Flores, cigarros e textos sem sentido no final do dia

Matemática

Eu não gosto de matemática; isso é uma meia verdade. Eu não entendo matemática; e isso é um fato. Eu geralmente não gosto das coisas que não entendo.

Eu sempre fui uma pessoa que busca uma razão para tudo. Tudo e todas as coisa para mim tem que ter uma razão.

Por isso eu sempre fui daquele tipo de criança que estava sempre fazendo perguntas impossíveis de serem respondidas, ou talvez a resposta não fosse agradável pra mim na época.

Logo depois de descobrir que todo mundo um dia morre, eu fiz uma pergunta trivial para minha mãe, uma pergunta que de um modo clichê de dizer, mudou a minha vida.
Eu perguntei:
"Mamãe, porque existimos se estamos destinados a morrer?"

Ninguém nunca me respondeu, e um tempo depois eu descobri que não era única pessoa que se fazia essa pergunta. O ser humano questiona muita coisa na verdade.

Eu sempre vi grandes pessoas se questionarem perguntas tão pequenas. Porque morremos não é uma dúvida só minha com certeza, mas eu aprendi a viver sem essa resposta, é claro que ainda me pego pensando nisso, porém não saber é uma benção.

Talvez a resposta para isso seja aterrorizante demais até mesmo para o homem mais forte e corajoso, ou talvez seja irrelevante e decepcione vários pensadores que se questionaram a mesma coisa que eu.

Mas uma pequena verdade, nada nem ninguém te decepcionam, você que coloca espectativa demais nas coisas e nas pessoas. Cada pessoa (e coisa) é o que é e oferece o que tem para oferecer, mas as vezes não é o que a gente esperava. Claro, existem pessoas piores que as outras, mas nenhuma te decepciona.

Também já me questionei, assim como muitos o que acontece depois que morremos, mas além dessa dúvida eu ainda me perguntava o que acontecia antes de termos nascido.

E quando penso nisso imagino um ambiente completamente vazio e então a vida, simples assim.

A vida é relativamente complexa e complicada, como a matemática, e eu não entendo qual é o seu propósito. Seria decepcionante para mim descobrir que nós só vivemos por viver e nada mais nada menos que isso. Eu acho que deve ter algo a mais, alguma razão.

A morte e a matemática são duas coisas que eu não entendo. Porém eu não gosto de uma delas por isso, enquanto o fato de não conseguir compreender a outras só me deixa mais fascinada ainda.