CIÚMES? CLARO QUE NÃO!

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— NANDO BECKETT

— Ao menos neste curso estaremos na mesma sala. Sentiu minha falta? — Brinco, andando com Eddy pelos corredores, de mãos dadas, já que iríamos fazer um curta extracurricular juntos.

— Eu te vejo todos os dias. Por que eu sentiria falta? — Eddy falou, o que me fez sorri.

— Você é um doce, sabia? — Ele me olhou, sorrindo.

— Doce de limão?

— Não. O doce de limão tem mais açúcar que você. — Rebato e ele gargalha, ignorando minha piada.

— Nando! — Alguém havia me chamado. Olho para trás, vendo uma menina se aproximando. Ela sorriu, ofegante pela correria.

— Pois não?

— Sou líder de torcida, do time vencedor Tigers. Estamos procurando um atacante no time. Não está interessado? — Questionou, risonha. Se fosse alguns meses antes, eu iria pular de alegria e aceitar na hora. Mas agora... tenho outras prioridades na minha vida que requer muito do meu tempo.

— Sinto muito, Minnie. Estou muito atarefado. Não teria tempo para treinos e campeonatos. Mas agradeço por pensar em mim. — Falo, educadamente.

— Estou sempre pensando em você, Nando... — Insinuou, tocando meu peito. Engulo em seco, olhando para Eddy, que já tinha colocado sua armadura e expressão facial de puro gelo. Acho que estou ferrado...

— Bom... se não se importa, tenho aula agora. — Falo, me afastando dela.

— Ah, pensa com carinho. O time quer muito você. Além disso, as meninas iriam te agradecer muito... — Falou, sorrindo maliciosa. Oh, garota! Para de me complicar!

— Com licença. Eu tenho aula. — Eddy ditou, soltando minha mão e seguindo direto para a sala, nem olhando para trás.

— Vocês... estão juntos? — Minnie questionou, confusa.

— Você ainda duvida?! Aliás, muito obrigado por isso! Agora só Deus sabe quando ele vai olhar na minha cara de novo! — Resmungo, irritado.

— Oh, desculpe. Eu não sabia. É automático eu agir assim. E quer saber? Com um namorado como você, meu bem, até eu ficaria com ciúmes. Até porque você não é nenhum santinho. — Ditou, o que me fez olhá-la rapidamente.

— Ei!

— Estou mentindo? Você era um cafajeste. Bem, um cafajeste apaixonado pelo impossível. Mas continuava sendo um cafajeste. — Reviro os olhos, balançando a cabeça.

— Uau! Que bela reputação eu tenho, não? Enfim, obrigado pelo convite, mas dispenso. Até mais! — Falo, já seguindo na direção da sala de aula, entrando e vendo Eddy já sentado em seu lugar, lendo um livro, com aquela expressão fria que eu tinha até medo. Me sento ao seu lado, o olhando, mas ele nem sequer se moveu. — Amor...

— Estou lendo. Não me interrompa. — Ditou, nem ao menos me olhando. Ah, que beleza!

— Amor, você ficou com ciúmes? Sabe que eu só tenho olhos para você. — Falo e ele suspira, me ignorando.

— Não estou com ciúmes. — Ditou, ajeitando os óculos de grau e passando a página do livro.

— Então por que me deixou sozinho no corredor? Por que está bravo comigo?

— Não estou bravo. — Resmungou.

— Eddy... preciso provar mais ainda que só você me atrai? — Questiono, abraçando sua cintura. Ele se assustou, olhando em volta e depois para mim.

— Me solta! Não estamos sozinhos!

— Eu não me importo. E não vou te soltar até me dá um beijo. — Falo e ele me olha irritado.

— Estamos em sala de aula! Não seja abusado! Não vou te beijar. Me solta agora! — Ditou, batendo em meu braço com o livro. Resmungo de dor, o soltando. Ele bufou, ajeitando os óculos de grau e voltando a ler seu livro.

Aghr... Paciência é algo que preciso ter.

. . . .

— Eddy? — Chamo, entrando no quarto. Ele estava em sua cama, lendo um livro que ele ultimamente não larga mais. Ele me ignorou, continuando a ler. Me aproximo, me sentando ao seu lado e passando o braço em volta dos seus ombros, beijando seu rosto. — Você está muito cheiroso. — falo, cheirando seu pescoço.

— Hm. — Murmurou, indiferente.

— Amor, eu nem ao menos conhecia direito aquela menina. Vai, não fica assim. — Peço, abraçando sua cintura.

— Eu não me importo com quem você fala. — Resmungou, o que me fez olhá-lo duvidoso.

— Não é o que está parecendo... — Comento e ele bufa, fechando o livro e se levantando da cama rapidamente.

— Ok, então que intimidade era aquela?! Por acaso você deixa estranhas falarem com você assim?! Você não presta mesmo! — Reclamou, me xingando de todas as formas enquanto falava daquela garota e do quanto ela deixou claro que me queria. Eu prendia o riso, apenas o observando enquanto ele surtava sozinho. — Não vai falar nada?!! Do que está rindo?!

— Amor... Venha cá... — Chamo e ele cruza os braços, me virando às costas.

— Não! — Ditou, irredutível. Suspiro, me levantando e indo até ele, o abraçando por trás.

— Ela não significa nada para mim. E já deixei claro que estamos juntos. Eu amo só você, Eddy. Não duvide disso. — Falo e ele suspira, me olhando por cima dos ombros, meio duvidoso.

— Hm... — Balbuciou, o que me fez sorri. Começo a distribuir beijos por seu pescoço, o abraçando mais forte e puxando de volta para a cama.

Não teria como eu olhar para outra pessoa. Eddy já tomou posse dos meus pensamentos e principalmente de tudo que sinto...

Doutor Gelo - (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora