Gabriel Leão é lindo e popular e sempre soube que poderia ter qualquer garota da escola...exceto Camila Trindade, a gordinha estudiosa que nunca lhe deu a menor atenção. Apaixonado e sem coragem de se declarar, ele se casou com outra, e hoje, divorc...
Se ver Gabriel de bermuda me fez pensar que eu nunca tinha estado diante de um homem tão gostoso, beijá-lo trouxe outros nuncas à minha mente. Para começar, eu nunca havia sido beijada de uma maneira tão intensa; Gabriel não me beijava, ele me devorava, sugando a minha língua com avidez, dando pequenas mordidas nos meus lábios e gemendo baixinho de vez em quando - o que me levou até o segundo nunca. Eu nunca tinha imaginado que um simples gemido poderia ser tão sensual.
Passo as mãos pelo cabelo dele, percebendo que (terceiro nunca) eu nunca havia acariciado um cabelo tão macio. E os nuncas se seguem: eu nunca tinha beijado um homem tão obviamente experiente, nunca estive com alguém tão cheiroso (tenho certeza que o perfume caro dele se entranhou no meu cabelo e na minha roupa), nunca senti tanto tesão na minha vida. Os meus seios pesam, os meus mamilos e o meu clitóris doem e pulsam, implorando para serem tocados, e há uma verdadeira cachoeira descendo pelas minhas pernas. Confesso que estou com um certo medo de estar molhando o sofá neste exato momento.
Aperto as minhas pernas uma na outra o mais discretamente que consigo, tentando obter algum alívio, e me acomodo melhor sobre o estofado claro, sem querer interromper o beijo. Quem precisa de oxigênio, quando se está beijando Gabriel? Que homem!
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- O que foi, Mila? Cansou de me beijar? - ele interrompe o beijo e brinca, com uma voz meio rouca. Faço que não com a cabeça mesmo, porque sei que não vou conseguir falar nada. Estou sem ar. - Então eu vou continuar te beijando, minha sereia. A noite toda, como eu havia prometido.
A boca de Gabriel toca a minha e desce até o meu pescoço, beijando-o, lambendo-o e mordiscando-o suavemente. Gemo baixinho, ainda mais louca de tesão.
- Posso, sereia? - ele pergunta, parando de me beijar e pousando a mão sobre o laço da minha blusa.
- Pode, mas... - hesito por um instante. Respiro fundo para criar coragem e completo: - Por que você tá me chamando de sereia, Gabriel?
- Porque eu sempre te achei parecida com uma sereia. - Ele desfaz o laço da minha blusa devagar. - Você sabe, linda, cabelos compridos e ondulados, olhos da cor do mar...
- Tô mais pra baleia - respondo sem pensar, baixando os meus olhos para o chão. Gabriel toca no meu queixo e o levanta delicadamente.
- Olha pra mim, Camila - ele pede. - Eu não quero que você tenha qualquer dúvida de que eu tô te dizendo a verdade.
Encaro-o, os olhos muito azuis me distraindo a ponto de eu esquecer, por um instante, que estou com a blusa aberta. Boyce Avenue continua tocando; Heaven, de Bryan Adams, começou há pouco. Coincidentemente (ou não, porque sou pragmática demais para acreditar em coincidências), é a mesma música que dançamos juntos naquela festa, há tantos e tantos anos.
Ele estaria lembrado?
- Você é linda, Camila Trindade, minha sereia - ele declara, e eu não vejo nada além de sinceridade em seus olhos. - Você me deixa louco. E se quiser uma prova, bem, é só olhar para a minha bermuda. - Ele beija o meu colo.
