me faça viver || Park Jinyoung

aquele em que Jinyoung tenta dificultar tudo.

ALERTA DE GATILHO: assédio sexual e tentativa de estupro.

Os dias haviam passado rápido, já fazia cinco dias que eu estava trabalhando para os Park. A rotina ainda não estava muito certa, mas eu acordava às 7h e me apressava para conseguir os dois ônibus que me levavam até um quarteirão próximo ao prédio de Jinyoung; chegando no apartamento eu preparava o café da manhã para ele e já o acordava; quando o relógio marcava 10h, eu saía de lá e corria novamente até o ponto de ônibus para depois pegar o metrô que me levava diretamente para a faculdade. No período da noite eu conseguia pegar carona com a Amber, eu ia de ônibus e ela passava para me buscar depois de eu ter feito o jantar e ter feito uma pequena limpeza no apartamento. Eu também precisava esperar Jinyoung tomar banho, ele era sim independente neste quesito, mas eu ficava insegura com medo de que algo ocorresse e eu não estivesse por perto.

Nos dois primeiros dias em que eu precisei fazer toda essa maratona de ir e voltar, eu pensei que fosse desmaiar no caminho. Sempre estive acostumada em fazer as coisas com calma, por não ter um carro ainda, eu saía mais cedo de casa para conseguir chegar na faculdade e aproveitar um tempo livre, mas com a nova rotina era como se não importasse o quão cedo eu saía de casa, eu sempre chegava na faculdade faltando cinco minutos para as aulas começarem. Felizmente, eu tinha orientação durante as terças-feiras e conseguia descansar um pouco antes de ir até o apartamento de Jinyoung.

Saí de casa no horário de sempre e cheguei até o apartamento de Jinyoung, por algum motivo, havia sido muito complicado acordar ele, talvez ele tivesse ido dormir tarde. Eu o chamei uma, duas, três, quatro vezes até ele finalmente resmungar com mau-humor dizendo palavrões e pedindo para eu deixa-lo em paz, resolvi deixar ele dormir mais um pouco e fui para cozinha preparar o café da manhã. Depois de dez minutos eu voltei até o quarto e ele ainda dormia, eu não podia mais ficar ali esperando ele acordar, do contrário eu chegaria atrasa e eu não sei se o sr. Peer aprovaria. Disse a Jinyoung que o café estava posto na mesa e que eu precisava sair, ele sequer se mexeu. Sai apressada e peguei o ônibus, o percurso foi tranquilo e eu consegui chegar na faculdade com vinte minutos de tempo livre. Fiquei lendo o que havia escrito na noite anterior, meu artigo estava longe de estar perfeito, mas eu sei que conseguiria melhorar. O sr. Peer apareceu perto de mim e me disse que nós faríamos a orientação na biblioteca da faculdade naquele dia, eu o segui e nós escolhemos uma mesa próxima aos livros sobre arte contemporânea.

— Conseguiu fazer muito progresso, querida? — sr. Peer começou, essa era a forma como ele chamava todas as mulheres que falavam com ele. No começo isso me incomodou, mas com o tempo eu me acostumei e nem me importava mais.

— Eu tentei melhorar aqueles dois parágrafos que o senhor me indicou, mas eu não sei se fiz certo.

— Deixe-me dar uma olhada. — ele disse e eu empurrei meu computador para ele.

Enquanto ele estava concentrado lendo, eu parei e fiquei olhando a forma como ele estava. Eu não era boba, sabia que ele era um homem extremamente atraente, por diversas vezes Amber havia me dito que eu era boba por não aproveitar e tirar uma lasquinha dele, já que, eu era a única mulher para quem ele dava orientação, o resto dos orientandos era homem. Eu sempre lhe dava a mesma resposta, algo daquela forma nunca poderia acontecer, nós tínhamos uma relação profissional. Ele era meu orientador, um professor e, sim, ele era atraente, mas eu nunca colocaria a minha reputação em risco só por alguns minutos de diversão. Eu acredito que passei muito tempo o observando que nem percebi que ele me olhava de volta, caí na realidade quando ele me passou o computador de volta e começou a falar:

— Você fez um ótimo progresso. Estou impressionado, ficou bem melhor do que eu esperava. — ele disse enquanto dobrava as mangas da camisa social branca que ele usava.