Capítulo 6

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Eu estava com frio, estava assustada. Não sabia onde eu estava e como fui parar lá, apenas sabia que não deveria estar naquele lugar, eu sentia que não deveria ter vindo, e sabia que me arrependeria pelo resto de minha vida. 

Vestia um fino vestido branco que estava molhado, molhado de sangue e de suor. Estava presa por grossas correntes que imobilizavam minhas canelas e meus pulsos já em carne viva pelo atrito que minha pele fazia com aquele metal ao tentar me soltar. O que estava acontecendo comigo? Onde eu estava?

Olhei para baixo e minhas pernas estavam mais magras que o costume, mais escuras que o costume. Ela pendia para um oliva mais escuro, onde estava suja com sangue seco, meu sangue. Os cortes estavam por todo meu corpo, desde arranhões até profundas lesões, onde as mais recentes ainda sangravam, pingando no trapo que eu vestia e escorrendo até o chão. 

Observei melhor o local e eu percebi estar em uma cela, uma cela não de uma delegacia de polícia, mas um cela de uma masmorra, sabia por conta dos livros de história e dos filmes de época. Tochas recém apagadas era seguradas por hastes de metal, que julguei ser o mesmo metal das correntes que me prendiam. O cheiro de bolor e de morte pairava no ar, me fazendo enrugar o nariz, sentindo uma pontada de dor. 

Eu estava fraca, tão fraca que não pude mais suportar o peso de minha cabeça. Um alto barulho se fez presente, meu coração acelerou e o medo que antes era pouco presente bombeou por todo meu corpo e o desespero começou a surgir. De alguma forma eu sabia o que iria acontecer comigo, eu sabia que iria sofrer. 

- Vejo que está acordada. - Meus pelos eriçaram e minha barriga se contorceu de puro pavor. - É mais forte que pensei que seria, minha querida.

Minha visão ficou turva e me recusei a olhar para a pessoa que estava parada em minha frente. Apenas via a ponta de seus sapatos de couro. 

- Olhe para mim meu amor. - Sua voz melosa me dava ânsias e continuei a me recusar a atender seu pedido. - Olhe para mim!  - Dei um pulo com o grito que ele dera, olhando para o homem que sorria melancolicamente a minha frente. 

Ele era belo, muito belo. Provavelmente uma das pessoas mais belas que eu havia visto em minha vida inteira. 

Medo..

Era o que aquele sorriso em seu rosto mostrava, seus olhos perigosos encaravam os meus e sabia que estava lendo minha alma. O desespero cresceu dentro de mim e o homem percebeu, pois passou a sorrir ainda mais com aquele sorriso psicótico.

- Eres tão bela minha querida. - Enrolou algumas mechas de cabelo em seus dedos logo soltando depois de um tempo. 

A mecha caiu em meu rosto, dando um contraste com o claro loiro e o escuro da sela em que estava.

Loiro? O que estava acontecendo?

- Se você se casasse comigo nada disso estaria acontecendo, faria de você a mulher mais feliz do mundo. - Passou os dedos levemente por minhas bochechas. - Por que tamanha teimosia?

- Eu nunca me casaria com um monstro como você. - Cuspi as palavras em cima do belo homem. Foi quando tudo apagou por míseros segundos e uma ardência surgiu em meu rosto.

Havia apanhado. Um tapa tão forte que um filete de sangue saiu de minha boca e meu sorriso aumentou. 

- Eu nunca me casarei com você Dominic. Nunca! 

O homem chamado Dominic, pegou sua adaga que estava presa em seu cinto e o afundou em meu ombro, me fazendo gritar com a dor. Ardia, doía, aquela adaga estava queimando minha pele e isso só o fez sorrir ainda mais para mim. 

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