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Juliana (zu) e Sara... Esse momento é especialmente de vocês! (Eu disse que seria dedicado às duas).

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                Engoli em seco, instintivamente. Não sabia exatamente a que Frank estava se referindo com sua fala anterior, mas sabia que nossos lábios estavam a milímetros e uma máscara de distância.

Aquele, definitivamente, seria o momento para tentar provar a Teoria da Relatividade de Einstein. Ao mesmo tempo que minha mente maquinava a todo vapor, parecendo incapaz de processar meus pensamentos em tempo hábil, os movimentos seguintes de Frank eram como um slow motion para meus olhos. Eu o assisti, perplexo, retirar a máscara do meu rosto e fitar minha expressão, com um sorriso de canto de lábio quase que satisfeito. Enquanto isso, estático, tentava dar o máximo de mim para esboçar alguma reação ao que havia acontecido.

E ficamos dessa maneira por um tempo indeterminado – já que o meu tempo psicológico não coincidia com o real. Eu, petrificado, com os olhos grudados em Frank e em qualquer movimento vindo de sua parte. Ele, espremido contra a parede, porém com as mãos puxando minhas costas cada vez mais. Meu corpo definitivamente não tinha controle e, como dois objetos não ocupam o mesmo espaço, Iero apenas parou de me trazer para perto quando a distância era ínfima.

Nossas cinturas estavam coladas. As mãos de Frank passearam pelas minhas costas, quase que fazendo uma massagem. Ainda permanecia perplexo – aquele era o primeiro contato físico que eu tinha há meses e, definitivamente, não imaginei que estar tão próximo de Iero poderia ser mais satisfatório que em meus sonhos. Inspirei profundamente, sentindo o cheiro amadeirado do seu perfume e resquícios de um cigarro, provavelmente tragado para acalmar os ânimos antes de entrar em meu apartamento para me afrontar. Ou melhor, me provocar.

O cheiro serviu como despertador para aquela – maluca – realidade e decidi entrar em ação. Com um pequeno movimento, aproximei mais ainda nossos lábios e, após roçar meus lábios no canto da boca de Iero, bem onde visualizei um furo de piercing antigo, sussurrei em seu ouvido.

- Antes, você poderia fazer o que bem quisesse. Agora é diferente, Frank.

Por um momento, pensei que Iero fosse me beijar, mas imprevisível como era, apenas desvencilhou-se e caminhou até a porta da casa. Sem entender nada, joguei a máscara em qualquer lugar, andando atrás dele a fim de conter sua saída. Percebi, naquele momento, que eu era extremamente lento: o único motivo para Iero se afastar da situação em que estávamos era evitar que meus vizinhos vissem o que aconteceria após alguns segundos.

Após fechar a porta com um baque, Iero me encontrou no caminho e, sem cerimônias, juntou nossos lábios e levou sua mão até minha cintura, aproximando nossos corpos. Apenas quando colidimos que percebi que o primeiro segundo do nosso beijo já tinha me deixado duro. Segurei um gemido devido ao atrito, concentrando-me apenas na intensidade que Frank dava ao nosso beijo.

Tamanha intensidade que, focado no deslize dos nossos lábios, não percebi que era guiado para o sofá, como se Iero já conhecesse a casa e estivesse acostumado a fazer isso. No caminho, explorei sua cintura com as mãos, brincando com a barra da camisa e, finalmente, tocando no abdômen por baixo dela.

Ao chegar no sofá, sem desgrudar nossos lábios, Iero deitou por cima de mim, passou os dedos pelo meu rosto e mordeu a parte de baixo do meu lábio. Frank traçou um caminho de beijos até meu pescoço, que arrepiou-se a partir do primeiro contato com a boca até então desconhecida – e que, adiantando, logo se tornaria uma velha amiga. Simultaneamente, senti a mão dele descer, apalpar as laterais do meu abdômen no caminho e, de maneira provocativa, brincar com os passantes da minha calça jeans. Respondendo à provocação anterior, levei minha mão até a bunda de Frank, que parou sua sessão de beijos para gemer baixo pelo choque de nossas ereções.

quarantine • frerardOnde histórias criam vida. Descubra agora