[2] 二

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WEI WUXIAN

Wei WuXian fechou a porta do dormitório com um baque

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Wei WuXian fechou a porta do dormitório com um baque.

No caminho para o quarto o qual dividia com o irmão — um caminho retilíneo coberto por paredes e teto de vidro que conectava as alas, o refeitório, a biblioteca e os dormitórios — ele fez uma breve ligação.

Ligou para YanJin, o cara mais popular entre os hackers. Wei WuXian e ele tinham se conhecido no colegial, e enquanto WuXian era um hacker que se resumia a fotos, arquivos e celulares de outras pessoas, YanJin ia mais longe. Ele já fora preso por dois meses pelo Círculo por usar uma patente chamada “Verdinha Maior”, um programa com o ícone da planta da maconha que deixava o computador ou aparelho que você quisesse lento e lerdo. Teria sido muito útil se o Círculo não houvesse destruído até o menor rastro do programa, impedindo YanJin de recriá-lo.

Pois é. Problema. Mas se a República queria encobrir algo atingindo pobres hackers como eles, pessoas que não faziam mal algum, certamente YanJin saberia alguma coisa. Ele tinha muitos contatos de estagiários dentro do Círculo e no prédio central da República. Infelizmente, até para ele aquilo parecia novidade.

Wei WuXian poderia ter duvidado de Nie Huaisang, porque era Nie Huaisang. E ele certamente não estaria afobado entrando em seu quarto se não tivesse acreditado nele. Porque o próprio Wei WuXian já havia notado aquilo.

Duas semanas atrás, ele estava navegando pelo principal site de busca da internet. Procurava um artigo sobre a desconfiguração de IAs, para que pudesse utilizar um IA antigo para transformá-lo em um programa que o avisasse sempre que estivesse prestes a ser descoberto enquanto hackeava. Só que algo estranho apareceu.

Na sua tela, através dos óculos de realidade virtual, Wei WuXian começou a ver as coisas pixeladas, como se uma onda de pixels estivesse aos poucos chegando ao seu redor. Ele fez uma busca com o antivírus, cortou conexões com a internet local e desativou o VPN que usava, mas nada adiantou. Os pixels ainda estavam ali, como manchas na parede.

No outro dia, tinham sumido.

Wei WuXian sabia que era sobre aquilo a que se tratava o tal “vírus” que circulava as patentes de “amadores” e pessoas comuns como ele. Mas que patente a República queria? Wei WuXian não estava testando nenhuma atualmente. Tinha dado um tempinho depois que todas as suas últimas tinham sido descartadas como lixo pelo Círculo.

Ele apertou um botão embaixo da mesa onde ficava o GeForceX198, trazendo a cadeira que ficava junto à parede para si. Esticou os braços, dobrando as mangas, e então ligou a placa mãe com um clique que reverberou por cada pedacinho do corpo de Wei WuXian.

Havia uma coisa sobre hackers: eles eram os próprios computadores às vezes. Quando você compra esse tipo de coisa, não se cadastra e coloca seus dados a esmo. Na República da China, cada tecnologia era conectada à pessoa como uma teia de aranha. Algo que o pegava e não deixava você sair. E não havia saída. Era assim que todos viviam, porque o mundo era assim.

ETERNITY | WangXianOnde histórias criam vida. Descubra agora