4. Polícia

13 4 6
                                    

No dia seguinte a todas terem sido notificadas para comparecerem na estação da polícia da cidade, o sangue que normalmente corre nas veias destas cinco raparigas foi substituído por nervosismo e ansiedade. O relógio marca 8:15 da manhã e, inexplicavelmente,  já todas chegaram à faculdade a tempo do início das suas aulas. Já que no dia anterior todas faltaram às aulas, agora perceberam que a vida não para e elas também não podem parar.

- Bom dia. - diz Emily sem o habitual bom humor matinal que a carateriza.

Todas respondem com o mesmo nível de entusiasmo. Após alguma conversa sobre a faculdade e os exames que se aproximam, decidem ir juntas à polícia logo a seguir à primeira aula da manhã. Pelos corredores da faculdade, muitas vezes apelidada de inferno de cor bege, todos os alunos parecem ter um único tema de conversa: a morte de uma pessoa na Mina. As testemunhas deste crime não julgam porque, não tivessem elas numa posição tão tensa, e os seus diálogos rondariam à volta do mesmo.

Entram na sala, a tempo e horas, fazendo com que alguns colegas de turma esboçassem um ar de surpresa pelo feito conseguido. O professor de análise matemática começa a aula a falar do exame que os alunos terão que realizar dentro de uma semana. Hanna leva as duas mãos à cabeça enquanto Alison fica surpreendida com as palavras que acabara de ouvir do seu professor.

- Eu nem sabia que o exame estava tão perto... - disse Alison em desespero.

- Eu sabia e nem assim comecei a estudar. - respondeu-lhe Hanna a sussurrar.

Spencer e Aria tiram os apontamentos mais corretos e precisos que mais tarde vão ajudar as amigas e Emily vai estando atenta porque assim é uma forma de manter o cérebro distraído de outras coisas. Alison e Hanna no meio do desespero de não saberem sequer em que parte da matéria se encontram, vão fingindo estar atentas. 

- A aula acabou por hoje. - anunciou o professor com um sorriso.

O fim da aula dita a necessidade imediata de se porem a caminho para fazerem os depoimentos. O caminho é curto, cerca de 5 minutos de viagem no carro de Emily. O trajeto é feito, maioritariamente, em silêncio. Emily estaciona o carro e antes de saírem trocam umas palavras de apoio mútuo.

- Vai correr tudo bem. - desabafa Aria com um suspiro.

- E se não correr bem, nada muda e sempre nos teremos umas às outras. - respondeu Spencer.

As meninas esboçaram um sorriso e as suas trocas de olhares tiveram um significado: não importa a situação, o momento ou o lugar, enquanto se mantiverem juntas nada as abalará.

Emily é a primeira a entrar no gabinete da detetive que, apesar de ter um ar autoritário e intimidador, fala com uma voz suave e carinhosa. Emily tenta sentar-se na cadeira o mais confortável possível mas tal parece ser uma missão impossível dado o nervosismo.

- Adoro a tua camisa! - elogia-a a detetive - Quando era mais nova também adorava andar com camisas assim ao xadrez e de diferentes cores.

- Obrigada. - agradeceu Emily com um pouco de vergonha por esta maneira estranha de quebrar o gelo.

A detetive começa por agradecer a presença da Emily e a pedir desculpa por terem mexido com a vida dela. 

- Então, tu e as tuas amigas costumam ir muitas vezes ao parque? - questiona.

- Não diria muitas vezes como se fosse diariamente. Mas sendo um sítio que está perto da casa de todas, normalmente vamos lá ao fim de semana só para estarmos juntas. - respondeu Emily bastante assertiva.

- Não achas que é um sítio demasiado vazio e escuro para estarem lá até tão tarde? O quê que fazem lá que não possam fazer em casa, por exemplo? - questionou a detetive com alguma maldade na voz.

Saturday Night | Pretty Little LiarsOnde histórias criam vida. Descubra agora