coisas que eu só aprendi vivendo II

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"Existe apenas um erro inato, que é o de acreditarmos que vivemos para sermos felizes" Schopenhauer. É algo ordinário pensar que a maioria das pessoas pensam assim, eu mesma penso assim as vezes. E eu também adoro me contradizer.

Eu não acho isso, depois de algumas experiências, eu percebi que vivemos para aprender. Não mais que isso, para errar, e aprender.

E é por isso que somos imperfeitos, porquê se fossemos perfeitos e fizessemos tudo certo, como iríamos aprender? O que nós iríamos aprender? Nós iríamos nascer e morrer burros sem conhecimento do mundo, do que ele tem a nos ensinar.

O medo de que eu algum dia esquecesse tudo pelo qual eu passei, tudo que eu aprendi, me levou a começar a escrever, sentimentos, confusões, cores e amores. Me levou a começar a fotógrafa os mais pequenos detalhes. E isso foi uma das poucas coisas; senão a única, que eu aprendi comigo mesma, gravar para nunca esquecer, escrever para lembrar, sorrir para sempre sentir.

Aprendi muitas poucas coisas ainda, e sei que tenho que aprender mais. Essas são coisas que talvez eu nunca ensine aos meus filhos, vou deixar esse mérito para o mundo.

E agora eu entendi porquê nossos pais nunca nos preparam, para o mundo, nunca dizem as coisas que a vida é capaz de fazer. Eles fazem isso para que o mérito seja todo do mundo e de seus ensinamentos.

Talvez eu não tenha aprendido nada, ou quase nada ainda. Porquê há muito o que se viver, existem erros que pedem para serem feitos, e não podemos hesitar a esse chamado.

Aprendi com o mundo que nem tudo é justo, e que crueldades vão sempre existir. Aprendi com a vida que existem certos tipos de sentimentos que sempre vão estar presentes em nosso meio. Aprendi com os dois que, nada na vida e nem no mundo pode ser adiado, talvez possa, mas nunca vai ser cancelado. Aprendi a ler olhares, porquê os olhos dizem muito mais que qualquer outra coisa. Aprendi a ler as pessoas, seus gestos, suas feições, seus comportamentos. Aprendi um pouco sobre a anatomia humana com isso. Aprendi a apreciar as aventuras por mais pequenas que sejam. Aprendi que devemos e podemos andar por aí, pelo mundo, procurar por novas coisas, mas nunca devemos esquecer de onde viemos, onde estivemos e onde pretendemos estar.
Aprendi ainda que se apegar as pessoas é inevitável, e que a partida delas pode doer mais do que imaginamos. Aprendi que determinadas sensações são diferentes e melhores que as outras. Que enquanto umas nunca serão esquecidas outras tem que se renovar dia pós dia para que dure, e nunca se esqueça. Aprendi que as coisas que eu posso vencer não terminam em cicatrizes. Aprendi que algumas cicatrizes invisíveis doem mais que as visíveis. Aprendi a apreciar o que eu tenho, e mesmo que silenciosamente eu agradeço por isso. Aprendi a confiar, e aprendi a desconfiar de tudo que é novo. Aprendi que algumas experiências são sim traumatizantes e insuperáveis, e isso não significa que eu não posso passar por isso e superar, mesmo que difícil é algo que eu já fiz antes. Aprendi que tudo na vida tem um ciclo, e que até mesmo a sementinha no copinho de plástico vai morrer. Aprendi que todos tem seu próprio tempo, e eu não posso correr contra isso. Aprendi que eu não posso mudar o passado, e mesmo que pudesse, eu não poderia fazê-lo. Entendi que a melhor forma de aprender é errando. Mas apreciar os pequenos detalhes é, para mim, a coisa mais importante que eu já aprendi.

Flores, cigarros e textos sem sentido no final do diaOnde histórias criam vida. Descubra agora