Capítulo XV

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POV*NATASHA*

O que ela estava falando? Que história é essa? Eu não estou entendendo nada.

— Mãe, o que eles estão falando?

— Filha, isso não... – começou a falar meu "pai"? Já não sei mais.

— Chega de mentiras, Carlos, está na hora de falar a verdade. É a vida dela, ela tem o direito de saber. – fala Gabriel.

— Isso é tudo mentira, você é minha filha. MINHA.

— Carlos, está na hora de dizer a verdade...

— Eu esfou dizendo a verdade, Gabriel.

— JÁ CHEGA! PAREM DE DISCUTIR, VOCÊS NÃO ESTÃO VENDO QUE ELA NÃO ESTÁ BEM? ISSO NÃO FAZ BEM PARA ELA. – grita Luisa que até o momento não havia se pronunciado.

— Eu não estou discutindo com ninguém. E você baixe a sua bola menina – fala Carlos. – Eu sei o que é que faz bem para a minha filha.

— Sua filha nada, minha filha. – fala Gabriel.

— Chega, Carlos. Já chega. – fala Mariza – É chegada a hora de falar a verdade, ela merece saber. Filha, Natasha, você sempre vai ser minha filha, mas a Daniela está falando a verdade. Eu não sou a sua mãe. Me perdoe. – fala chorando.

— O que você está falando, Mariza, ela é nossa filha, nós a criamos. Demos tudo que ela precisava. Eles não, não fizeram nada. – diz Carlos.

—VOCÊS ROUBARAM A MINHA FILHA. – grita Dani em um ato desesperado. – A minha filha. O bem mais precioso que eu possuia. Vocês destruiram a minha vida, minha felicidade, quase acabaram com o meu relacionamento com o Gabriel. Vocês não tinham o direito. – fala aos prantos. Gabriel a abraça, nesse momento senti vontade de correr até seus braços e dizer em seu ouvido que tudo ficaria bem, mas consegui me controlar.

— Por que? Por que fizeram isso? – eu disse.

—Francamente, Natasha, era óbvio que eles não tinham a mínima condição de criar uma criança. Dani com 19 anos quando você nasceu, Gabriel 21 anos. Duas crianças criando outra criança. Isso não acabaria bem.

— COM QUE DIREITO VOCÊ FEZ ISSO? ISSO NÃO CABIA A VOCÊ DECIDIR. – grito – Como fizeram isso?

—Nós fugimos com você do hospital na manhã seguinte ao seu nascimento, como eu sou enfermeira e trabalhava no hospital foi fácil ter acesso a ala pediátrica e sair com você. Mudamos de endereço, emprego e tudo mais. Ninguém podia nos encontrar.

— E depois? – pergunto. Dani, Gabriel e Luisa escutavam com atenção.

— Depois registramos você como nossa filha. Um amigo nosso trabalhava no cartório, foi fácil. Eu consegui emprego nesse hospital que estou hoje e pegava leite materno para você, já que eu não tinha. E contratamos uma baba para cuidar de você enquanto trabalhávamos.

— Nós procuramos por você em todos os lugares, Natasha, contratamos detetives para te procurar. Sua mãe –olha para Dani – ficou arrasada. Nós discutimos muito por isso. Um culpava o outro pelo ocorrido, chegamos ao ponto de ir a justiça para nos divorciarmos, mas acabamos nos resolvendo e desistimos. Dez anos depois, dez longos e melancólicos anos, um dos detetives te encontrou. Pode parecer loucura procurar por uma pessoa por dez anos, mas em nenhum momento perdemos a esperança de te encontrar. – fala Gabriel

— O detetive nos passou todas as informações de onde você estava. Estávamos decididos ir te buscar e colocarmos os dois na cadeia. Mas, quando vimos você chegar do colégio agarrada no colo de Carlos, feliz contando o que havia acontecido na escola. E disse: "Papai, será que a mamãe vai gostar disso?" E mostrou um desenho que tinha feito. Aquilo foi como uma punhalada no meu coração. – chorar mais – Você estava tão feliz, tão bem. Nós não podiamos estragar a sua felicidade, por mais que isso nos doesse. Nos mudamos para essa cidade, terminei minha faculdade, Gabriel a dele e começamos a trabalhar por aqui. O pai de Gabriel abriu uma filial da rede de mercados aqui para ele cuidar. Durante todo esse tempo nós estivemos com você, sempre. Mesmo que você não nos visse, nós estávamos lá. No seu aniversário de 15 anos nós precisávamos te dar um presente...

Entre Nós (1° Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora