7. The Temper Trap - Sweet Disposition

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Abri a porta da sala já preparada para pular em cima de Gianina, antes mesmo de ela entrar no apartamento. Já fazia algumas horas do resultado do sorteio, mas a euforia continuava a mesma. Eu estava no ponto mais alto da montanha russa de emoções, de cabeça para baixo, completamente inundada pela adrenalina e torcendo para que aquele momento de felicidade se alongasse o máximo possível. Finalmente dei passagem para minha amiga, então fomos direto para o quarto, de onde se ouvia a discografia da Hayley tocando alto o suficiente para os vizinhos reclamarem.

– Como a gente vai fazer? – perguntou Gianina, após retirar os sapatos e se sentar de pernas cruzadas sobre a minha cama.

– Eu tô falando com a produção ainda – respondi, continuando em pé e com o celular nas mãos. – Parece que vamos falar com ela antes do show, porque me passaram um horário pra chegar na casa de show no fim da tarde. E vou precisar dar os seus dados, também.

Minha amiga concordou, abrindo a mochila para procurar sua carteira. Tinha vindo direto da escola para minha casa, após o almoço, uma vez que eu não me contive e liguei para ela imediatamente depois de saber que fomos sorteadas.

– Aqui – estendeu para mim sua identidade. Nem mesmo numa 3x4 a desgraçada saía feia. – O show vai cair no dia dos namorados, né?

Abri o calendário rapidamente, confirmando o que ela tinha dito.

– Sim, e?

– Nada, só comentando – Gina deu de ombros. – Minha mãe provavelmente vai querer sair com o novo namorado dela. Graças a Deus ela não chamou ele pro meu aniversário.

– Ele é tão ruim assim? – devolvi a ela seu documento, vendo em seu rosto a nítida reprovação pelo potencial padrasto.

– Péssimo. Tudo dele é melhor, mais caro... – ela continuou falando, mas confesso não ter ouvido muita coisa enquanto me voltava para o celular. Liam tinha me seguido e curtido minha última foto, não por acaso a mesma que Gianina tinha postado de nós duas no perfil dela, ontem à tarde. O assessor da rádio respondeu novamente.

– Temos um pequeno problema – interrompi Gina, que ainda estava em seu monólogo, porém tinha se jogado de costas no colchão, o que explicava ela não ter notado minha falta de resposta. Ela ergueu apenas a cabeça, confusa. – A gente é menor de idade, precisamos da companhia de um adulto.

– Mas pra que essa palhaçada? – minha amiga se apoiou nos cotovelos. – A gente ia pro show sozinha, aí por causa de um meet tem que ir com pai e mãe? – Assenti, igualmente indignada. – Mas você já é quase adulta!

– Ainda faltam quatro meses – lembrei a ela. Não era tão quase assim. – Eu duvido muito que meus pais vão querer ficar com a gente lá, eles não iam perder um dia livres de mim pra acompanhar a gente numa fila de show. Principalmente sendo dia dos namorados.

– Eu também não faria isso, no lugar deles – Gina ponderou, ponto a mão fechada sob o queixo, pensativa. – A propósito, que história é essa de eles acharem que...

I L.G.B.T.?Onde histórias criam vida. Descubra agora