Capítulo 28- never ever

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Quando saímos do restaurante depois de pagarmos a conta o sol já estava mais calmo. Wesley tinha ido para o carro recusando qualquer ajuda nossa.

Nos aproximamos do carro de Wesley que estava estacionado não muito longe da moto de Jacob. Wesley encontrava-se no banco do carona com a expressão séria e rosto machucado, quando tentei abrir o carro do lado do motorista (porquê era óbvio que Wesley não iria dirigir naquele estado) a porta não abriu estava trancada e Wesley não se moveu para abri -la.

Atravessei para o outro lado do carro e Jacob me olhava sem entender, bati na janela do lado que Wesley tinha se sentado e ele depois de um tempo abaixou o vidro.

- Abre o carro . - Falei calma.

- Vocês não se divertiram. - Falou ele sério.

- O que ?

- Vocês não se divertiram. - Repetiu ele.

- O que isso tem haver? - Perguntei olhando em seus olhos que de alguma forma estavam vazios.

- O que tem haver é que eu estraguei a tarde de vocês. - Wesley quase gritava dentro do carro.

- Tá tudo bem... Vamos embora e cuidar dos seus machucados...

- Que machucados!? Foda-se os machucados! Tenho cicatrizes bem maiores que essas para carregar! - Dei um pulo de espanto, nunca o vi falar com tanta arrogância.

- Vai com calma cara.- Disse Jacob se aproximando, ele viu que me recuei de Wesley.

- Eu tô bem! Só... Só vão passear de mãos dadas na beira do mar, vão se beijar de frente para o sol! Eu quero ficar um pouco sozinho! - Wesley agora tinha lágrimas em seus olhos furiosos, aquilo pareceu me partir ao meio.

- Tudo bem... Tudo bem...- Disse Jacob me afastando do carro para deixar ele só porém eu tirei as mãos de Jacob do meu ombro e voltei até meu amigo.

- Eu não quero te deixar sozinho, eu quero ficar com você, como sempre foi, eu e você, Wesley. Kath e Wesley. - Wesley me olhou seus olhos agora mais calmos e por um instante pensei que ele iria me deixar entrar no carro porém com os olhos ainda nos meus ele levantou o vidro do carro.

- Vamos Kath, ele só quer ficar sozinho um pouco...- Jacob se aproximou de novo e dessa vez eu deixei.

- Não quero que ele pense que é um peso para a gente. - Falei enquanto caminhávamos na beira do mar com os sapatos nas mãos e o sol que se escondia atrás do mar batendo em nossos rostos.

- Ele não é, mas se ficar insistindo vai parecer. - Jacob se aproximou e segurou minha mão e me deixei encostar a cabeça em seu ombro.

- Desculpa por desconfiar de você por tantas coisas... - Deixei escapar, a verdade é que os últimos dias com ele estavam sendo tão perfeitos que eu me recusava acreditar que algum dia desconfiei dele.

- Não vamos falar disso agora , aliás eu que menti para você sobre meu pai. - Olhei-o e ele estava lindo com o sol batendo em seu rosto deixando seus olhos escuros em tons claros e seu cabelo esvoaçando com o vento.

- Não somos perfeitos... - Falei . - No momento em que dei chilique contigo você poderia ter desistido e estar passeando com outra pessoa agora.

No mesmo instante Jacob me girou me fazendo ficar frente à frente dele me olhando fundo nos olhos e disse:

- Eu não quero outra pessoa, quero tentar com você até nos acertarmos, mesmo que imperfeitos.

De todas as mentiras que ele me contou até então aquela foi a que mais me tocou. Tocou de uma forma que quando ele se inclinou para me beijar eu ainda estava paralisada e quando nossos lábios estavam a um fio de cabelo de distância eu gargalhei me afastando e comecei a correr, aquela foi a coisa mais linda que já tinha escutado. Jacob correu atrás de mim sorrindo também como se fossemos crianças de cinco anos brincando de pique. Eu corria chutando areias de forma que elas brilhavam quando se encontravam com os raios solares alaranjados, fora o meu cabelo roxo que balançava atrás de mim. Meus pés bateram na água gelada e espumada do mar fazendo eu levar um susto estava tão distraída que nem notei quando chegamos tão próximos ao mar. Jacob me alcançou e me pegou no colo pelas costas me fazendo gargalhar e me girando, quando ele deu brecha corri para longe da água que me deixava mais lenta até os coqueiros mais próximos porém não era novidade que Jacob era mais rápido e logo me alcançou me pressionando contra um coqueiro então gargalhamos como nunca, suspirando de cansaço, derrepente gaivotas que dormiam nos coqueiros voaram no céu rosado daquela tarde, eram muitas gaivotas brancas então olhamos para o céu juntos e quando voltamos o olhar para baixo nossos narizes se encontravam.

- Acho que acordamos elas. - Falei rindo mas Jacob me calou com um beijo demorado.

O sol se pôs ali, bem na nossa frente enquanto estávamos sentados em uma pedra gigante próxima aos coqueiros. Abraçados e calados com aquela vista maravilhosa o sol beijava o mar quase tão intenso quanto os beijos de Jacob.

- Não desista de mim. - Foi o que Jacob falou derrepente,sem mais nem menos, apenas... disse.

- Nunca.

Katherine Purple.Onde histórias criam vida. Descubra agora