04. Você Cometeu Erros Como Todo Ser Humano

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{...Mas sou apenas humano,
E eu sangro quando caio. Sou apenas humano,
E eu me arrebento e me desmonto...}

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—Olha se você for me ofender e dizer o quanto meu sangue é ruim, me odeia e não precisa da minha ajuda, eu não estou disponível – ela curvou levemente os labios em um sorriso – Mas se você quiser ter uma conversa civilizada, fique a vontade.

Ela estendeu a mão para o banco a sua frente, Draco a encarou por alguns segundos e então colocou a bandeja na mesa e se sentou de frente para ela.

—Eu fico com a segunda opção.

Hermione ergueu as sombracelhas não crendo no que via, segurou a respiração  com medo do que ele poderia falar ou talvez fazer. Eles ficaram alguns minutos se encarando sem falar nada e sem tocar na comida, até Draco passar as mãos nos cabelos e suspirar.

—Porque? – Hermione o encarou semi cerrando os olhos com sua pergunta vaga – Por que você testemunhou por mim?

Ela riu e balançou a cabeça. Ela não aguentava mais responder essa pergunta.

—Porque você não merecia ir para Askaban, tal qual como sua mãe. Você cometeu erros como todo ser humano, mas são erros aceitáveis que podemos reverter de outras maneiras, você teve oportunidades de fazer coisas piores como eu disse no tribunal, mas não fez. Isso faz de você uma pessoa digna de redenção, eu não gosto de injustiças, se eu podia testemunhar ao seu favor para que você fosse liberto, não vejo porque não fazer – ela deu um breve pausa, tomou um gole de sua coca e o olhou de novo – Espero não me arrepender.

—Não vai! – sua voz foi firme, surpreendendo a ele e a ela – Eu nem sei o que dizer Granger, obrigado talvez seja pouco!

—Você não tem que dizer nada a mim, tem que mostrar ao mundo que você mudou.

—Acho que vou fazer isso – sua voz foi baixa como um sussuro.

—Mas se me permite perguntar Malfoy, todo aquele discurso de odio contra trouxas e tudo mais... – Hermione mordeu os lábios procurando as palavras certas – O que você esta fazendo em um estabelecimento trouxa, comendo hambúrguer?

Draco a encarou por alguns estantes analisando suas expressões calmamente então deu uma mordida em seu lanche e a respondeu.

—Eu sai da mansão Malfoy, não queria mais ficar naquele lugar  – seu corpo estremeceu  – Não me trás boas lembranças...

—Acho que não trás boas lembranças para ninguém...

Hermione estendeu o braço em cima da mesa revelando a cicatriz das palavras sangue ruim escritas a faca em seu braço. Draco deu um pequeno espasmos na cadeira olhando o ferimento.

—Desculpe por isso  – ela negou com a cabeça recolhendo o braço  – Eu procurei um quarto no Caldeirão Furado, mas me disseram que não tinha vaga. Duvido, só não queriam um ex comensal por la. Em Hogsmead também não tinham vaga. Eu não conheço nenhum outro lugar, então troquei galeões por libras no Gringotes e vim para Londres trouxa. Mas o hotel que eu estou é uma espelunca, mas foi o único que eu consegui achar.

—Se eu conhecesse algum lugar, eu juro que te ajudaria, mas meu conhecimento de locais mágicos são poucos, e trouxas além dos pontos turísticos, so conheço meu apartamento e minha antiga casa.

Hermione baixou a voz ao se lembrar dos pais, ela ainda não tinha conseguido achar eles. A cada dia mais a saudade aumentava, mas ela ainda não tinha desistido de acha-los.

O que foi deixado para trás Onde histórias criam vida. Descubra agora