Não creio, como não o pegou seu inútil!
Você é um imprestável! Todos esses e nunca conseguiu trazê-lo para mim!
Desta vez tudo vai dar certo, meu plano não será destruído.
Meu corpo estava leve e flutuava no ar, ao olhar para cima podia ver uma bola redonda de luz que mal refletia no meu rosto porque já estava distante. Quando meus olhos se ajustaram à escuridão do lugar, rapidamente percebi diversos talheres enferrujados, pratos quebrados e livros queimados. Por sorte consegui segurar um dos livros que flutuavam no ar enquanto caía, nele estava escrito "O Mundo Através do Espelho" e diversas páginas tinham sido arrancadas e outras queimadas não mostravam muita coisa além de textos e mais textos sobre um mundo paralelo ao que vivemos, soltei-o no ar, o que fez ele rodopiar e continuar a flutuar próximo às paredes do poço.
Esse poço... nunca tinha reparado nele. Suas paredes na verdade era madeira, era seco e algumas minhocas e formigas caminhavam nela, algumas até seguiam um caminho segurando um pedaço minúsculo de folha que encobria totalmente seus corpos pequenos. O vento agora empurrava meu corpo para baixo com força, que se quer podia mover meus braços até que ele chocou com o chão fazendo minhas costas baterem no piso quadriculado. Engraçado, parecia aquelas cozinhas americanas que sempre tem o piso preto e branco como um jogo de damas, "Seria aqui uma cozinha?", pensei.
O lugar era pequeno e escuro, tinha pouca iluminação vindo de uma vela que estava presa ao chão com a própria cera. Não haviam janelas nas paredes só uma porta do lado esquerdo da vela que por sinal não tinha nem maçaneta e nem fechadura. Como que alguém sairia desse cômodo e por que eu estou nele?
Ao tentar puxar a vela do chão cuidadosamente, acabei quebrando-a ao meio, e era melhor metade da vela do que nada. Sua chama ainda estava boa e acesa, parecia recém acesa já que seu tamanho era normal, tirando o fato de tê-la quebrado... mas acidentes acontecem.
Então comecei a andar pelo local à procura de outra porta, mas não encontrei nada. Apenas uma mesa pequena, de madeira e redonda que estava na parte mais escura do cômodo e que tinha uma chave, um bolinho, e um frasco pequenino. A chave era de metal e enferrujada, talvez não fosse me servir de nada. No bolinho havia um papel escrito "Coma-me", me parecia ser de baunilha por causa de seu cheiro característico, porém estava mordido e um líquido alaranjado escorria do meio e este não apresentava cheiro algum. No frasco pequenino outro papel escrito "Beba-me", este era de vidro e também não tinha cheiro porém estava pela metade e seu líquido era transparente. Qual o sentido desses itens estarem aqui se aquela porta não possui fechadura nem maçaneta?
Sentei encostado no único pé que a mesa tinha, estava preso naquele lugar e me balançava incessantemente de raiva enquanto minhas costas batiam e recuavam na mesa até derrubá-la fazendo o som da chave caindo no chão ecoar pelo local. A fraca luz da vela mostrava um pontinho vermelho do meu lado direito e era uma cortina, quando a puxei ela exibiu uma porta tão pequena que apenas seria capaz do meu braço caber ali. Aproximei meu rosto e fixei os olhos tentando observar o que tinha de tão especial ali e por que estava escondida atrás da mesa.
Desta vez havia uma maçaneta e uma fechadura que eram do tamanho de uma porta normal, se assim posso chamar. E lembrei da chave que estava em cima da mesa, e que talvez coubesse nela. De uma maneira não tão surpreendente, a chave encaixou majestosamente na fechadura que fez um som delicado ao destrancar, mas ainda sim tinha o problema da porta ser extremamente pequena e só um esquilo passaria por ela.
"Ora Baker, não sejamos tão estúpidos mas ainda sim racionais!", pensei alto. No chão estava caído o bolinho e o frasco que não tenho ideia de como não quebrou, mas rapidamente o peguei e olhei em volta em busca de alguma coisa escrita que me dissesse o que ele fazia, mas nada. Debaixo do frasco onde serve de apoio, estava escrito 10ml e nada além disso.
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ALICE ESTÁ MORTA
Misterio / SuspensoQuando o Detetive Baker é ameaçado e levado até o macabro País das Maravilhas inesperadamente, ele se vê em um loop no qual questiona sua verdadeira identidade enquanto todas as circunstâncias o conduz a salvar Alice de um final sombrio e sangrento...