Como sempre, o tempo vou, esta semana, foi de loucos, até parece que foi feita mesmo para mim. Fiquei quase todos os dias a trabalhar até às duas da manhã, a preparar as apresentações, isto porque, a apresentação oral é dividida e cada um apresenta a sua parte do PowerPoint e, obviamente, fiquei com a parte mais difícil de perceber e explicar. Todos os meus minúsculos intervalos, tive reuniões para decidir quem prepara e traz a comida. Para não falar, claro, que tive que ajudar a colar cartazes. Com certeza, que tudo isto não chegava então, ainda estou a organizar a minha festa de anos, que vai ser na outra sexta, mas já tenho quase tudo comprado e planeado. Resumindo, acho que almocei uma vez durante esta semana, se não fosse louca de certeza que já tinha ficado completamente doida.
Passou tudo muito depressa, já eram sete e quando olhei para o salão, estava incrível! Fiquei mesmo orgulhosa do trabalho de todos é uma prova viva que se quisermos e trabalharmos em equipa conseguimos organizar tudo e fazer uma festa de "arromba", em pouco tempo. Bem, já estava na hora de me pirar para o meu sofá. Passado dez minutos já estava em casa, o colégio não ficava muito longe, então quando não chovia, gostava de ir a pé. Já passava das onze, estava quase a adormecer no sofá de calções justos e aquela sweat gigante, quando a porcaria do telemóvel teve de tocar. Que rica sorte que eu tenho! As coca-colas tinham acabado, sorte deles talvez, que eu tinha umas de reserva para os meus anos. Não pensei em mais nada, nem levei o telemóvel e fui a correr resolver o problema. Afinal, quem é que tinha feito mesmo a contagem das bebidas?!
Quando cheguei entrei logo pelas traseiras, foi rapidíssimo, entreguei as bebidas e tudo estava a correr às mil maravilhas, exceto este pequeno pormenor. Estava a chegar ao corredor que dava acesso à saída, quando na esquina, bato contra um poste. Heiiii! Eu conhecia este poste, quando olhei para cima, estava o Gui a agarrar-me para não me desequilibrar. Perguntamos os dois ao mesmo tempo "O que é que estás a fazer aqui?". Demos aquele breve sorriso, de constrangimento, aposto que estava corada que nem um tomate.
- Desculpa, diz tu. - As coca-colas acabaram-se, então como sou a responsável pela alimentação vim resolver a urgência. E tu? - Ahmmmm, como é que eu hei de te dizer isto? - perguntou bem baixinho, corou ligeiramente e passou a mão naqueles cabelos sedosos e negros com a noite sem luar. Olhou para mim, viu-me a alma, através daqueles olhos cinzentos, respirou fundo e meio que num sussurro, como num momento íntimo, disse-me: - Eu só vim à festa, para ver como tinha ficado o teu trabalho, observei durante toda a semana a tua exaustão de trabalhares na festa e não tinha nenhum interesse em ficar aqui. Os rapazes estão todos a babar-se para as gajas que se insinuam para cima deles. E não faz mesmo o meu tipo de coisa. Por isso, liguei-te, mas tu não atendeste. Então, ia ter a tua casa e perguntar-te se podíamos ver um filme. Desculpa, isto é estúpido. - virou-se, mas eu agarrei-lhe o braço e obriguei-o a voltar-se.
- Eu não te atendi porque deixei o telemóvel em casa, uma vez que ia sair por 10 minutos. Se quiseres, podemos ir ver um filme lá a casa. Tenho pipocas, parece-te bem?
- Com pipocas, fica impossível dizer que não. - Mas como é que ele consegue fazer me rir, mesmo quando estou a morrer de cansaço?
Estava um frio de rachar e a minha sweat, por muito mais confortável que fosse, não me aquecia, tinha as minhas pernas a congelar, quando o sinto a abraçar-me e a passar o casaco pelas minhas costas. Fiquei logo quente, provavelmente não foi por causa do casaco, talvez pelo seu perfume fabuloso que estava impregnado naquela peça de roupa acolhedora ou então o braço dele à volta da minha cintura. Eu deixei, o que era uma coisa diferente do que costumava fazer, não permitia que ninguém se aproximasse de mim, mas com o Gui é diferente, ele é único. Olhei-o e anui em tom de agradecimento. Quando chegamos a casa, estava tudo apagado e vazio de seres humanos, os meus pais tiveram que sair para ir a um jantar e só iam voltar daqui a muito tempo, vocês sabem como são os jantares de negócios, talvez a seguir passassem no casino, por isso tinha a casa toda para mim. Agarramos em dois cobertores, uma taça de pipocas e, muito rapidamente, escolhemos o filme. Decidimos que íamos ver um de terror, que não era assim tão grande e, a seguir se não estivéssemos cansados, víamos um romance. Vou ser muito honesta, eu não tenho medo de filmes de terror, normalmente, não me afetam, mas estava tudo escuro, a aparelhagem era fantástica e eu entrei completamente no filme. Houve uma parte, onde a boneca apareceu do nada, e nos sabemos que os filmes com as bonecas são os piores, dei um pulo tão grande que literalmente cai no colo do Gui. Este lá me agarrou, com aqueles braços grandes e meio que num tom de riso disse "Calma, é só um filme!", "Engraçadinho" repliquei. Ainda apanhou com uma almoçada bem no meio da cara e voltei para o meu lugar.
De vez em quando, apanhava-o a olhar para mim e quando o 1º filme acabou ele, basicamente, colou-se a mim para escolhermos o romance. Estávamos mais ou menos a um terço do filme, quando uma parte mais digamos "picante", onde não tinha assim nada de tão especial, eram só eles a beijarem-se, ele começou muito de leve a fazer movimentos circulares na minha coxa. Eu deixei estar, será muito pecado ter gostado?! Não que eu acredito muito nisso, mas eu sou uma pessoa completamente diferente quando estou com ele, nunca deixei ninguém entrar na minha vida tão facilmente. Será que estou a insinuar-me muito? Já não sei de nada, as pontas dos dedos dele estavam a enlouquecer-me. Para não me facilitar ainda mais as coisas, ele passa o nariz pelo meu pescoço, sinto a respiração dele bem encostada ao meu ouvido. Nenhum pelo do meu corpo ficou por se arrepiar, ele percebia o efeito que me causava e usava-o contra mim, ele sabia que mais cedo ou mais tarde ia acabar por ceder. Bem de leve, ele deu-me uma mordida no lóbulo da orelha e num sussurro quase inaudível pediu-me autorização, "Posso?". Eu como uma "boa" menina, anui e ele lentamente virou-me a cara, colocou as mãos nas minhas bochechas, testa com testa, a minha pulsação estava aceleradíssima. Não consegui parar de olhar para os lábios dele, vermelhos, carnudos, convidativos a entrares com tudo, dentro daquela boca, que dava o sorriso mais bonito que alguma vez vira. Olhei-o nos olhos e como quem não quer a coisa ele colou-os nossos lábios. Timidamente, comecei a mexer a minha boca, a sentir o sabor dele, quando as nossas línguas se tocaram, um choque de eletricidade passou por todo o meu corpo. A esta altura, as mãos dele já estavam na nuca controlar o beijo. Mandão, gosto! Quando ficamos sem ar, depois de uma dança frenética entre as nossas línguas, ele passou os lábios à volta dos meus e deu-me uma mordida no lábio inferior e sugou, com carinho, com paixão. Assim que os nossos olhos se encontraram, sabia que o afetava tanto como ele a mim. Não dissemos nada e retomamos a nossa atenção à TV, com a pequena diferença que ele agora tinha o braço na minha cintura e eu estava encostada no peito dele.
O que nós éramos? O que é que aquele beijo significa? Curtimos e não passou disso ou então há algo mais? Eram demasiadas perguntas complicadas para uma mente tão exausta, neste momento só queria apreciar estar nos braços dele. Não sei o que acabou por acontecer, mas quando acordei já eram, duas e meia da manhã e no meu telemóvel tinha uma notificação do Gui. Fiquei um bom bocado a relembrar-me da boca dele na minha, do seu sabor, da sua mão à volta da minha cintura. Entre a madrugada, decidi ler a mensagem e ir tentar dormir "Tive que ir embora XuXu, dorme bem e sonha comigo...". Ah, mas que lata! Convencido! XuXu?! Porém, a verdade é que me deixou com aquele sorriso bobo na cara, até parece que estou apaixonada. Ahhhh, não! Nem pensar! Isso não é para mim. Então, por que raio não o consigo tirar da minha mente, o seu sabor, o seu toque? Quero mais, quero repetir, quero-o! É melhor ir dormir, se não ainda caio na tentação de lhe telefonar. Afinal, amanhã posso dormir até as três da tarde, uma vez que as aulas acabaram!
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Why me?
RomanceBecause I love you. Uma história de amor diferente? Uma rapariga demasiado embaraçada no seu mundo. Um rapaz perdido, sem rumo, levado pela maré da vida. Porquê ela? O que é que será que ele esconde para ser tão misterioso? Dizem que o amor enfre...