Hoje correu tudo ao contrário, estava planeado ficarmos o dia todo no sofá a vermos filmes, mas a Leonor teve a esplêndida ideia de irmos a uma discoteca nova! Esta semana vim para o Porto, os meus avós vivem numa aldeia perto da cidade e eu costumo ficar sempre cá depois do Natal. Os meus pais ficam sempre com dois ou três dias para eles, merecem, aturam-me o ano todo.
A Leonor, é a minha melhor amiga de infância aqui do Porto, uma vez que a casa dos pais dela é ao lado da dos meus avós e sempre nos demos muito bem. Se bem que quando ela me obriga a maquilhar, a vestir trapos demasiados pequenos e ainda por cima usar saltos, candidata-se sempre a levar com um sapato na cara. Temos que ser assim, brutos, se não ela ainda me rapta para ir estudar com ela. Não duvidem, ela seria capaz. Com os seus 160 centímetros, a mulher é feroz. Talvez por ela ser completamente extrovertida, o oposto da minha própria pessoa, dávamo-nos mesmo bem, ela fazia-me rir como numa louca.
Lá comemos alguma coisa e fomos ter a casa de uma amiga da Nonô às 23, apareceu lá imensa gente, uns conhecidos e outros que passei a conhecer. Realmente, as pessoas do Porto são muito mais calmas, lá na capital todos são muito stressados. Fomos em táxis diferentes e nem vos conto a vontade com que eu estava de ir passar uma noite qualquer na discoteca. Ainda nem tinha entrado e já me estava a queixar. A Leonor com muita pouca paciência puxou-me para dentro da discoteca. Uma onda bateu-me, era gente nova para todos os lados, as luzes e a música alta deixavam qualquer um com dores de cabeça. Faltava pouco para a meia noite, quando fui ao bar pedir uma bebida, estava a morrer de sede.
O mundo parou, alguém me tocou no ombro, eu conhecia aquele toque, nãoooooooooo, não pode ser! Já estou a imaginar. Estou com tantas saudades dele assim?! A verdade é que não houve uma hora em que não pensasse nele, até quando dormia. Assim que me virei, perdi-me como pela primeira vez, naqueles olhos cinzentos. Estava tão necessitada dele, precisava do seu cheiro, do seu toque, mas não! Não posso, ele não merece nada! Ele deixou-me, lá, sozinha. Senti-me usada, ele usou e descartou. Fiquei tão mal, que no dia a seguir não comi nada e passei o dia fechada dentro do quarto. Nem uma mensagem ele mandou, nem UMA! Que raio é que ele quer agora?!
Pedir desculpa para depois eu ir a correr atrás dele feita cadela? Não sou assim tão estúpida, achava eu.
Ele realmente estava arrependido, pelo menos era o que parecia. E, talvez, eu tenha exagerado, se calhar ele não errou assim tanto. Se eu tivesse mesmo ouvido o que ele disse, provavelmente não teria feito a cena que fiz. Mas a culpa não é nem um bocadinho minha! E ele sabe bem disso.
Que saudades eu tinha das mãos dele na minha cintura, da forma possessiva e exigente com que me beijava. A sua língua fervente em contracto com os meus lábios gélidos. Saudades do seu cabelo e a forma como eu os puxava para ter mais acesso à sua boca. Tinha saudades de tudo. Amava tudo e mais um bocadinho, amava todo o seu ser, toda a sua alma, simplesmente, amava-o! Ups! Eu disse-o em voz alta! O que é que eu fiz?! Mas será que eu nunca sei ficar calada. ALERTA VERMELHO, ALERTA VERMELHO! Sou mesmo burra! Eu nem me tinha apercebido e já tínhamos mudado de ano, bolas! O que é que eu fui fazer?!Fomos ter com o meu grupo de amigos e apresentei o Gui a todos, somente a Nonô sabia a história e depois o Gui apresentou-me os amigos dele. Normalmente, eu sou muito distraída, mas eu notei uma grande tenção entre a Leonor e o Daniel. Eram bastantes, mas quando a Nonô ia para cumprimentar o Daniel ela virou a cara e continuou a cumprimentar todos com o seu belo sorriso na cara. O Dani era um rapaz alto, ligeiramente mais pequeno do que o Gui, loiro e com cabelo cacheado. De facto, era um rapaz giro, mas ninguém supera o meu "olhos de tempestade".
- Hei, está tudo bem?! - Perguntei-lhe e passado dez segundos já estava a ser arrastada para as casas de banho. Assim que entrámos, a Nonô certificou-se que não estava lá ninguém e começou a falar.
- Lembraste que quando estavas a falar comigo sobre o Gui e eu contei-te uma história onde uma amiga minha tinha passado por uma situação parecida? - acenei positivamente. - Pois bem, eu menti-te. Essa rapariga era eu e o imbecil era o Daniel. - Não, como assim? Ela e o Daniel? O amigo do Gabriel? Eles até que ficavam bem...
- Então o que é que estás a pensar em fazer? Vais ouvi-lo e falar com ele ou não lhe queres dar uma segunda oportunidade?! Deixá-lo pelo menos explicar-se, não?
- Aiiiii, eu não sei. Eu acho que ainda gosto dele, mas aposto que já está com outra. Ele não sente nada por mim.
- Nunca vais saber se não experimentares, vai lá, fala com ele. - disse enquanto que a empurrava para o aglomerado de pessoas que se juntavam ao pé dos nossos amigos.
Já eram duas e meia e estava completamente exausta, doíam-me as pernas, os sapatos estavam-me a matar e já estava a sentir um ligeiro efeito do álcool. Como ia chegar tarde para não incomodar os meus avós ia ficar em casa da Leonor. Depois de uma boa meia hora, a Leonor e o Daniel apareceram agrados a dançar, pareciam, a cada segundo, mais apaixonados. Fiquei mesmo feliz por eles se terem resolvido. Eu tinha perguntado à Nonô e ela disse que não pensava ir para casa antes das seis da manhã. Ohhh, mas que coisa bonita! Agora fiquei uma sem-abrigo.
Já estava a morrer de rir quando o Gui chegou ao pé de mim com uma garrafa de água na mão.- Por hoje chega de álcool! Amanhã não queres acordar com uma ressaca, acredita em mim, não é bom.
- Eu só queria uma cama, mas a Inês não vai para casa, entretanto. Estou a pensar ir dormir para a rua, o que achas? - perguntei ironicamente, já não consegui parar de rir. Ok, agora parecia mesmo uma doida!
- Anda vens comigo.
- Amhhhhhhh, como assim vou contigo? Vou contigo mesmo para onde?
Passado uns cinco minutos um taxi apanhou-nos e deixou-nos na casa do Gui. Assim que entrei, a primeira coisa que fiz foi descalçar-me, não aguentava mais um segundo dentro daquele inferno. Com uma mão, muito possessiva, na minha cintura indicou-me o caminho para o quarto dele.
- Fica à vontade, na gaveta de cima tens T-shirts minhas e na debaixo calções. Desculpa, mas não tenho mesmo outra coisa para vestires.
- Deixa estar assim está ótimo. Ahmmmm, Gui podes ajudar-me? - disse pondo o cabelo todo para um lado, estava em frente a um espelho, gigante e não conseguia desabotoar o vestido. Ele lentamente colou-se a mim, a minha respiração parou. Sentia as batidas irregulares nas minhas costas e consegui ouvir a sua respiração irregular. Deu-me um beijo molhado no pescoço juntamente com uma pequena mordida. Calor, muito calor! Ardente, queimava! Preciso de mais! Enquanto ia descendo o fecho, ia lambendo, mordendo, beijando, arranhando. Cada movimento fica mais arrepiada. Não me consegui-a mexer, estava completamente apanhada pelo momento, pelas ações, pelas sensações... Oh Meu Deus! Eu estou sem soutien! Entrei em desespero, pouco ar! Não consigo respirar! Que calor! Segurei o vestido à frente, enquanto ele continuava o seu processo de tortura. Assim que acabou, voltou a colar-se a mim, pôs as mãos à volta da minha cintura, deu-me um beijo na testa e sussurrou uma "boa noite". Bolas! Bolas!
Como aconteceu da outra vez, deixou-me especada a olhar para as minhas bochechas vermelhas, a tentar controlar a respiração e a minha postura. Que calor! Estou ardente, em brasa! Fogo! Estou a ferver por dentro e não consigo controlar. Preciso de um banho, tenho que apagar as impressões dele do meu corpo, senão não vou aguentar ficar aqui e vou a correr atrás dele.
O calor continua, a água quente escorre-me pelo corpo e cada gota faz-me lembrar do toque dele. Desejo-o, de uma forma insana, quero-o aqui, agora! Quero que as mãos dele passem no meu corpo, quero sentir a fricção dos nossos corpos! Quero-o! Provavelmente, é o efeito do álcool (espero).
Num ápice sequei-me e vesti uma camisola dele. Era realmente muito bonita, preta, com uma flor vermelha no canto. Aquilo ficava-me como um vestido, então nem calções vesti.- Essa é minha camisola favorita.
- Desculpa. Se quiseres, eu troco. - disse com a cabeça baixa, ele tratou logo de a subir para que eu lhe olhasse nos olhos.
- Hei, ela fica-te tão bem, melhor do que a mim. Se não te importares dormimos na mesma cama. Senão o sofá espera-me!
- Não há problema. - E assim ficamos, em conchinha, como sempre, o braço dele à volta da minha cintura. Mesmo a dormir ele era possessivo, mas eu não me importava nem um bocadinho, especialmente, porque estava exausta e dormir nos braços dele é o mesmo que dormir nos braços de um anjo.Sabia que eu era tanto dele como ele era meu, e com este pensamento adormeci.
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Why me?
RomanceBecause I love you. Uma história de amor diferente? Uma rapariga demasiado embaraçada no seu mundo. Um rapaz perdido, sem rumo, levado pela maré da vida. Porquê ela? O que é que será que ele esconde para ser tão misterioso? Dizem que o amor enfre...