Noite branca

33. A nova hóspede

Meu celular despertou no dia seguinte, sobressaltando a Seth e a mim. Com um gemido, me remexi, estendo o braço em direção à mesa de cabeceira e desligando-o. Respirei profundamente e comecei a me espreguiçar, mas Seth abraçou-me mais forte e, com um enorme sorriso, parei de me espreguiçar e o abracei também.

– Bom dia! – falei
– Bom dia! – seus olhos mal se abriam e sua expressar sonolenta era uma das coisas mais fofas a seu respeito, na minha opinião – Será que não podemos ficar deitados mais um pouco, não?!
– Não, – respondeu tio Emmett do andar debaixo– não podem

Pelo visto, minha família já havia chegado

– Na verdade, – olhei para a porta com uma careta, mesmo sabendo que meu tio não a veria – você pode. Já eu, tenho que me levantar

Comecei a sair de debaixo das cobertas. Ou pelo menos daquelas que ainda estavam enroladas em minhas pernas, já que a maioria estava atirada no chão. Porém, Seth agarrou meu braço e me puxou de volta ao seu encontro, rolando-me para ficar debaixo de seu corpo

– Bom dia! – falou de novo e me beijou
– Bom dia! – falei novamente, com os lábios colados aos dele

Levantei-me completamente contrariada e fui para o banheiro lavar meu rosto. Seth entrou pouco depois de mim e praticamente colocou toda a cabeça debaixo da torneira a fim de afastar os últimos resquícios de sono com a água fria. Deixei meu namorado no banheiro e segui para o meu closet, onde coloquei um vestido curto azul claro de alcinha, que era justo em quase toda a sua extensão, abrindo-se levemente na saia que batia um pouco acima do meio de minhas coxas. Seth entrou com os cabelos compridos molhados e vestiu uma calça jeans escura e uma camiseta preta. Quando o cheiro de cachorro molhado, ao qual, no caso dele especificamente, meu nariz não mais sangrava ao sentir, mas, ainda assim, estava muito distante de ser um odor agradável invadiu o ambiente, estendi-lhe o secador de cabelo

– É sério?! – perguntou com a sobrancelha erguida
– É óbvio! – respondi e sacudi o secador para que ele o pegasse

Depois que ele secou completamente os cabelos, abri todas as janelas de meu closet, quarto e banheiro para que o cheiro saísse. Talvez eu também tenha borrifado um pouco de perfume nos três ambientes, só por precaução. Então, descemos para nos juntarmos aos meus familiares que nos aguardavam. Como eu já havia imaginado pelos cheiros que senti ao colocar os pés do corredor do segundo andar, meus primos de Denali também estavam presentes. Preciso admitir que o cheiro de cachorro molhado de Seth anestesiou meu olfato, pois, caso ele não tivesse molhado os cabelos, eu teria sido capaz de perceber a presença de meus primos ainda dentro do quarto.

– Bom dia! – cumprimentei a todos, abraçando-os
– Bom dia! – disse Tanya com um lindo sorriso

Seth desceu em uma velocidade humana, provavelmente para não assustar meus primos com sua presença inesperada em minha casa. Assim que entrou no campo visual e olfativo de meus primos, já que tio Jasper estava ao fogão preparando baggles e bolo de chocolate para o café da manhã, Kate franziu a testa, apontou levemente o indicador na direção de Seth e falou:

– Lobo?
– Este é Seth. – apresentei – Seth, meus primos de Denali
– Muito prazer – ele ofereceu aos meus primos seu sorriso mais encantador
– O prazer é todo meu – Tanya sorriu de volta e abraçou Seth
– Prazer! – falou Kate, também abraçando Seth
– É um imenso prazer! – cumprimentou Carmem
– Bem vindo à família! – Eleazar deu aquele meio aperto de mão meio abraço em Seth. Bem, não havia como esconder meu relacionamento com Seth. Meus primos chegaram e além de certamente terem nos escutado em meu quarto assim que acordamos, meu cheiro estava em Seth e o dele em mim
– Obrigado! – ele sorriu radiante e não pude evitar a onda de orgulho que me invadiu. Sabia que meus familiares já o consideravam parte da família, mas ouvir isso também dos nossos primos de Denali era extremamente satisfatório
– Você foi o garoto com quem conversei sobre as guerras que participei naquela fogueira antes da chegada dos Volturi há quase seis anos atrás, certo?! – indagou Garrett cumprimentando-o
– Fui eu sim! – respondeu animado
– Adorei nossa conversa – comentou meu primo.