| VII |

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Quando acordou, era noite. O céu estava estrelado e sem nuvens, que brilhavam tanto quanto a lua cheia. Idylla se espreguiçou e levantou vagarosamente, até que uma faixa escarlate cortou o céu, terminando a alguns metros de onde ela estava.

Movida pela curiosidade, a jovem resolveu investigar e viu uma espada caída na grama, que se parecia com aquela que tinha na estátua de Hades.

"Pegue, Idylla." a voz de Hades voltou a ecoar "Mas vou desaparecer por um tempo depois disso".

– Não! Então não vou fazer isso. Não quero que você suma, pai.

"Vamos nos ver novamente em casa, no Mundo dos Mortos. Até lá, Hypnos e Thanatos vão te guiar".

Os deuses gêmeos apareceram novamente diante da garota e assentiram. O Imperador do Mundo dos Mortos, por sua vez, afirmou que isso não era um adeus, motivando a garota a pegar a espada.

– Garantimos que terá contato com o Imperador Hades novamente, senhora Idylla. Estaremos aqui para te guiar enquanto nosso senhor descansa por um tempo – Hypnos reconfortou.

– Pelo que acompanhamos ao longo dos anos, você não foi corrompida pelos ensinamentos de Atena – Thantos, observou. – Isso é bom. Significa que podemos continuar com os planos.

– Isso se ela concordar, Thanatos – o deus do sono advertiu. – O Imperador Hades foi claro quanto a isso.

– Que planos seriam esses?

– Sabemos de um meio para trazer o corpo do Imperador Hades de volta e, também, de restaurar o Mundo dos Mortos. No entanto, precisamos de você para isso, pois, por ter um corpo físico e ter o cosmo do nosso senhor, seus poderes estão em plenitude.

– Se for para trazer meu pai de volta, não tenho motivos para não ajuda-los. Além do mais... – Idylla olhou na direção do templo – Atena já deixou bem claro que minhas perspectivas sobre a humanidade estão erradas. É tão tirânica e egoísta quanto os humanos.

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Idylla foi envolvida por seu cosmo e, quando menos esperou, estava em meio aos escombros do submundo. Por mais que caminhasse, não via nada além de destruição. Em suas mãos, a espada começou a brilhar novamente, fazendo com que o cosmo da garota se elevasse mais por um momento.

Logo, a área ao redor de Idylla estava viva novamente: ela podia ver as flores dos Elíseos de volta ao normal e, conforme caminhava, a vida era novamente devolvida às plantas no caminho.

– Exatamente como prevíamos. – Hypnos e seu irmão apareceram diante dela – Apenas pela sua presença, o Mundo dos Mortos está se reconstituindo.

– E o que faço para restaurar tudo? – Idylla perguntou. – Até onde sei, o submundo é bem extenso.

– Faça seu cosmo chegar ao limite. Isso deve ser o bastante para abranger todo o território. Isso funcionava com o Imperador Hades, então suponho que o mesmo possa acontecer – Hypnos respondeu.

A espada de Hades acompanhou o elevar do cosmo da jovem, fazendo com que o poder daquela energia escarlate chegasse até o canto mais isolado do Mundo dos Mortos.

Idylla não acreditava que era realmente capaz de refazer tudo o que seu pai construiu, mas acabou se sentindo orgulhosa ao ver o resultado final. Em minutos, o submundo se encontrava completamente restaurado, como se nada tivesse acontecido.

– Ainda faltam os espectros, mas não precisamos de todos no momento. Imagino que apenas os Três Juízes são suficientes – Hypnos comentou. – Vamos para a Giudecca primeiro. Quando chegarmos, lhe direi o que fazer.

Herdeira do EclipseOnde histórias criam vida. Descubra agora