Olívia Baker retorna à Nova York após ficar cinco anos estudando fora do país, a jovem é apaixonada por Peter McBride o filho caçula dos empregadores de seu pai. Ao chegar na cidade ela vai para uma entrevista de emprego onde Peter joga como batedor...
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Olívia
_ Olívia estou indo embora, minha sogra preparou um jantar..
_ Pode deixar que fecho a loja para você.
_ Sim, mas vá logo para casa, está frio e não tem mais ninguém nas ruas._ Mark tira seu avental o pendurado atrás do balcão. _ Lembre-se que amanhã a gente funciona só até às quatro horas, não temos muita luz solar e quase ninguém vai sair durante a véspera de natal.
_ Ok, então até amanhã. Vou terminar de lavar as xícaras e já vou.
Me ocupo de limpar a loja, a real é que me sinto um tanto desanimada, meu pai ligou pela manhã informando que não vai mais poder vir passar o natal comigo. Ele e Caroline viram que o tempo está frio demais por aqui, sim está marcando quase -14 graus, em pensar que eu tinha planejado tudo para irmos até Fairbanks para vermos a Aurora Boreal, claro se tivéssemos sorte e seriam apenas 6 horas de carro..
Pego meu telefone no bolso do casaco e abro as mensagens vendo algo de Emily, uma de minhas amigas de Londres. Ela diz que alguém esteve lá a minha procura, estranho..
"Quem perguntou por mim?"
" Não sei, foi Nancy que conversou com ele, mas o homem mostrou uma foto sua, está tudo bem com você?"
Defina o bem.. Bem deprimida e arrependida, é, pode se dizer que sim. Toda noite quando deito na cama para dormir arrependo-me de ter desistido de Richard, de ter desistido de nosso relacionamento, mas logo recupero minha razão e vejo que esse é o melhor para ele.
Tiro o avental pegando minha bolsa no armário. Meu Deus que frio, nunca senti tanto frio na vida. Agora que estamos no inverno os dias se tornaram mais curtos, arrumo o gorro na cabeça e enrolo o cachecol no pescoço. Está nevando fortemente lá fora, acho que precisarei de um carro em breve, até mesmo esse trajeto a pé se tornou exaustivo para ser feito no meio de uma nevasca.
Tranco as portas da cafeteria e olho para o céu, está tudo tão quieto que consigo ouvir minha respiração, esfrego o nariz em uma tentativa de aquecê-lo e cruzo os braços começando a caminhar.
Paro algumas vezes para respirar já que sempre piso em falso e ameaço cair, santa mãe de Deus, não aguento mais ver neve. Atravesso a vazia rua e olho por cima de ombros vendo alguém caminhar um pouco mais atrás.
Sinto falta de ver gente transitando, do movimento e risadas, bares cheios e até mesmo a poluição. Minha nossa como sinto falta do barulho das buzinas e sirenes. Nova York é um completo caos comparado ao silêncio deste lugar. ultimamente tenho me sentindo naquele filme, Um lugar silencioso.
Paro abruptamente, será que se eu gritar um daqueles monstros do filme vem atrás de mim e acaba com todo esse sofrimento? Olho em volta e não vendo ninguém próximo. Sei que o barulho vai ecoar a quilômetros de distância, mas mesmo assim crio coragem, fecho os olhos colocando as mãos no rosto e abro a boca gritando em plenos pulmões.
