Coffee for 3 (Bakugou, Todoroki × Reader)

Na realidade, vocês me irritam.

Eu andava no mundo da lua, definitivamente. No entanto, sempre atenta aos comentários a respeito da minha pessoa. Era bom do nada ver um "inseto" pegar no olho da pessoa "sem querer" enquanto diziam coisas maldosas. Achava super errado futuros heróis terem esse tipo de ética. Então eu apenas aplicava a minha justiça divina a eles, variando de objetos voadores e tropeções voluntários. Claro, com todo cuidado do mundo para não me ver usando minha individualidade fora da aula.

Estava bem tranquila mas ansiosa também esperando os meninos voltarem. Até tentei puxar assunto com Bakugou por mensagem e a única coisa que ele me contou é que estava um tédio aquela viagem e então não quis puxar mais assunto pra não parecer desesperada.

Fiquei o tempo todo me questionando sobre a atitude de Todoroki. Até questionei a Minion algumas vezes mas só recebia comentários tipo "quando ele te beijou deve ter sentido as tuas más intenções e saiu correndo", "aposto que tu tá contando algo errado e tu fez algum mal pro rapaz" e "pare de pensar nisso, eu também correria de você se te conhecesse melhor", ninguém me leva a sério pelo visto.

Finalmente chegou o dia deles voltarem, se eu tivesse um rabo com certeza ele estaria se mexendo sem parar. É sábado, então acaba sendo mais fácil de convidar algum pra sair. Se eu der a sorte de achar algum pelo caminho entre os dormitórios. E o universo continua a meu favor, 10x0 pra [s/n]. A stalker está com tudo hoje.

Achei um loiro com cabelo espetado vestido de preto, me senti o próprio lobo indo atrás da chapeuzinho vermelho. Estava com carinha de cansado, talvez não fosse o momento certo para falar com ele, talvez esteja de mau humor pela longa viagem. Quem liga, eu já tô sem paciência, não vou esperar outro dia.

- Boa tarde senhor carranca. Como foi a viagem?

- Ah é você. Não é uma boa hora — ele falava bem manso e até baixo — eu não tô com paciência pra aguentar seu humor todo animado.

- Nem tô ué. Quer ajuda com algo?

- O que você quer?

- Vingança.

- Do merda roxo? — concordei com a cabeça e um sorriso — olha só, você nem precisa de ajuda, se ele joga uma daquelas coisas nojentas da individualidade dele, você só pega no ar e joga de volta, eu sei que você é capaz.

- Você tá negando violência gratuita? Quem é você?

- Eu já falei, não tô com paciência então não enche.

Eu fechei a cara. Não era minha intenção incomodar ele mas ele até que podia dar mais abertura.

- Poxa, só queria uma atençãozinha fazendo um dramazinho.

- A sua vida já é o drama.

- Exato. Se quiser eu me jogo aos seus pés e falo "¡Óh Juan Katsuki! ¿por favor, quieres tomar un cafe conmigo?".

- Novela mexicana?

- Sim.

- Bateu a cabeça quando criança?

- Sim.

- Tsc. Você é doidinha. Ok, aceito seu convite estranho.

- O que vocês vão fazer?

Uma voz conhecida congelou minha espinha. Depois que eu recuperei o fôlego, mas não a cabeça comecei a ficar nervosa. Tinha que me acalmar antes de fazer merda.

- Boa tarde, Shouto. Tomar café, gosta?

- Prefiro chá. Posso ir junto?

- Não. — falou o mau humor encarnado.