Por Alfonso
Quando dei por mim, Any estava em meus braços desacordada e sangrando, sujando seu lindo vestido branco. Senti uma raiva emanar meu coração, se ela me deixasse nunca mais amaria alguém.
- O que eu fiz? – Pergunta Claudia olhando para minha pequena em meus braços, largando a arma no chão, levando suas mãos na boca. – Eu... Eu... – Ela tentou sair do quarto e foi impedida pelos policiais e Seu Portilla.
- ANAHÍ! – Gritou o pai dela assim que nos viu. – Por favor chamem a ambulância rápido! – Um dos policiais assim o fez, vi Claudia sendo algemada e retirada do recinto.
Não demorou muito e ambulância já estava na fazenda e os socorristas retiravam com cuidado ela e colocando na maca. Fomos direto para o hospital.
Assim que entramos no mesmo, fomos surpreendidos por meus amigos que estavam aguardando o nascimento de Geovanni. Any, por sua vez foi levada diretamente para a sala de cirurgia.
- Poncho que bom que você está bem! – Exclamou Dulce se aproximando de mim, juntamente com Ucker, procurando alguém. – Cadê a Any? – Questionou e logo que viu meu rosto abalado seu sorriso morreu. – O que aconteceu com ela? – Questionou impaciente.
- Ela... – Dei uma pausa tentando achar palavras menos duras. – Ela foi para cima de Claudia e acabou lendo um tiro no abdômen.
Dulce Maria ficou mais branca que era, se não fosse por Ucker a segurar ela já estaria no chão, alguns enfermeiros foram chamados e levaram-na para algum lugar e Ucker junto.
Algum tempo se passou e Ucker voltou de um corredor que dava acesso para a emergência, ele estava branco igual papel.
- O que aconteceu meu caro? – Questionou Enrique. – Parece que viu um fantasma.
- Eu vou ser pai. – Disse ele em um sussurro, se jogando na cadeira.
- Fala mais alto que o velho aqui. – Se apontou para ele mesmo. – Não escutei.
- Eu vou ser pai. – Falou um pouco mais alto, mas logo voltou a sua cor normal. – EU VOU SER PAI! – Exclamou. – Ai MEU DEUS EU VOU SER PAI PONCHO! PAI! – Disse ele com muita alegria. – E se eu não conseguir e se eu... – Começou a andar de um lado para o outro.
- Hey! Calma, clama! – Foi minha vez de falar. – Respira! Que notícia boa! Parabéns cara! – Disse com meio sorriso.
- ELE NASCEU! ELE NASCEU! – Gritou Christian correndo pelo corredor que dá para a maternidade, estava vestindo uma roupa azul com uma touca da mesma cor. – MEU FILHO NASCEU! – Ficamos de pé e demos um abraço em conjunto. – Nem acredito que ele nasceu. Estou com uma felicidade imensa! – Disse com um sorriso enorme no rosto. – Mas espera se você está aqui, cadê a Any?
- Ela... Ela... – Fomos interrompidos por uma voz masculina advindo dos corredores que dariam para as salas de cirurgias e as salas do pós-operatório.
- Os familiares de Anahí Portilla? – Disse o médico com uma prancheta em mãos, estava usando a mesma roupa que Chris, porém era verde claro.
- Somos nós. – Dissemos todos juntos ao médico, que esboçou um sorriso com o nosso coral.
- Bom, tenho uma boa e uma má notícia. – Disse o médico. – A boa é que a cirurgia foi um sucesso, conseguimos retirar o projetil e por sorte não atingiu nenhum órgão importante. Já a má é que ela está em coma induzido.
- Aii meu Dues. – Disse dona Maite com uma mão em seu coração se sentando no sofá da sala de espera, com a ajuda de Enrique.
- O que isso quer dizer? – Questionei.
- Isso significa que demos alguns remédios para que ela possa dormir sem sentir muitas dores.
- E quanto tempo ela vai ficar assim? – Perguntou Enrique.
- Depende apenas dela, quando seu organismo não sentir mais dor, ela vai despertar. – Contou.
- Quando podemos ver ela? – Perguntou Christian.
- Posso liberar agora, mas apenas um por vez. – Disse o médico, assentimos em concordância.
Por Anahí
Senti um cheiro gostoso emanando o local, tentei abrir meus olhos, mas não consegui, parecia que tinha alguém apertando meus olhos, impedindo de serem abertos. Persisti e finalmente vi uma parede branca.
Parede branca? Eu não estou no meu quarto? – Pensei. Olhei ao lado e vi ele, dormindo com o semblante pleno no sofá ao lado de minha cama, quando dei por mim estava ligada a aparelhos e um cabo estava no meu nariz.
- Any? – Disse ele acordando e vi que ele sorriu. – Que bom que acordou! Não se mecha vou chamar um médico. – Levantou em um rompante saiu para fora do quarto.
Quando voltou uma equipe de médicos e enfermeiros vieram ao meu encontro, fiz muitos exames e procedimentos médicos. Finalmente me liberaram e consegui ficar a sós com meu amado.
- O que aconteceu? – Perguntei para ele atônita aos acontecimentos, ele se aproximou, sentou-se na beira da cama e pegou minha mão sorrindo.
- Lembra do dia do nosso casamento? – Ele perguntou e eu assenti então contou tudo que aconteceu.
- Mas e ela como está? – Perguntei, com medo dela estar à solta por aí.
- Ela está em prisão psiquiátrica. – Soltou e eu arregalei meus olhos. – Depois de dois meses de sua prisão ela desenvolveu um distúrbio, que infelizmente a enlouqueceu.
- Que pena. – Disse respirando fundo. – ESPERA AÍ! DOIS MESES? Quanto tempo eu fiquei dormindo? – Perguntei e ele sorriu da minha expressão.
- Ficou por cinco meses desacordada. – Disse ele tão pleno como as águas do Nilo.
- Mas meu CD e minha turnê? E o Geovanni, ele já nasceu? – Questionei. – E a Dul, como está? Ela estava mal no dia... – Respirei fundo, lembrando do dia ocorrido. – Bem, que tudo aconteceu.
- Ela está bem e a bebê também. – Disse ele em um enorme sorriso, então minhas suspeitas estavam certa. – E sobre sua turnê e seu CD você terá que conversar com a Dulce, ela saberá te dizer com mais franqueza. – Eu concordei com a cabeça. – Vou deixar você descansa.
Com o fim de suas palavras, senti seus lábios no meu, como senti falta deles e principalmente dele, ahhh que saudades que senti dele.
Depois que acordei, conversei com Dulce Maria e vi que sua barriga já estava aparecendo, ela estava radiante e já sabia que eram gêmeos, um menino que se chamaria Miguel e uma menina que se chamaria Roberta.
Além de me deixar a par de tudo o que aconteceu com minha carreira, depois que os tabloides descobriram do meu pequeno acidente minhas músicas se tornaram as mais ouvidas nas plataformas digitais. Assim que recebi alta do hospital, comecei a me preparar para a minha turnê.
Com um total de seis meses, depois de rodar o mundo, voltei aminha terra natal, casei-me com Poncho e agora sim, estamos felizes juntos, sem ninguém para impedir nossa felicidade.
FIM.
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A PROVA DO TEMPO
FanfictionVou lhes contar uma história. A história de como morri, não se assustem, não é no sentido literal da palavra, mas sim no sentido figurado. Eu morri para o amor, morri para a paixão. Todos dizem que dei sorte na vida, mas acredito que não, tive que...