Shivani Paliwal tinha uma vida até então perfeita, mas após a morte da mãe tudo começa a dar errado em sua vida. Shivani vê seu mundo virar de cabeça para baixo da noite para o dia, e agora ela se vê sozinha em um mundo que pode ser cruel às vezes...
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Shivani Paliwal
Decidi fazer um tour pela casa, enquanto Sophia não chega da escola.
Cada cômodo que passo, e uma caída de queixo, e baba escorrendo pelo canto da minha boca.
Nany disse que o quarto do Senhor Urrea é proibido entrar. Não precisava nem me avisar isso, eu não sou louca de entrar no quarto dele. Mas para falar a verdade, fiquei curiosa para saber como é, deve ser um quarto de ogros. Como seria um quarto de ogro?
A reposta eu não sei, e provavelmente não existe reposta para isso. Mas se existir um quarto para ogros. Esse quarto seria o do Senhor Urrea.
Entrei no quarto de Sophia para ver como é. Simplesmente lindo, digno de uma princesa. Tem muitas bonecas, um palácio enorme no canto do quarto. Uma cama toda rosa, com a cabeceira do formato de coroa. Como alguém pensou nisso? Eu nunca iria ter essa ideia. Também tem uma estante cheia de livros, e com alguns bonequinhos ao lado.
Eu com 22 anos queria um quarto desse para mim. É fantástico!
Estou tão fascinada olhando em volta, que não percebo o pé da cama. Você já deve ter imaginado o que aconteceu. Pois é, foi isso mesmo que você deduziu.
— Ai.
Meus olhos enchem de lágrimas de tanta dor. Isso dói demais, então me sentando no chão.
— Cama mal. Não gosto mais de você. — Digo.
— Deu para falar sozinha agora Shiv? — Pergunta Nany sorrindo.
— Só acabei de quase quebrar meu dedinho no pé da cama. — Respondo quase chorando.
— Deixa eu ver. — Diz Nany. — Sente— se na cama, não tenho idade para sentar no chão não menina.
Me levanto e sento na beirada da cama, logo em seguida ela pega meu pé e examina.
— Devagar Nany. — Faço uma careta de dor.
— Essa geração é tão mole Senhor. — Bufa frustrada.
Mole? O coitadinho do meu dedo está até roxo. Roxo? Meu Deus, vou perder meu dedinho.
— É... Acho que vai ser preciso uma cirurgia. — Nany diz e fica olhando meu dedo.
Entro em desesperado, e ela gargalha alto da minha cara de espanto.
— Não vão decepar nada, nem quebrado está seu dedo. Só mudou de cor pela pancada. — Me acalma. — Só colocar um pouco de gelo que melhora.
— Você tem certeza? — Pergunto incerta.
— Tenho sim. — Sorri.
Alguém entra correndo no quarto, é Sophia que acabou de chegar.
— Shiv. — Grita e se joga em cima de mim.
— Oi pequena. — Digo alisando seu cabelo.
— Lamar disse que você será minha nova mamãe.
Arregalo meus olhos enquanto olho para Lamar. Ele só pode estar doido, com o susto até a dor do meu dedo sumiu.
— Serei sua nova babá. — A corrijo nervosa.
— Ah! É isso mesmo que ele falou. — Diz sorrindo. — Minha babá.
Tenho a sensação que estão tramando alguma coisa, e eu como sempre vou ter que enfrentar o dragão.
— Gostou da ideia de eu ser sua babá? — Bagunço seu cabelo.
— Adorei. Eu gosto de você! — Grita animada.
— A é? Adorou quanto? — Pergunto sorrindo.
— Um pouquinho assim. — Diz mostrando um pequeno espaço com as mãos.
— Só isso? Não acredito.
Começo fazer cócegas em sua barriga, ela gargalha alto.
— Adorei. — Fala ofegante.
— Bem melhor. — Digo e dou-lhe um beijo no rosto.
Ficamos deitadas lado a lado na cama de Sophia, ela me contou como foi seu dia na escola, da sua professora legal, e do seu namoradinho. Dá para acreditar? Uma criança namorando e eu aqui chupando dedo. Que desaforo.
Conversamos tanto que Sophia acabou adormecendo em meus braços. Fico olhando para seu rosto tão sereno e inocente. Em tão pouco tempo, essa menina me fez ama-la. E desejar uma família para ser amada também.
