Gustavo sempre guardou, as sete chaves, o sentimento que descobriu ainda na infância. Seu primeiro amor aconteceu aos 9 anos e desde então permaneceu imutável.
Primeiramente, acreditou que pudesse ser um delírio de sua mente fértil e que estivesse...
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Sabe quando você se sente, literalmente, no fundo do poço? Bem, sou eu neste momento! Estou vivendo os piores dias que alguém poderia ter e quando digo isso não estou sendo metafórico ou exagerado — quem me dera — que eu tivesse essa escolha.
Meu mundo veio abaixo com a queda de Arthur. Tudo em minha volta parecia desconexo. Não sentia vontade ou ânimo em fazer coisas simples, como sair da cama ou até mesmo tomar um café da manhã e olha que sempre fui bom de boca. Meu paladar não se sentia voraz havia um certo tempo só que eu era obrigado a forçar as alimentações goela abaixo, já que havia um certo contrato, em jogo e uma aparência sendo vendida.
Acredito que quando sua vida está indo de mal a pior, num completo declínio, seria um excesso gigantesco de má sorte outra coisa ruim te acontecer. Contudo, talvez eu esteja cagado de urubu ou Deus tenha preferido me dar às costas — não me julgue por pensar algo desse tipo— entretanto, compreenda que meu desespero grita além das palavras que eu não digo e que ando num nervoso sem tamanho.
Estou prestes a explodir! Me sinto como uma bomba—relógio. Meus nervos estão muito à flor da pele e não sei até quando conseguirei suportar essas porradas da vida. Ainda assim, penso comigo, que tudo estaria bem pior se não fosse todo o apoio que venho recebendo da melhor família que um cara azarado —como eu sou— poderia ter.
O amor deles me mantêm de pé e por eles, eu seria capaz de qualquer coisa, sem hesitar ou me preocupar com consequências. Por eles, eu seria o líder da matilha ou um verdadeiro leão!
Somente, no final da tarde, termina um ensaio de fotos e me preparo para deixar o estúdio quando ouço o toque do meu celular e posso afirmar que toda vez que isso acontece, minhas pernas bambeiam. Temo que possa receber uma ligação do hospital que não goste e nem sou capaz de imaginar que tipo de reação teria.
Mas, abro um largo sorriso, quando leio no visor o nome da minha florzinha. Atendo do jeito carinhoso que ela merece e para a minha surpresa não é sua voz que escuto do outro lado.
— Gustavo, quem está falando é o Caetano. Teria algum lugar em que possamos nos encontrar?
— O que você está fazendo com o celular da Flora?
— Infelizmente aconteceu uma situação desagradável e estou a ajudando. Poderia, por favor, me dizer onde está?
— Vou enviar minha localização.
— Obrigado!
Minha cabeça deixa o Planeta Terra e dá um giro de 360° Graus. Fecho os punhos e sinto minha respiração ofegar. O que tenha acontecido com a minha florzinha vai ter volta. Nunca cultuei a vingança, mas aquela menina era a pessoa mais doce e ser humano mais precioso que eu havia conhecido na vida e qualquer um que tentasse a ferir me encontraria no encalce. Pior do que uma pedra no sapato, eu não perdoaria.
Pego minha mochila e desço as escadas, saltando de dois em dois degraus, aguardo na fachada sem muita paciência. Caminhando de um lado ao outro buscando a tal porra do equilíbrio.
