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— O que aqueles malditos querem? — Esbravejou meu tio.

— É o que vim descobrir. — Disse minha mãe. — Eles querem suas divindades de volta, mas não sabemos o que é, Julian mandou um espião para a ilha para descobrir o que são, mas temo que não consiga voltar.

— Tija traga minhas runas! — Disse Ibsen.

A cobra entrou em um corredor e voltou com um saquinho na boca, eu jamais tinha visto tal coisa.

— Obrigado Tija.

A cobra subiu em volta do pescoço de Ibsen e se aninhou enquanto ela preparava uma mesa.

Sentei de volta ao tronco sopesando o que eu acabara de testemunhar. Minha mãe e tio se reuniram em volta da mesa redonda.

— Pergunte! — Disse Ibsen com uma voz que não era dela.

Levantei a cabeça indo em direção a eles.

— O quê são as divindades? — Perguntou minha mãe.

Ibsen jogou pedras de rio com runas sob a mesa. Senti um tremor no peito, Ib virou os olhos.

— Vejo espinhos. . . e flores? — Ela olhou para minha mãe.

— As divindades são plantas? — Perguntou minha mãe. — Onde podemos encontrá-las?

Outra vez Ibsen pegou as pedras. Algo fazia meu estômago se revirar.

— Não consigo ver! — Disse ela jogando-se em uma cadeira.

Cheguei perto da mesa e as pedras começaram a tremer.

— Se entregarmos as divindades será mesmo que isso evitará a guerra? — Perguntei.

Ibsen levantou ao ver as pedras se movimentando.

— Não haverá guerra se entregarem, mas se as entregarem tudo está acabado! — Disse uma voz antiga e rouca de dentro dela. Olhei em seus olhos cor de fogo.

— Onde as encontro?

— Já encontrou!

— Se as entregarmos, o que Hakon fará as divindades?

— Sacrifício, o sangue delas para purificar sua ilha e matar tudo o que há em volta, apenas a ilha prosperará. Nestas terras tudo morrerá de sede, fome e tristeza.

— E se eu as proteger?

— Então prosperará jovem rei, entre flores e espinhos, mas. . . vejo que não será fácil . . . há algo enevoado em seu caminho, tome cuidado. . . elas vão fugir antes da lua estar a pino está noite.

— O que faço?

— Traga-as para cá, Asgar e Ibsen cuidarão delas.

Eu não estava falando com Ibsen, era alguém mais velho dentro dela. Ela olhou tão profundo em meus olhos que a vi, uma anciã com a voz velha, o cabelo acinzentado e olhos lilases com estrelas rodopiantes brilhando, é como olhar para o universo.

— Quem é você?

— Não se demore Leãozinho, mesmo que os espinhos o machuquem e as flores o sufoquem, corra como o vento.

Então ela piscou e Ibsen desmaiou, Asgar a pegou antes que batesse no chão, sai correndo sem olhar pra trás montei em meu cavalo e corri pela floresta que me mostrava o caminho, isso é tudo muito louco, de alguma forma eu sei o que estou fazendo. Meu cavalo empinou em frente ao portão da casa delas com o puxão brusco que dei. Bati no portão com o punho.

— Lucy, Judy abra o portão! — Gritei.

Bati outra vez e um empregado me atendeu.

— Onde estão as meninas?

Entre a Flor e o EspinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora