Olívia Baker retorna à Nova York após ficar cinco anos estudando fora do país, a jovem é apaixonada por Peter McBride o filho caçula dos empregadores de seu pai. Ao chegar na cidade ela vai para uma entrevista de emprego onde Peter joga como batedor...
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Richard
Não sou de me arrepender das escolhas que faço e nem fico em dúvida sobre elas. Mas pode ser que eu tenha pego pesado demais com Olívia, mas sinceramente foi tudo apenas para deixar as coisas nítidas.
_ O que você acha de almoçarmos aqui mesmo? _ Pergunto na minha mais gentil voz que não surtir efeito.
_ Não tenho fome, obrigada. _ Segurando a bolsa com força ela encara a vista da janela do 2 andar.
Uma garçonete aparece em nossa mesa e me ocupo de pedir algo.
_ Vou querer dois cafés e dois Croissant's. _ Respondo vendo a primeira coisa do cardápio, a garçonete se afasta e novamente caímos em silêncio, ficamos um longo tempo olhando a vista até que escuto uma voz chamar meu nome.
_ Richard? Richard McBride é você? _ Olho em volta e encaro uma pessoa caminhando em minha direção. É uma mulher, mas porque eu não consigo me lembrar dela?
_ McBride, sou eu Susan! 2005, equipe de resgate aéreo. _ Ah merda, porque isso tinha que surgir logo agora quando estou conseguindo me afastar de todas as lembranças. _ Vejo que você se recuperou bem, vi seu nome envolvido com um time de baseball mas não tinha certeza se era o famoso McBride dos SEAL's.
_ Ah, olá, eu.. eu já estou de saída! _ Falo. Sinto todo o peso e todas as lembranças voltarem de uma vez só como um tsunami engolindo uma cidade.
_ Você deveria aparecer mais vezes, o memorial deste ano foi emocionante, o filho de..
_ Eu preciso ir! _ Levanto-me da cadeira e tiro uma nota do bolso jogando na mesa.
Não quero conversar sobre isso com outras pessoas, ainda mais com uma mulher que mal me recordo mas ela parece saber muito bem tudo o que me aconteceu no passado. _ Olívia?
A fisioterapeuta estava atentamente prestando atenção na conversa.
_ Ah, você está com sua namorada.. me desculpe.
_ Não, a gente só trabalha juntos. _ Responde Olívia se apresentando e vejo as 2 mulheres trocarem um aperto de mãos.
_ Nós precisamos ir, tenho uma reunião e Olívia é médica, tem pacientes. _ Puxo a mulher pela bolsa que se assusta e logo me segue. Saio apressadamente sem olhar para trás, deixando Susan com seu acompanhante parados no meio do salão.
A recém contratada não diz nada e saímos da loja depois de pegarmos a aliança.
Sento-me no banco do motorista sentindo uma forte dor no peito e a familiar dor de meu ombro, está tudo voltando, as malditas memórias que empurrei o mais fundo que pude. Todo o sangue, desespero e mortes me seguindo, nunca me deixando superar toda a culpa.
_ Você está bem? _ Olho para o lado focando em seu rosto, devo parecer um idiota agora. Olívia toca meu ombro. _ parece meio pálido..
_ Estou bem! _ Respondo sentindo a boca amarga. _ Estava apenas muito quente lá dentro.
