Me peguei entristecido por não vê-la na praia, parei debaixo de um coqueiro torto pelo vento, amarrei meu corcel baio. Me sentei na areia observando as pessoas irem embora, o sol começando a se pôr. E vejo um cavalo descendo a encosta pela montanha verde, veloz como o vento. E nele alguém de braços abertos, eu não conseguia ver a cor do cavalo, só vi que ele estava sem rédeas ou qualquer tipo de encilha.
Desceram o pequeno lago que encontrava o mar que estava tão calmo que parecia uma extensão do próprio lago, seguiram correndo agora por dentro da água, o cavalo começou a entrar mar a dentro e a moça de cabelo esvoaçante pulou dele ainda em movimento. Fiquei de pé. Será que ela precisa de ajuda?
Montei e fui até ela, minha pele arrepiou a poucos metros dela que ria olhando o cavalo pular no mar. Lucy, com certeza, sua gargalhada era tão linda e gostosa de ouvir, que não parecia a mesma garota prepotente de mais cedo. Antes de eu dar meia volta meu cavalo bufou e ela se assustou olhando para trás.
— O-Oi Lucy?!
— Majestade!— Disse ela com aquele mesmo tom sarcástico.
— Por favor. . .
— Foi mal Liam!— Disse zombeteira.
— Quer ajuda, perdeu o cavalo?— Falei descendo.
— Não, e não o perdi, trovão gosta de brincar no mar e quando não o trago fica. . . ansioso.
Sem sua permissão sentei a uma distância considerável.
— Costuma vir sempre aqui?
— Isso é uma cantada?
— Ah!— Fui pego de surpresa.— Não, eu não. . . desculpe. . . não . . . eu. . .
Lucy começou a rir de minha falta de palavras, sua risada virou gargalhada e meu peito se encheu de uma suavidade me fazendo rir junto dela.
— Desculpe!— Disse ela.— É que foi hilário ver você atrapalhado.
— Desculpe também, eu perguntei porque costumo vir aqui pra cavalgar e nunca a vi!
— É, eu costumo vir quando não há mais ninguém na praia.
Nisso o cavalo dela sai da água em nossa direção.