Capítulo III

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Era dia 22 de Julho, estava frio e o que estava escrito no bilhete da geladeira não saía da minha cabeça. Repetia-se inúmeras vezes, e percebi que tinha que tomar uma decisão: enfrentar o que estava por vir ou me esconder feito um rato. E logo eu que sempre gostei de aventuras e mistérios, estava com medo dessa vez?

Tsc tsc, não desta vez... Esse mistério vai ter uma solução porque eu sou o melhor detetive dessa cidade, e todos irão ver meu nome no jornal quando eu salvar Louis! Está bem... Talvez esteja me enganando com toda essa baboseira de solucionar mistérios por conta própria, isso aqui não é nenhum desenho do Scooby-Doo, no qual vou encontrar o vilão e por baixo de sua máscara vai ter algum ser humano insípido e rude que sempre põe a culpa no cachorro.

Ora, deveria parar de pensar nisso e focar no que realmente preciso fazer!

Está na hora de colocar a mão na massa, e começar visitando aqueles nomes que Louis deixou. Preciso anotá-los atrás do bilhete, e então quando os questionar se conhecem ele, posso mostrar a caligrafia e quem sabe descobrir quem foi que fez essa brincadeira toda.

Se bem que não tinha pensado nisso, mas seria isso tudo uma brincadeira de Louis? Algo lá no fundo me diz que não é, ele parecia tão estranho ontem de noite... Parecia que estava me escondendo algo, mas talvez novamente seja coisa da minha imaginação.

Por sorte havia uma caneta em cima da escrivaninha, e vi que o envelope pardo estava debaixo de um dicionário antigo e com a borda das páginas amarelas. Anotei detrás do bilhete todos os três nomes e fui até um orelhão, no qual era pequeno, porém havia espaço suficiente para que o telefone coubesse. Assim que tirei o telefone do gancho, a telefonista começou a falar.

- Você está ligando de um telefone público, gostaria de fazer uma ligação local?

- Sim! – respondi num tom alto para que a voz eletrônica compreendesse.

- Resposta sim. Diga o nome ou localização que será feita a ligação.

- Don Commodore! – disse o nome lentamente.

- D.O.N COM.MODORE. Buscando nome, aguarde. – após 1 minuto de espera em puro silêncio e com a orelha ligeiramente suada, a telefonista respondeu – Hyde Park, número 2.

Anotei rapidamente, desliguei a chamada e pedi um táxi para Hyde Park. Não era muito longe, talvez uns 30 minutos de Bayswater. Tentei ligar para o celular de Louis enquanto aguardava o carro chegar, porém caía na caixa postal todas as vezes, continuei a tentar mais 2 vezes e nada a não ser um chiado. Antes que pudesse me dar conta, o táxi estava em frente à um prédio de 3 andares e marrom.

- É aqui Senhor. – disse o taxista colocando a cabeça para fora da janela do carro com o cigarro no canto esquerdo do lábio.

- Obrigada, fique com o troco. – o respondi enquanto lhe entregava uma nota de 50 euros e abria a porta para sair.

O taxista não hesitou em responder que não aceitaria, pegou o dinheiro e seguiu na avenida. O céu estava azul-claro, algumas nuvens pairavam ao redor dos feixes de luz que o sol emitia e sabia que precisava interrogar um dos suspeitos de ter mandado a carta no dia anterior. Sem demoras caminhei depressa até a porta do prédio e toquei a campainha, e uma voz um tanto grave atendeu.

- Quem procura?

- Don Commodore.

- Quem deseja?

- Félix Baker, Detetive de Louis & Baker Dept.

- Apartamento número 3.

- Obrigada.

ALICE ESTÁ MORTAOnde histórias criam vida. Descubra agora