REYNE- Reyne, e o dragão de gelo

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Reyne nunca pensou que iria se esgueirar para o quarto de um homem

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Reyne nunca pensou que iria se esgueirar para o quarto de um homem.
Se alguém dissesse que ela teria um caso com um rei, que iria até mesmo sentir um certo afeto pelo homem, ela riria da cara da pessoa.
E no entanto, lá estava ela, na cama de Jon Snow, uma das ironias da vida.
–Eu já disse minha opinião. Se arriscar desse jeito para convencer a vagabunda da Cersei é uma péssima ideia. Ela é do tipo que é tão burra, mas tão burra, que mesmo se um monte de mortos vivos a cercar ela ainda vai ficar obcecada em continuar sentada no trono.
–Não é só ela, tem os lordes das terras do sul também.
–Outro bando de idiotas. Sem querer ser ofensiva, mas vocês nobres podem ser muito otários. Vocês vêem um problema e em vez de agir de uma vez fazem de tudo para dificultar a vida um do outro e a própria ao invés de atacar o problema de uma vez. Por exemplo, aposto que a maioria em vez de se preocupar em salvar as próprias vidas e lutar contra aquelas criaturas vão continuar com as picuinhas de sempre.
–Não posso negar.
Ela sorriu.
–Você até que sabe de alguma coisinha, Jon Snow.
–Estou aprendendo, não estou?
Ela se aconchegou mais a ele.
–Ao menos podemos aproveitar um pouco um ao outro antes que você vá embora amanhã.
–Eu não queria isso. Queria estar aqui é cuidar do Norte. Mas é a batalha pelas nossas vidas, o mundo inteiro está em jogo.
Ela entendia, o problema é que achava o esforço de Jon para convencer os nobres do resto de Westeros um tanto quanto inútil.
O tempo que estavam usando para isso poderia ser usado para mobilizar o exército e arranjar planos melhores.
–Jon, me prometa que vai tomar cuidado e que vai voltar vivo.
–Eu prometo.

(...)

–Ou seja, fudeu de vez!
Reyne estava uma fera com Jon, ela até tinha avisado que era uma má ideia, mas o teimoso ouve alguém? Não!
–Eu vou! Eu tenho que trazer ele de volta!
–Daenerys, não seja impulsiva você também!
Bran interrompeu as duas.
–Você tem que ir Daenerys. Pelo bem de todos nós.
–É loucura!
–Você também precisa ir, Reyne!
Bran segurou sua mão e a olhou com seriedade.
–O nosso futuro está nas suas mãos e depende de você. Você tem que ir com ela. Só isso irá salvar todos nós.
Ela respirou fundo.
Como negar quando você sabe que está falando com alguém que é praticamente onisciente?
Quando menos percebeu, estava com seus casacos mais grossos e sendo ajudada por Daenerys a montar no dragão dela.
–Vamos nessa antes que me arrependa.
E o dragão logo tomou impulso e voou.

(...)

O vento açoitava as duas.
Daenerys e Reyne mal enxergavam com os pequenos flocos de neve entrando em seus olhos.
U

m vento mais forte acabou forçando o dragão a se virar.
Reyne gritou quando não conseguiu se segurar e caiu.
Daenerys tentou alcançá-la, mas outra rajada de vento congelante a mandou para longe.

(...)

Não sabia se era sorte, se era sacanagem dos deuses ou uma piada, mas estava viva e sem ferimentos.
Apenas a bunda estava congelada, por que caiu de traseiro num monte de neve.
E

la olhou para o horizonte. Estava perdida e não sabia como se localizar.
Mas para completar a situação, alguns dos caminhantes brancos de repente cercaram a loira para todas as direções.
–Tá de sacanagem com a minha cara!
Ela não teve escolha se não abrir algum caminho lutando contra as criaturas.
Só que mesmo cortadas e fatiadas, elas se moviam.
Reyne correu com dificuldade, os pés afundando na neve e quase arrancando suas botas, o que a fazia xingar e amaldiçoar todos os deuses existentes e inexistentes por ter uma vida tão fodida.
Acabou entrando uma caverna, parando para respirar um pouco.
Mas quando olhou para trás, levou um susto ao ver uma das criaturas mortas, dando um perigoso passo para trás.
O gelo em que estava pisando quebrou, a fazendo se segurar em uma estranha pedra de gelo.
Só que o seu peso a fez se soltar antes que pudesse se equilibrar, caindo nas águas geladas junto com a pedra.
Ela não estava conseguindo nadar. Seus braços e pernas estavam cansados e doloridos e seus pulmões pareciam pegar fogo.
"Eu me recuso a morrer desse jeito!", ela pensou se debatendo com mais força, "Eu não vou me render!"
Forçou seus braços e pernas a continuar batendo contra a água, que a congelava aos poucos.
"EU NÃO VOU ME RENDER!"
Uma luz forte quase a cegou. A água já não estava tão gelada. 
Ela ficou chocada ao ver o que nadava na sua frente.
A tal pedra de gelo estava quebrada como uma casca.
E na sua frente, um pequeno dragão branco de olhos azúis brilhantes a encarava.
Reyne sentiu que precisava de ar e forçou seu corpo a subir até a superfície.
Quando saiu da água, respirou fundo e ainda arfava, sentindo seu nariz arder de dentro para fora por causa da falta de respiração.
Quando percebeu, o mesmo caminhante estava bem perto dela.
Como se não tivesse muitas emoções o suficiente para um dia, o morto vivo paralisou ao ver o pequeno dragão ao lado dela e deu meia volta, tentando correr.
O dragãozinho foi atrás dele.
Abriu sua pequena boca e... abocanhou o zumbi de gelo na nuca!
Sob o olhar atônito de Reyne, o animal comeu lentamente o morto vivo.
E quando terminou, cresceu um pouco de tamanho.
Se antes cabia na palma de sua mão, já era do tamanho de um gato doméstico.
O dragão voou até ela, pousando aos seus pés e a olhando com seriedade.
–Chiony. Você vai se chamar Chiony.

A Leoa RenegadaOnde histórias criam vida. Descubra agora