Extremos

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- Porque você mesma não conta pra ele o que aconteceu? .. Uma voz ecoa atrás de mim.

- Agora resolveu falar comigo? Respondo fria.

- Finn foi até a minha casa ontem, e como não me encontrou, foi até a cafeteria, digamos que ele estava um pouco "alterado" e não foi possível conversarmos civilizadamente.

- O que? como assim Peter?

- Seu namoradinho, acha que eu sou uma má companhia pra você, mas sabe S/n, não acho que você precise de alguém pra te proteger.

Peter vira as costas e entra em seu carro.

- Ele não é meu namorado! grito.

Merda, qual é o problema deles. Tenho que trabalhar na loja, e de novo, nenhuma carona.

- Vai pra onde? Ouço a voz de Cassie que estaciona um jeep ao meu lado.

- Pra cidade, na loja de discos.

- Olha, só porquê você trabalha no lugar mais legal dessa espelunca, entra ai, eu te dou uma carona.

- Hahaha muito obrigada.

- Onde você mora? Cassie pergunta.

- há uns 30 minutos daqui, nas casas suburbanas, sabe?

- Sei, sei, nossa, longinho né, como você vai pra escola?

- A princípio eu tinha o Finn e, seila o Peter, agora já não posso dizer o mesmo.

- Nunca dependa de homens, é o que eu digo.

- Bom, esse vai ser meu lema a partir de agora. Rimos.

Desço do carro cabisbaixa, e entro na loja, o tio de Finn está escorado no balcão, ele segura uma xícara de café em suas mãos e está lendo o jornal da cidade, a loja fica vazia pelo meio dia, e o movimento geralmente acontece depois das 15:00. O ambiente é mudo, e a única coisa que se pode ouvir, sou eu tagarelando sem parar, gosto de conversar com ele, é um bom senhor, e ele se empenha muito para que de fato a sua loja seja a melhor aqui, as vezes dou algumas ideias e ele parece ficar empolgado. Fui ao deposito pegar alguns discos para colocar na vitrine, talvez eles chamassem atenção, e percebo que todas aquelas músicas são atualizadas e boas demais pra um senhorzinho ter escolhido, com certeza Finn o ajuda na escolha de todas as coisas por aqui.
No final da tarde, duas garotas entraram na loja e procuraram por músicas eletrônicas, eu tenho que confessar, detesto! Uma delas quase dava pulinhos falando sobre uma festa que aconteceria no final da semana, estavam ansiosas e carregavam varias sacolas cheias de bebidas e salgadinhos. Ajudei elas a escolherem algo melhor do que aquilo que haviam pegado, e indiquei as melhores músicas pra vibe de festa, elas com certeza não tinham o mesmo gosto que eu, e passavam o ar de serem o tipo de pessoa que anseia por uma festa com a intenção de ficar com alguém, então elas saíram dali levando um cd, que não me lembro o nome, mas poderia ser facilmente confundido com algo semelhante a "playlist pra foder" porque basicamente todas as músicas só falavam sobre isso. O êxito em seus rostos jovens, demonstravam que estavam felizes com a minha ajuda, e o convite que me fizeram, tornaram isso óbvio.
O menos estranho disso tudo, é que posso ter uma chance de fazer amigas, mesmo que não sejam exatamente como imaginei, ainda sim, é melhor que nada.

Não consigo me conter, e ligo pro Finn, que em segundos me atende.

- Oi, ele ri fraco - Tudo bem?

- Oi, você tá bem? Finn, eu não te vi hoje e você nem me ligou..

- Foi mal, eu tava ocupado com umas coisas..

𝑇𝐻𝐸 𝑃𝑅𝑂𝑀𝐼𝑆𝐸Onde histórias criam vida. Descubra agora