Sentimos um a um serem devorados, cães e sei lá o que era o resto.
"Olá... Divindadesss... Princcccipe?!"
"Pelos Deuses!"
Era uma enorme cobra, eu disse enorme?
— Olá filha de Jörmundganderp! — Disse Judy descendo e fazendo um floreio.
"Podem me chamar de Tija"
"Ma-Ma-Mas você não é pequena?"
"Depende de quem olha" — Disse ela divertida.
— Vamos, precisamos levá-las pro chalé! — Disse meu tio.
Judy subiu em mim e segui meu tio, eu sentia como se a minha pele estivesse arrepiada. Eu enxergo tudo, sinto tudo, os batimentos e a respiração de quem estava a minha volta. Virei um pouco a cabeça e encontrei o olhar de Lucy, seus olhos estavam parecendo ouro líquida mas um brilho estelar lampejo brilhando como uma estrela. Ao chegar no chalé minha mãe e Ibsen nos aguardavam. Meu tio voltou a se transformar em humano. Judy e Lucy desceram de mim e fizeram um floreio.
— Majestade! — Disse Lucy e saltou ao ver Ib. — Por Morrigan é... Deuses vo-você...
— Calma sou eu sim, podem entrar.
Minha mãe parou na minha frente, eu deveria ser do tamanho de um cavalo pois tive de abaixar a cabeça pra ela me olhar.
— Consegue se transformar de volta?
"Eu não sei!"
— Precisa saber de onde sai sua magia, como se transformou?
Olhei em direção as irmãs. Que deram volta.
— Majestade se nos permite?! — Disse Lucy.
Minha mãe saiu da frente com um gesto de mão para que passassem. Baixei minha cabeça para que ficasse da mesma altura delas.
"Preste atenção desta vez Lian" — Disse Lucy dentro da minha cabeça.
"Sinta os fios e guarde o que colocou pra fora Lian" — Disse Judy dentro da minha cabeça.
Ambas tocaram meu peito com uma mão e meu coração disparou, quando a outra mão de cada tocou atrás de minhas orelhas eu senti os fios que Judy falou. Fechei os olhos sentindo fios dourados percorrendo por minhas veias, era quente, mas não queimava. Senti minhas pernas falharem e eu estava de joelhos diante das duas que me seguravam abaixadas a minha frente. As abracei uma em cada braço, minha respiração estava falha de alívio por ter as duas protegidas em minhas mãos.
— Vocês estão bem? — Consegui perguntar quando se afastaram para me ajudar a levantar.
— Graças a você! — Disse Judy.
Lucy virou minha mão e a olhou séria. Minhas mãos sangravam.
— Estou bem! — Falei as olhando.
— Vamos entrar! — Disse minha mãe.
— Judy?! — Disse Lucy.
— E se atraímos?
— Já atraímos Judy.
Judy suspirou e pegou meus punhos assim que entramos no chalé. Virou minhas mãos pra cima, olhou em meus olhos com aquele brilho prata líquido e pousou as mãos nas minhas. Senti a ardência passar e havia uma flor em cada mão.
— O-Obrigado! — Sussurrei.
— Devem estar com fome, querem biscoitos temperados? Suco de abóbora?