Capítulo 13-truth or lie ?

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- Meu pai não era um homem bom Katherine. Eu não menti, ele sempre sumia. E quando voltava era bêbado e para bater na minha mãe. Até que minha mãe ficou doente, muito doente. Eu saí para comprar remédios e quando cheguei a vi jogada no chão, ela não precisou falar nada para saber que meu pai bêbado era o responsável. Então acalmei-a e fui atrás dele mesmo minha mãe falando para não ir. Mas quando cheguei no galpão onde ele morava.... pessoas haviam sido mais rápidas, eu vi ele ser encurralado por mais cinco homens que o emprensaram na parede. Mesmo com tudo que ele tinha feito eu queria ir lá e defender ele, porém se eu fosse também estaria morto hoje. Então me escondi e assisti tudo. Era dívida, meu pai devia muita gente perigosa e naquele dia eles resolveram o cobrar. Eu vi meu pai levar um tiro na testa e cair. E eu não fiz nada ...

Após toda aquela revelação tive vontade de chorar, vomitar e gritar ao mesmo tempo. Jacob já tinha os olhos cheios de lágrimas. Puta merda aquilo era muito pesado e eu me senti horrível por não saber o que dizer.

- Eu nunca contei isso para ninguém Katherine. Nunca. - Então ele jogou a cabeça no volante e seus cabelos molhados caíram para frente.

Eu não soube o que dizer mas acariciei os seus cabelos, e ficamos assim por um bom tempo... Só os seus soluços e a chuva que só aumentava. Até eu abrir a boca:

- Não foi culpa sua... Eu lamento muito, me desculpa. - O que eu sentia era mais que lamento mas não soube expressar isso.

Jacob me olhou com os olhos brilhando de lágrimas e eu tentei um sorriso de consolo. Então ele levantou a cabeça e apoiou o cotovelo no volante por um tempo, e então ligou o carro. Eu não sabia o que fazer então liguei o rádio, que para ajudar cantava uma música bem bad. A volta para casa foi estranha e sofrida e eu não queria ficar lembrando dos acontecimentos após aquele casal aparecer eu preferia continuar na mentira do que me sentir patética sem saber o que dizer. Até que me peguei acompanhando a música que cantava no rádio e acabei não me importando do garoto que tinha me contado uma puta revelação da sua vida me escutar cantando e lá fui eu balbuçando a letra de Andra Day. Rise up.

Com o andar do carro o sinal da rádio foi se perdendo mas eu estava tão focada na música que não percebi e continuei a letra. Até que a música acabou e o sinal da rádio voltou já com o locutor falando de sorteios.

- Você canta muito bem. - Disse Jacob com um sorriso que quase me fez esquecer os últimos minutos.

-Você só diz isso para aliviar o clima. - Falei olhando para a frente onde os para-brisa dançavam para tirar as gotículas de chuva e o farol do carro era a única iluminação da rua.

- Não, eu juro. Você canta muito bem, devia investir. - Então não falamos mais nada até ele parar na minha casa.

Você mente muito bem, devia investir.

Fui deixada na porta de casa com um boa noite e "desculpa por tudo".

Não consegui dormir, algo no meu consciente sempre me levava para a revelação de Jacob.

Meu pai era sempre o primeiro a acordar na minha casa, mas naquela noite fui eu, qualquer coisa tinha que me distrair.

A culpa não era de Jacob pela morte do pai, porém agora eu sabia que era melhor eu não saber essa versão da história. Não estava com raiva de Jacob, só ... Eu não sei.

Decidi levar o lixo para fora, ao olhar para o meu redor a vista era a mesma, casas simples, algumas com aparências melhores, o poste de luz que ficava perto da pista, o gato da vizinha que sempre dormia no muro da nossa casa... Mas ao olhar para uma das casa de aparência melhor estava ele, Jacob. Foi muito estranho mas lá estava ele, acompanhado de uma velhinha, por um momento eu duvidei, mas no outro eu tinha a certeza que era a sua vó. Jacob durante quase dois meses vinha saindo comigo e nunca mencionou que morava à três casa da minha, meu vizinho, além de morar muito bem também, a casa era grande demais para dois velhinhos. Jacob tinha mais segredos, sempre teve, aquilo me magoou. Eu era tão insuficiente que não podia saber nem onde Jacob morava?

O que mais era mentira Jacob?

Katherine Purple.Onde histórias criam vida. Descubra agora