— NANDO BECKETT —
— Que brincadeira é essa, Nando?! — Meu pai questionou, com um olhar de espanto, enquanto minha mãe me olhava como se eu tivesse acabado de matar alguém na frente dela.
— Não é brincadeira, pai. Eu sempre amei ele, e demorei muito para perceber isso... — Balbucio, olhando para Eddy, que sorriu fracamente.
— Eu não... não consigo entender. Você estava namorando uma mulher há pouco tempo. Como...? — Meu pai murmurou, confuso, parecendo tentar entender. Respiro fundo, buscando assumir quem realmente sou não somente para eles como para mim mesmo.
— Pai, eu poderia me rotular e explicar que sou bissexual, mas... isso não importa agora. Eu estou com o Eddy e ponto final! Eu o amo mais que tudo, e se vocês não me aceitarem, saibam que não vai mudar nada. Eu não vou abrir mão dele por causa de ninguém. Eu fiz muito pelos os outros e agora eu só quero poder seguir meus sonhos e meus objetivos... ao lado da pessoa que me deu suporte e me ajudou como nenhum outro fez. Eu espero que entendam... — Declaro, vendo minha mãe continuar em choque, e meu pai olhou diretamente para Eddy, o analisando.
— Você... é o garoto de quem tanto falam? — Questionou, e notei Eddy me olhar, não sabendo o que responder e depois voltou a olhar para meu pai.
— Perdão, senhor... Como?
— Ah... quando estávamos entrando na faculdade estavam falando de um casal novo na faculdade, e que um deles era o gênio da universidade... É você? — Questionou, e tive que prender a risada ao ver Eddy pela primeira vez sem jeito, perdendo as palavras.
Empolgado e orgulhoso do meu namorado, abracei sua cintura, o assustando.
— É ele sim, pai. Eddy é um gênio e sabe de tudo! Foi ele que me incentivou a ler e a estudar mais. Por causa dele, minhas notas subiram. Ele me apoiou muito. Ele é o mais inteligente da universidade inteira! — O elogio, vendo Eddy me matar com o olhar, e fiquei muito mais aliviado quando vi meu pai sorri.
— Posso... te dá um abraço? — Meu pai pediu, deixando não só Eddy como eu também surpreso.
— Ah... Claro... — Meu pai sorriu, o abraçando.
— Obrigado. Sinceramente, eu estava com medo de que meu filho se envolvesse com más influências. — Agradeceu, me fazendo suspirar de tanto alívio ao saber que meu pai não iria me enforcar.
— Ah... eu não fiz nada. Nando... se esforçou muito para chegar onde está agora. — Eddy falou, me olhando. Eu sorri.
— Me esforcei em todos os sentidos, não é? — Insinuo, vendo ele revirar os olhos.
— Olha, rapazes, eu não ligo que vocês namorem... Claro, eu fiquei surpreso. Muito surpreso. Não achei que meu filho fosse... me apresentar um genro, mas... não tem como eu achar isso ruim. Eu... ainda preferiria que ele estivesse no exército, mas... não posso mais obrigá-lo a nada. Se ele quer ser professor, então tudo bem. Eu posso me orgulhar disso também e me gabar porque agora posso dizer que tenho um filho inteligente. — Brincou, me deixando boquiaberto, e Eddy soltou uma risadinha discreta, me olhando divertido.
— Ei! Você me elogiou ou me xingou?! — Questiono, e ele apenas sorri, dando de ombros. Olho para minha mãe, que continuava calada. — Mãe...?
— Desculpa... eu só... estou surpresa... — Balbuciou, perdida. Vou até ela, a abraçando.
— Mãe, por favor... Eu estou feliz agora. Que tal marcamos um jantar no fim de semana? Podemos nos conhecermos melhor... — Sugiro.
— É uma boa ideia! Agora eu entendi porque você não vai para casa nos fins de semana. — Meu pai resmungou, e eu cocei a nuca, sorrindo sem jeito.
— Ah, ficar com meu namorado é mais divertido. — Brinco e Eddy me empurra de leve, corado, o que me fez sorri, admirando seu jeito, e de como ele parecia ficar mais lindo a cada dia.
— E os seus pais, Edward? — Meu pai questionou, e notei Eddy desfazer o sorriso, não sabendo o que dizer.
— Pai, melhor não... — Tento mudar de assunto, mas Eddy segurou minha mão, chamando minha atenção.
— Tudo bem, Nando... — Murmurou, ajeitando seus óculos de grau e olhando para meu pai. — Eu só tenho minha irmã mais nova. Meu pai... me expulsou quando eu tinha 11 anos, por ser gay. Minha mãe... eu não tive a chance de conhecer, pois ela morreu assim que nasci... Minha avó cuidou de mim enquanto pôde. Infelizmente... ela também se foi. — Ditou, o que me fez ir até ele, abraçando seus ombros e segurando sua mão, em uma tentativa de mostrar que ele não estava sozinho. Eddy sorriu fraco, apertando minha mão com mais firmeza. E eu sabia que falar sobre aquilo não era fácil para ele.
— Oh... desculpe... eu não sabia. — Meu pai murmurou, se sentindo culpado.
— Tudo bem. Não tem problema... — Eddy respirou fundo, sorrindo levemente. — Foi um prazer conhecê-los. — Ditou, formalmente, se curvando.
— Igualmente. Cuide do meu menino, hm? — Meu pai ditou, se despedindo e puxando minha mãe para fora, nos deixando a sós. Olho para Eddy, segurando seu rosto entre minhas mãos.
— Você está bem? — Eddy suspirou, me abraçando fortemente.
— Agora eu estou... Ele foi preso. Ele... me xingou de todos os nomes possíveis. Mas... eu não senti nada. Hoje... não dói mais como antes. — Balbuciou, e eu sorri levemente, o acolhendo em meus braços e o apertando mais forte.
— A ferida se catrizou, amor. Agora é só seguir em frente e esquecer o passado. — Eddy assentiu, sorrindo levemente.
— Obrigado por tudo.
— Não me agradeça. Você é a pessoa mais forte que eu conheço. — Falo e ele sorri, balançando a cabeça.
— Nem um pouco.
— Claro que é! — O derrubo na cama, subindo sob seu corpo e prendendo seus pulsos contra a cama, o olhando fixamente. — Eu te amo.
— Eu também te amo, Nando. — Sorri, balançando a cabeça e lhe roubando um beijo.
— Eu sempre vou te amar... Meu eterno Doutor Gelo...
The End!
Mais um que chega ao fim...
Enfim, o que acharam?Essa foi uma obra bem especial e diferente das demais que estou acostumada a escrever. E acho que trarei mais vezes personagens em animes, pois também sou fanática por eles.
Bem, ideias à parte, quero agradecer a todos que me acompanharam em mais uma obra até o fim. Obrigada de coração, e se Deus permitir, outras obras virão. Obrigada, amores!!
❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️
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Doutor Gelo - (Romance Gay)
Short Story"- Ele era tão imprevisível... e talvez, só talvez, seja o motivo da minha extrema obsessão por ele." "- Não preciso de ninguém ao meu lado. Pessoas são tóxicas por natureza, e o mínimo que quero é distância. Nada vai mudar isso."