11. Almoço

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    No dia seguinte, domingo, eu poderia dormir até o horário que desejasse, já que era o único dia da semana que, em geral, eu não tinha, e tampouco marcava, compromissos. Mas, como havia o almoço na casa nova de Ângela e Ben, e ele começaria às duas da tarde, achei melhor não levantar muito depois das dez. Então, às dez da manhã eu já estava de pé e seguindo para o meu banheiro. Desci para tomar o meu café da manhã, ainda de pijama e com a trança, que estava com inúmeros lugares soltos, feita. Mesmo que a casa nova de Ângela se localizasse do outro lado de Forks, levaríamos apenas quinze minutos para chegar lá. Vinte, se houvesse congestionamento no centro da cidade, o que, por ser domingo, era improvável. Ainda assim, iríamos preparar os sanduíches, uma vez que eu havia pedido aos meus pais para ajudá-los. Depois disso, tomaríamos banho e nos arrumaríamos para sair. Então, de quanto mais tempo dispuséssemos, melhor seria.
Na cozinha, mamãe e papai, como sempre, já preparavam o meu café da manhã.

– Bom dia! – cumprimentei os dois e fui até o fogão e a bancada dar-lhes um beijo
– Bom dia, querida – mamãe beijou-me o topo da cabeça, apesar de agora eu estar da altura dela e precisar me abaixar para que isto fosse possível
– Bom dia, meu anjo – papai me deu um beijo na bochecha
– Já tem café? – olhei em volta, a procura da garrafa
– Ainda não fiz. – respondeu mamãe com um sorriso de desculpas – Começamos agora a preparar a comida
– Ótimo! – dei um pulinho – Hoje eu quero cappuccino

Comecei a abrir os armários e a retirar o pó do cappuccino, o chocolate 55% e o leite. Liguei a máquina de café que tínhamos, presente de casamento de minha avó Renée para os meus pais, e coloquei o leite no recipiente próprio até o ponto indicado. Quando a luz vermelha acendeu, abri o compartimento para o pó e o enchi. Porém, como meu café da manhã ainda estava sendo preparado, não dei o comando para que os ingredientes fossem misturados. Ao invés disso, peguei duas fatias de pão de forma integral, que eu amava por ter muitos grãos e diferentes tipos de castanhas, e pus na torradeira. Meus pais e eu trabalhávamos em silêncios, apenas comigo e papai cantarolando e assoviando músicas do Bon Jovi, enquanto mamãe batia os pés e balançava a cabeça no ritmo que fazíamos. Depois que tudo estava pronto, coloquei as torradas em um prato, papai pôs os ovos mexidos, o presunto Parma e o queijo prato em outro e mamãe, em um terceiro prato, empilhou três waffles e despejou mel encima, porque eu detestava melado.
Peguei uma das xícaras de porcelana italiana no armário e meus pais puseram na mesa a pasta de amendoim e a geleia de frutas vermelhas. Liguei a máquina de café e fiquei assistindo o líquido escorrer. Assim que a xícara ficou cheia, coloquei a espuma de leite sobre a bebida e, com uma peneira pequena, salpiquei o chocolate por cima. Me sentei à mesa de jantar com meu cappuccino fumegando e comecei a comer. A primeira garfada foi para os ovos, uma vez que eu não gostava de comê-los frios. Passei, então, para as torrada e as besuntei de pasta de amendoim e geleia. Deus, como eu amava torrada com pasta de amendoim e geleia. Bebi o cappuccino junto das torradas e ele estava do jeito que eu adorava: quente, porém não muito. Por fim, comi os waffles e terminei o restante do cappuccino que estava na xícara.
   Eu e meus pais limpamos a cozinha e guardamos tudo aquilo que não usaríamos em meus sanduíches. Quando terminamos, ficaram encima da bancada, apenas, o queijo, o presunto Parma. Então, comecei a tirar o alface, o tomate, a azeitona e o picles da geladeira e papai pegou as mini cibattas na despensa. Mamãe lavou o alface e o tomate e, enquanto ela cortava o alface em tiras, papai cuidava do corte dos tomates e eu dos picles. Depois de tudo em seus respectivos pratos, começamos o preparo dos sanduíches e cada um de nós pôs um molho diferente em seu grupo de pães: mostarda e mel com barbecue, para mamãe; pesto, para papai e cream cheese com cebola caramelizada para mim. Embalamos os sanduíches, separados por sabor, e fomos nos arrumar, com meus pais me abraçando durante o percurso até o meu quarto, para irmos à casa de Ângela.

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