Noite branca

28. Voltando para casa

O semestre finalmente havia chegado ao fim. Assim que sai da prova, voltei para o dormitório e fiquei na sala de estar assistindo TV enquanto esperava as outras meninas. Todos havíamos combinado de sair para comemorarmos o encerramento do período letivo. Liv foi a primeira a chegar.

– Acho que meu cérebro derreteu pelas minhas orelhas na metade da prova
– Você ainda tinha um cérebro para usar durante a prova? – comentei rindo
– Touché. – ela se sentou ao meu lado – O que está fazendo?
– Rabiscando. – Liv estendeu os olhos para cima do caderno que estava apoiado sobre minhas pernas recolhidas
– Amiga, – falou – se eu rabiscasse como você, estava feita
– Obrigada! – ri do comentário dela

      Em seguida, Blair chegou. Então, Megan. Assim que todas estávamos reunidas, fomos até nossos respectivos quartos para nos arrumarmos. Iríamos a um bar, mas era um lugar mais arrumadinho, então todas caprichamos no visual. Os meninos começaram a chegar e a se amontoaram nos sofás e puffs. Quando o grupo estava completo, Pete falou:

– Bora encher a cara!

     O bar era perto o bastante do campus para que fôssemos a pé. O lugar era muito agradável e os drinks e comidas muito bem feitos e deliciosos. Dançamos, comemos e bebemos. Quando fomos embora já era quase quatro horas da manhã. Seríamos um bando de zumbis voltando para casa. Como não tínhamos horário para deixar o campus, poderíamos dormir. Tirei a maquiagem e me larguei sobre as cobertas, Megan, por outro lado, nem se deu ao trabalho de lavar o rosto.
      Na manhã seguinte, acordamos cerca de onze da manhã. Lavei o rosto com água fria e troquei de roupa. Megan resmungou ao passar as mãos no rosto e lembrar-se tarde demais que ainda estava maquiada.

– Virei um panda, não foi? – perguntou quando comecei a rir
– Com essa cara, – falei em meio às gargalhadas– está mais para um guaxinim
– Engraçadinha. – ela se levantou – Vou lavar meu rosto e torcer para o sabonete ser o suficiente para limpar essa bagunça. – assim que parou de frente para o espelho do banheiro, ela disse – Pior que eu realmente estou parecendo um guaxinim – gargalhei alto

      Depois que ela saiu, arrumamos nossas malas e as deixamos ao lado de nossas camas.

– Estou varada de fome. – falou – E você?
– Não caço há mais de um mês. – comentei – Faminta, não é forte o suficiente para o buraco que está no meu estômago. O mais difícil é que tenho que segurar a quantidade de coisas que como na frente das meninas porque seria estranho demais eu comer a quantidade que deveria para evitar que eu estômago roncasse
– Que bom que você tem super velocidade e consegue afanar comida às escondidas – comentou enquanto entrelaçava o braço ao meu
– Amém por isto. – rindo, saímos do quarto e fomos para a cozinha – Bom dia! – cumprimentei as meninas que estavam presentes
– Bom dia! – disse Megan

     Um resmungo coletivo, ao menos daquelas que estavam conosco na noite anterior nos recebeu. Aquelas que, apesar de não terem estado com nosso grupo, também saíram na noite anterior, juntaram-se a Liv, Blair, Kim, Abby e Hillary nos resmungos. Somente as que não passaram a noite bebendo nos deram bom dia com animação.

– A ressaca está brava, não é?! – brincou Megan
– Parece que um elefante está sapateando em minha cabeça. – Liv massageou as têmporas e os óculos escuros que usava dançaram em sua face
– Quer um analgésico? – perguntei
– Estou esperando fazer efeito. – respondeu – Obrigada, linda!
– Por nada! – tirei os waffles da máquina que os preparava – Água de coco vai ajudar. – abri a geladeira e peguei a pasta de amendoim
– Vou tomar!
– Soube que banana com mel é bom para curar ressaca. – comentou Blair que estava comendo, exatamente isto – Espero que funcione porque esta coisa é tão doce que acho que minha boca, em algum momento, vai se colar e nunca mais se soltar – nos rimos
– Acho que mal não vai fazer. – falei ao me sentar na bancada com meu cappuccino fumegando ao lado do prato