Família - Gabigol

11.9K 357 7
                                    

Assim que vi Gabriel, apressei o passo até finalmente chegar ao seu encontro. Seu corpo estava suado, por conta da partida que havia acabado a poucos minutos, mas não me importei em o abraçar e juntar nossos lábios.

- Gostou dos gols? - ele me perguntou assim que afastamos nossos rostos por alguns centímetros.

- É claro que gostei! - Gabriel sorriu.

- Um foi pra você e o outro foi para o nosso pequeno ou pequena! - meu marido disse enquanto alisava a minha barriga. Não pude deixar de sorrir.

Estávamos grávidos de quase 3 meses. Havíamos descoberto a pouco tempo e somente hoje decidimos que todo mundo poderia saber. Com a típica comemoração com a bola embaixo da camisa, Gabigol anunciou para todos os flamenguistas e para os torcedores rivais que seu primogênito estava a caminho.

Não poderíamos estar mais felizes, com toda a certeza. Ainda mais depois de descobrimos que eu tinha problemas para engravidar e de quase dois anos, com tratamentos e tentativas, conseguimos.

- Olha se não são os novos papais do ano! - Diego Alves disse chegando por trás de Gabriel - Estou muito feliz por vocês! - ele disse fazendo um toque de mãos com meu marido e me dando um abraço.

- Obrigada, Alves! - sorri - Mandou bem na partida hoje - comentei e o goleiro riu.

- Normal né, Ju!- Gabigol riu.

- Convencido mesmo! - o artilheiro comentou.

- Só digo a verdade, Gabigol! - Alves disse brincalhão - Vou lá tomar uma ducha! Tchau, Juju e vejo você depois, cabeção! - o goleiro depositou um beijo na minha bochecha e um tapa na cabeça do meu marido, me fazendo rir.

- Vocês são muito bobos mesmo! - disse rindo e Gabriel sorriu.

- Mudando de assunto: como você passou o dia hoje? Te deu muito enjôo hoje?

- Graças a Deus hoje não tive enjôo. Espero que não voltem porque eu não suporto ficar passando mal!

- Deu tudo certo no trabalho?

- Deu! Quer dizer, hoje tava tudo meio parada. Acho que seja por conta do feriado amanhã - Gabriel concordou com a cabeça - Aliás, consegui marcar ultrassom pra sexta. Será que você consegue ir comigo? Vai ser às oito.

- Tenho que ver ainda, meu amor! Mas com certeza vou dar um jeito de ir com você. É a primeira ultrassom! - os olhos dele brilhavam - Imagina ouvir a batida do coraçãozinho, já ver ele formado... - sorri, sentindo uma enorme ansiedade para a sexta.

- Acho que a gente deve até chorar na hora! - eu comentei e ele riu.

- Também acho!

- Ju! - Marília me cutucou - Consegui um Uber pra gente! Daqui 5 minutos.

- Ah sim!

- Parabéns, papai! - a esposa de Everton Ribeiro abraçou meu marido, que retribuiu.

- Obrigado, Ma!

Me despedi dele, já que além do carro que logo chegaria, Gabriel faria parte da coletiva com o Domenec hoje.

- Te vejo mais tarde, meu bem! - ele disse me abraçando e me beijando.

- Te amo!

- Também te amo muito! - ele me deu um selinho e nos separamos. Caminhei na direção de Marília, que se despedia do marido.

- Parabéns, Jujuba! - Ribeiro disse me abraçando assim que aproximei dos dois.

- Obrigada, Miteiro! - eu disse retribuindo seu abraço e ele riu do apelido - Vamos, Ma? - perguntei pra minha amiga e ela assentiu. Deu o último beijo no marido e seguiu caminhando ao meu lado.

- Meus filhotes devem estar no 12° sono uma hora dessa! - ela comentou olhando a hora no seu relógio e se referindo ao Augusto e o Antônio, que haviam ficado em casa com os pais dela.

- Eles não aguentam assistir o jogo todo?

- Não! Por isso mamãe achou melhor os quatro ficarem em casa. Mamãe e papai também não dormem tarde - rimos.

Chegamos na saída do Maracanã procurando pelo Uber. Havia muitos carros mas nenhum era o da descrição que Marília me falou. Depois de uns dois minutos paradas, finalmente o motorista deus as caras.

Adentramos no carro e meu coração gelou ao ver o motorista usando a camisa do Vasco. Espero que não seja nenhum daqueles fanáticos pelo time e que nem nos reconheça porque ele deve estar bem irritado depois da surra que o Flamengo deu no seu time.

- Pra onde as madames querem que eu vá? - o homem disse um pouco seco enquanto digitava freneticamente no celular.

Marília deu o endereço do condomínio onde moravámos enquanto colocavámos os cintos de segurança. O motorista deu partida no carro mas desviou do caminho que habíamos indicado.

- 'Licença! Mas acho que você tá no caminho errado!

- Quem é o motorista aqui? Eu ou você? - ele respondeu ignorante e ei olhei para Marília receosa.

- Será que você pode deixar a gente nesse próximo ponto? - Marília o perguntou.

- Escuta! Acho melhor vocês duas ficarem quietas.

Marília se encolheu no banco e eu peguei meu celular na bolsa, mandando mensagem para o Gabriel, comentando que a viagem estava um tanto quanto esquisita.

Uns 5 minutos depois o homem parou o carro e entrou um rapaz no seu lado, na frente. Ele deu uma rápida olhada pra trás e se virou.

- A que tá no banco atrás do seu é a esposa do Gabriel Barbosa! - o motorista comentou e eu gelei, olhando pra Marília - a outra é a do Everton Ribeiro.

- Só a daquele merda do Gabriel já dá um toque naqueles babacas, né? Que que tu acha? Ainda mais grávida! - meu coração acelerou.

- Olha só! - Marília falou - Eu vou ligar pra polícia! - ela disse pegando o celular na bolsa quando o homem parou o carro bruscamente. Os dois saíram do carro e abriram a porta dos nossos lados. O motorista jogou o celular da Marília longe e deu um tapa forte no rosto dela. Eu dei um grito mas não tive muito tempo pra tentar ajudar minha amiga porque o outro homem me puxou para fora e começou a me dar chutes. Coloquei meus braços sobre a minha barriga, tentando proteger meu filho mas o motorista chegou e os puxou.

- Para... Por favor! - eu disse suplicando em meio ao choro. Escutei Marília gritar por ajuda e de relance vi algumas silhuetas afastando os agressores mas de repente eu já não ouvia mais nada e tudo ficou escuro.

Imagines - FlamengoOnde histórias criam vida. Descubra agora