Acordei com uma baita dor de cabeça que me fez tentar colocar as mãos nas têmporas, estavam presas. Abri os olhos com certa dificuldade e pisquei algumas vezes para me acostumar com a claridade que vinha da enorme lâmpada presa no teto, estava sentada em uma cadeira de frente para a enorme porta escura de metal.
Tentei me soltar das cordas que apertavam meus pulsos e meus tornozelos, além de um pano sujo que me impedia de falar qualquer coisa, apenas produzir gemidos e ruídos esquisitos. Meus ouvidos zuniam e meus olhos ardiam com a claridade que era aumentada pelas paredes e pelo chão que eram brancos o suficiente para me fazer fechar os olhos com dor.
Poucos minutos depois a porta foi aberta, revelando um homem de aparência não tão jovem, na casa dos 50 anos entrando juntamente com uma mulher mais nova que ele e outra garota. Eu os conheceria de longe: eram minha "família".
- Minha querida filha, finalmente em casa. - Meu pai sorria largo. - Estávamos com saudades, não é mesmo Lee Bora?
A minha querida irmã que também sorria me olhou de cima a baixo e concordou com seu pai, dando um passo a frente e tirando o pano que me impedia a fala. Bora segurou meu queixo, me fazendo encará-la e sorriu ainda mais ao ver minha raiva.
- Ainda bem que voltou para casa, irmã. - A última palavra saiu com um toque sarcástico, o que me fez puxar minha cabeça, me libertando do seu toque. - Ela anda muito mal criada, não é mesmo papai? Deveríamos lhe ensinar a parar de ser dessa forma?
- Vai se fuder. - Cuspi em seu rosto a olhando com ódio, que logo me fez fechar os olhos com uma forte dor em minha face.
Um filete de sangue escorreu pela minha bochecha e minha raiva cresceu ainda mais, tentei me soltar, mas as cordas estavam apertadas de mais machucando meus pulsos. Aquelas pessoas eram desprezíveis, deviam morrer por tratarem um ser humano dessa maneira cruel.
A mão do Sr. Lee ainda estava para cima, ele havia me dado um tapa. Ele me encarava com desprezo, me dando nojo cada vez que eu era obrigada a encará-lo.
- Você devia me agradecer Jae Hwan, eu entreguei para a Ordem aquela vadia da Kang Haru. Ela só atrapalhava meus planos, e dessa vez, eu irei lhe obriga-la a casar. - Meus olhos se arregalaram e minha boca se abriu.
Eu não escutava mais nada do que acontecia naquela sala branca, a dor em meu peito era dilacerante. Eles haviam entregado Haru para a Ordem, eles sabiam que ela estava atrás de mim, eles colaboraram com aquela gente imunda. Eu sabia que meus olhos haviam se tornado opacos, eu não pensava em mais nada do que estava acontecendo.
Lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto que estava frio, minhas mãos tremiam e eu hiperventilava em busca de uma maior quantidade de ar que faltava em meus pulmões. Estava tendo uma crise de pânico, eu não conseguia mais me concentrar em mais nada que não fossem os meus pés descalços e sujos.
A sala em que eu me encontrava começou a tremer e logo uma enorme rachadura surgiu no teto, fazendo um buraco que fez com que o ar entrasse eu pudesse respirar um pouco melhor. Barulhos de trovões ecoavam no lugar e gritos das pessoas que estavam comigo puderam ser ouvidos, mas eu não conseguia desviar o olhar de meus pés, eu não conseguia ver as coisas com clareza. Meu mundo estava como um vazio, eu estava em um vazio que não tinha fim.
- Jae Hwan!
Blood // Water - grandson
Meu coração se acendeu e meus olhos se direcionaram a pessoa que estava me olhando no enorme buraco que foi feito na parede e o vazio que antes existia em mim aos poucos foi se dissipando dando lugar a um calor confortável. Redirecionei meu olhar para os que estavam em minha frente, para a minha suposta família.
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New Chance - JJK
FantasíaDepois de ser traída pela única pessoa em quem eu confiava fielmente e ser alvo de uma tentativa de assassinato, resolvi por fim a única coisa que me pertencia. Minha vida. Não iria permitir que ninguém tirasse ela de mim, se fosse pra eu morrer pe...