Quando completei meus oito anos, nossa família ganhou uma nova integrante. Flora era a menininha que faltava, para enfim formarmos um trio mais alegre, durante nossas brincadeiras.
Gostei daquela garotinha risonha, que sempre me abraçava sem eu esperar, logo de cara. Aquela baixinha que me encantava com sua sinceridade nas respostas para todas as perguntas.
Ela era o meu xodozinho e nos tornamos grandes amigos em pouco tempo. Nós dois juntos, havíamos percebido, o quanto Arthur precisava de nós e fizemos uma promessa de sempre cuidar dele. Sabíamos que não era , apenas pelo fato, dele ser o caçula.
Havia alguma coisa errada com o cabeleira de fogo! Ele nunca ficava sem um adulto por perto e tomava remédios mesmo sem estar acamado. Sempre achei isso tão estranho!
Não importava onde estivéssemos, permaneceríamos juntos! Como o lema dos Mosqueteiros: Um por todos e todos por um!
* Um ano depois *
Quando Flora completou seu sexto aniversário, o primeiro com meus padrinhos, pediu se poderia ganhar de presente uma festa de aniversário - algo que ela nunca teve - e claro, que eles capricharam em cada detalhe, apesar de terem dito que tudo era bem simples.
A mesa do bolo estava toda decorada com enfeites dos personagens da animação da Disney e Flora usava uma réplica do vestido da princesa. Claro, que Hugo e Murilo, também se caracterizaram de Fera.
Como eles estavam felizes trajando o colete azulado e uma calça escura. E eu? SIM! Também estava caracterizado a pedido daquela doce garotinha.
Pensava se havia algo que ela pudesse me pedir que eu fosse capaz de negar.
Enquanto meus olhos corriam pelo pequeno grupo que cantava parabéns -minha família toda- eu não pude deixar de repará-lo de modo mais demorado.
Arthur estava no colo da tia Luíza e batia palminhas, havia um lindo sorriso em seu rosto. Agora, ele já tinha três aninhos e eu ainda percebia os adultos cheios de dedos.Sei que por ter, apenas 9 anos, as pessoas diriam que era algo da minha cabeça, mas, tenho certeza que meu coração disparou enquanto eu o observava e desde esse dia, não houve nenhum outro em que não sentisse essa adrenalina tomar conta do meu corpo.
Percebi com o passar dos anos que havia descoberto aquele, primeiro amor, fiquei feliz e confuso na mesma proporção.
Eu era o mais velho e deveria cuidar dos menores. Flora, à medida que ia crescendo conseguia ser ainda mais doce e vi minha garotinha se tornar uma linda mulher. Assim como, uma flor, ela desabrochava para o mundo!
Já Arthur - aí, aí meu coração- continuava a me fascinar. Eu me derretia por ele e o via como um raio de sol, capaz de aquecer, até os dias mais gelados.
Conseguia disfarçar de quase todos, o quanto ele me afetava, com exceção dela. Claro que a minha garotinha me conhecia tão bem e eu, jamais, conseguia esconder minhas emoções dela.
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Feito para Você
RomansaGustavo sempre guardou, as sete chaves, o sentimento que descobriu ainda na infância. Seu primeiro amor aconteceu aos 9 anos e desde então permaneceu imutável. Primeiramente, acreditou que pudesse ser um delírio de sua mente fértil e que estivesse...