Coffee for 3 (Bakugou, Todoroki × Reader)

O que eu fiz pra vocês?

E lá vamos nós ver até onde consigo chegar. Nas horas do intervalos eu ficava super agitada e arrastava a minion pelo braço pra dar uma voltinha, vendo se conseguia ver um dos meninos pelo menos. Era mais difícil do que imaginava ver um deles. Eu passei o dia todo na ansiedade e sem um sinal de vida deles sequer. Fui para o dormitório, dei umas voltas nas salas de treinamento. Nada. Que tédio.

No dia seguinte eu me arrumei e decidi que nada ia me abalar. Eu e meu café estávamos decididos a não voltar pra vida de antes. Felizmente eu vi Bagukou de longe, mas ele nem me notou. Estava com o garoto de cabelo vermelho espetado e foi chegando cadê vez mais gente perto que parecia impossível ele me notar de longe. Eu vi ele de novo passando pela minha sala. Sem nem olhar para os lados passou reto por mim e tinha muita gente pra eu avançar nele, vai que ele ficasse full pistola e tentasse me agredir. Mais um dia morto.

No terceiro dia eu já tava com o ânimo lá em baixo. Meio que desisti de falar com eles durante o período de aulas. Só que fora dele também era difícil ver eles. Complicado. Felizmente no final da hora do almoço, eu agarrada no meu mousse de chocolate, eu vi Todoroki passar na direção contrária. Eu tava olhando pra ele com cara de cachorro perdido, certeza. Ele vinha na minha direção, sorriu, indicou com o dedo que minha boca estava suja e seguiu seu caminho. Não era pra gente treinar? Até o final do dia fiquei catando com os olhos o rapaz, nem sinal de vida. Ele esqueceu do que a gente combinou será?

Ok. Era sábado, quarto dia. Não tinha aula mas tinha uma palestra de um herói estrangeiro sobre pobreza, desenvolvimento e a destruição de cidades. A minion me deu mó bolo dizendo que lançaram um novo jogo e ela precisava jogar. Eu falei que apareceria mais tarde pra jogar com ela. Aquele troço tava um fracasso, não tinha muita gente e as pessoas não prestavam atenção apesar do assunto ser legal. Eles só não devem ligar pra destruir coisas, tipo casas de família, nada demais afinal. O dia tava horrível, tava frio, eu tava morrendo de dor de cabeça por causa da minha individualidade, tava com fome já e sentido sono. Meu humor não podia tá pior. Até que vi... Ah eu vi... eu vi o Bakugou numa fileira bem mais frente com a Uraraka. Ah eles são só amigos, ok. Mas tá só os dois... será que a minion sabia de algo e não me contou? Ah as paranóias. Minhas velhas amigas me visitaram. Tava complicado lidar com tudo.

Mas aquilo né, a famosa Lei de Murphy. Sempre pode piorar. Acabou a palestra, eu saí observando os dois na maior normalidade. Só que ele me viu. Eu esperava pelo menos um olhar com cara de bunda. Ele simplesmente olhou e virou de volta. A indiferença me pegou de jeito. Quando eu saí do lugar, começou a cair o mundo. Frio e chuva, tudo o que eu queria. Eu mencionei a Lei de Murphy, né? Quem dera fosse sobre o olhar do Bakugou. Eu tava sem guarda-chuva e na minha plena raiva eu resolvi andar na chuva mesmo. No máximo ia cair um raio na minha cabeça, mais fácil do que falar com um dos dois. Mas claro, eu resbalei, me sujei toda e ainda ralei o joelho. Eu tava a pura carcaça da raiva encarnada. Tomei um banho quente e fui dormir. No meu domingo eu só não quis saber de nada e nem ninguém e fiquei reclusa, segunda eu talvez pudesse pensar em fazer algo diferente.

O que eu sabia e sentia é que tinha perdido a esperança. Talvez foi só uma ilusão passageira. Talvez uma espécie de mercúrio retrógrado fez os dois agirem no mesmo dia daquela forma. Fiquei sabendo que a turma deles ia fazer uma viagem especial. Por que a minha também não vai mesmo? Foi complicado passar uma semana na ansiedade e agora vão ficar longe por mais uma. Aposto que quando voltarem da sua grande aventura, voltam também sem nem lembrar meu nome. Será que é karma e eu tô pagando pelos pecados da minha família?