Pânico.

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Já tinham interrogado todo mundo e mesmo assim os policiais não saiam da escola.
- Alguns dias atrás um dos alunos disseram que o Sr.Erasto e o diretor do colégio estavam a ver as câmeras que ainda funcionam.- disse Núbia.
- Como? Porquê?- perguntou Dyame.
- Estavam à procura de quê?- perguntei.
- Parece que queriam refazer os passos da Lueji no dia da morte.- respondeu Núbia.
- Mas porquê que iriam querer refazer os passo dela? Foi suicídio, fim de história.- disse Leki.
- Pois é. Deveriam parar com isso, parece um inferno. Isso nunca vai acabar?- perguntou Dyame.
Aparentemente todo o mundo já estava cansado. E como não estaríamos? Com essa confusão toda na escola, e associado às aulas..
Estávamos cansados física e psicologicamente, ninguém aguentava mais.
Pelo menos eu estava mais calma. Leki já não era um problema para mim, ele se afastou como tinha pedido. Sentia a falta dele sim. Éramos amigos e ele me apoiava nessa confusão toda, mas é melhor assim. Afastados tenho a certeza de que ele não tentaria nada e eu não cairia em tentação.
Como diz aquela passagem bíblica "E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que vá todo o teu corpo para o inferno." E assim eu fiz, minha amizade com Leki era um erro, infelizmente demorei muito tempo para perceber. Claro que ele ainda andava connosco e passava todo o tempo perto de nós, mas agora é diferente, já não éramos o mesmo.
Vejo Darline se aproximar. Sua expressão era nada boa, parecia assustada, confusa, hipnotizada. Seus olhos refletiam pânico. O quê ela tem?
- Darline o quê que se passa? perguntou Núbia preocupada.
- Você não vai falar?- continuou perguntando.
- Não nós preocupe. Fale!- disse Dyame.
- Foi... - dizia ela em um sussurro.
- Foi...foi..meu Deus.- continuava dizendo.
- Assassinaram ela.- disse chorando e gritando.
- Assassinaram , assassinaram.- continuava.
-Meu Deus, mataram a Lueji, aqui.
Na escola!- não parava de chorar.
O pátio ficou um silêncio total.
Não se ouvia ninguém além de Dyame gritando e chorando, todo mundo parecia estar em transe.
- Como você sabe?- perguntou Leki quebrando o silêncio interminável.
- Eu ouvi! - respondeu Darline.
- Eles viram nas câmeras e pela forma que ela caiu não poderia ter sido suicídio. Eu ouvi! - continuou dizendo.
- E ele não nos falou nada?! - perguntou Núbia
Somos interrompidos pelo diretor que estava acompanhando dos Srs.Jarafari e Erasto.
- Sim. De certeza foi assassinato.- disse o diretor.
- Não dissemos mais cedo porque não queríamos dar um alarme falso.- disse o Sr.Jafari.
- Estávamos a esgotar todas as hipóteses.- continuou dizendo.
- Agora estejam todos preparados porque as investigações vão continuar e dessa vez vamos chegar até aí assassino.- disse o diretor.
Eles saíram dali e ninguém se atreveu a falar depois daquilo.
Quem na nossa idade mataria alguém? E porquê? Não acreditava que alguém no nosso meio faria uma coisa dessas.
E ficar assim. Sem remorsos, se escondendo, sem surtar ou parecer estranho. Se por acaso eu matasse alguém de certeza fugiria ou surtaria.
Não conseguiria viver com isso, nem dormiria bem. Aquilo me assombraria a vida toda.
- Assassinato. - disse Darline.
- É. Parece que sim. - respondi.
Fomos embora, e o caminho todo de volta pra casa não pensava em outra coisa...

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