por em ordem minhas idéias frustrantes tendo que aceitar o silêncio e frio que a noite proporcionava.

Cameron - Lauren?

Lauren - Cameron. Andando por aqui?

Cameron - É, só tô circulando. Agente não se ver desde a festa, o que tem feito?

Lauren - Merda, muita merda, mas não vem ao caso agora. Mora aqui perto?

Cameron - Não tô muito longe de casa, resolvi vadiar e parei aqui.

Se instalou um silêncio e não fizemos nada além de vigiar as poucas pessoas ali, então ele se manifestou.

Cameron - Traga?

Direcionei pra sua mão com um cigarro e aceitei sem delongas, acendi junto ele me esticando de forma confortável sobre o banco cruzando as pernas.

Cameron - Quem era ela?

Franzi o cenho antes olha-lo e ele revidar se curvando pra frente.

Cameron - A garota da festa. Vc não pareceu nada legal com ela.

Lauren - Ninguém importante.

Cameron - Se vc diz.

Traguei jogando devagar a cabeça pra trás, apoiando um braço sobre o banco. Por mais que eu esteja com uma boa sensação de alívio, ainda sim me dignei a pensar nela e no que eu tenho feito, o que me falta pra ter coragem de desistir dela sem que eu não me arrependa depois? Se eu á tenho longe a vontade de trazê-la pra perto é vulnerável, mas quando está perto começo a dúvidar das minhas questões sentimentais, chegando à conclusão de que eu sou muito burra em ser insistente.

Cameron - Não tava muito afim mas tenho que ir, vou ter que madrugar pra começar a dá um jeito na minha vida vagabunda. Agente se fala?

Lauren - Agente se fala.

E foi embora.

Deixei o cigarro escorregar entre meus dedos, pisando em cima do mesmo voltando pro carro.

•••

A casa tava silenciosa, provavelmente ela já estaria dormindo me incentivando a fazer o mesmo. Ao passar pela sua porta ouço alguém fungar dentro do quarto, ela estaria acordada? Só tive a certeza quando abrir a porta me encostando no batente. Puxou a coberta mais pra si cobrindo o rosto avermelhado quando me viu.

Molhei os lábios chegando perto, ouvindo ela fungar mais uma vez.

Lauren - Porque tá chorando?

Nossa Vida (Camren) ¥¥Onde histórias criam vida. Descubra agora